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Revista Universidade e Sociedade - Andes-SN

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Debate Contemporâneo<br />

O REUNI, com um plano de metas – aligeiramento<br />

da formação através da aprovação em massa de 90%<br />

dos ingressantes e ampliação de 12 x 1 para 18 x 1<br />

a relação professor-aluno, com aumento de apenas<br />

25% do orçamento – longe de democratizar o acesso<br />

tem acarretado a intensificação da precarização<br />

nas universidades: através do inchaço de alunos<br />

por disciplinas, política de assistência estudantil<br />

inexpressiva, desarticulação do tripé básico ensinopesquisa-extensão,<br />

falta de professores e precarização<br />

do trabalho docente e da infraestrutura – com falta<br />

de salas de aulas, falta de espaços para convivência<br />

estudantil, bibliotecas e laboratórios de informática<br />

desatualizados etc.<br />

Frente a toda política apresentada, é necessário<br />

ressaltar que em 2012 o Partido dos Trabalhadores<br />

completa seus 10 anos de governo. Nesses 10 anos,<br />

vemos um acirramento da política neoliberal para<br />

o Estado, sendo mínimo para as necessidades<br />

sociais e máximo para o capital. Tratando com<br />

descaso a educação, saúde, transporte público e<br />

políticas de saneamento. Mais especificamente<br />

referente à educação, na última década as políticas<br />

e programas implementados de nada serviram para<br />

superar o déficit educacional brasileiro, visando a<br />

sua democratização com qualidade. Longe disso,<br />

o papel que cumpriram foi de fragmentar a luta<br />

dos trabalhadores, gerando um falso consenso a<br />

respeito das reformas que implementava e, ainda,<br />

sintonizando na educação brasileira a necessidade de<br />

formação de novos trabalhadores.<br />

Além disso, ao longo desses 10 anos, o governo do<br />

PT conseguiu a partir da cooptação de setores que<br />

antes eram combativos, como é o caso da Central<br />

164 UNIVERSIDADE E SOCIEDADE<br />

Única dos Trabalhadores (CUT) e da União Nacional<br />

dos Estudantes (UNE) – que durante o processo de<br />

luta contra a contrarreforma universitária assumiu a<br />

luta pela sua aprovação e a sua defesa intransigente,<br />

realizando a Caravana pela Reforma – demonstrar<br />

que seu caráter de classe há muito já não diz respeito<br />

ao dos trabalhadores, mas sim, se colocando<br />

definitivamente em trincheira oposta da luta da<br />

classe trabalhadora.<br />

Por conta disso é que em 2008 em seu XXIX<br />

Encontro Nacional de Estudantes de Educação Física<br />

(ENEEF) o Movimento Estudantil de Educação<br />

Física aponta para a ExNEEF o rompimento com a<br />

UNE como forma de ruptura brusca e definitiva ao<br />

projeto dessa entidade, que hoje é um dos braços<br />

do governo do PT. Ao romper com a UNE, o MEEF<br />

aponta a necessidade de reorganização do movimento<br />

estudantil pela base, garantindo a articulação entre<br />

outras executivas através do FENEX, mesmo com<br />

todos os seus limites, e, apontando a necessidade<br />

de construção de uma nova entidade nacional,<br />

capaz de reorganizar as lutas. Por isso entendemos<br />

a importância de travar o debate da reorganização<br />

do movimento estudantil em toda luta que travamos.<br />

Para nós, os instrumentos criados no período<br />

de reorganização não foram suficientes para dar<br />

resposta concreta aos estudantes e que a Assembleia<br />

Nacional dos Estudantes Livre (ANEL), criada em<br />

2009, reproduz as limitações destes instrumentos<br />

ao não atrelar as pautas concretas dos estudantes<br />

com necessidade de reorganização no Movimento<br />

Estudantil e, assim, não se coloca como alternativa<br />

propositiva para o conjunto do Movimento. Não<br />

construímos, não participamos nem observamos a<br />

ANEL, mas entendemos a necessidade da criação<br />

de uma nova ferramenta dos estudantes no plano<br />

nacional, que aprofunde a reorganização do<br />

Movimento Estudantil pela base.<br />

Já em 2009, o MEEF a partir do entendimento da<br />

necessidade de voltar ao trabalho de base de forma<br />

mais efetiva e da conjuntura que o conjunto do<br />

Movimento vinha passando, passa a realizar, junto<br />

aos estudantes, discussões sobre a fragmentação<br />

dos currículos de formação, lançando a campanha<br />

“Educação Física É uma Só! Formação Unificada Já!”,<br />

que além de se colocar contrária à fragmentação da

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