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Revista Universidade e Sociedade - Andes-SN

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publicou a exoneração de José Januário do Amaral<br />

no Diário Oficial da União. “Esta vitória não é apenas<br />

dos estudantes, professores e técnicos da UNIR, é uma<br />

vitória do povo. Uma vitória da ciência, pesquisa,<br />

ensino e extensão. É a vitória do novo movimento<br />

estudantil, combativo e independente, exemplo<br />

para todas as universidades e escolas do país”, se<br />

manifestaram os estudantes em carta publicada na<br />

imprensa. O professor de História, Marcelo Sabino,<br />

avalia que todo esse processo demonstra um processo<br />

de integração na comunidade acadêmica. “A greve<br />

criou uma identidade entre professores e alunos que<br />

não permitirá uma má gestão novamente”, concluiu.<br />

Criação do Fórum Permanente<br />

em Defesa da UNIR<br />

A resistência e a mobilização da comunidade<br />

acadêmica foram determinantes para o fim da<br />

greve, com a principal reivindicação atendida: “Fora<br />

Januário”. Paralela à ocupação e às manifestações<br />

do movimento, o comando de greve criou o Fórum<br />

Permanente em Defesa da UNIR, espaço democrático,<br />

onde acadêmicos, professores e técnicos começaram a<br />

discutir os rumos da <strong>Universidade</strong>. O professor Jorge<br />

Coimbra destaca que foi uma estratégia para contornar<br />

as dificuldades, “em razão de tanto a Associação dos<br />

Docentes da UNIR, como o DCE, estarem nas mãos<br />

de direções comprometidas com os interesses da<br />

reitoria”. O professor Edilson Lobo lembra que “o<br />

Fórum foi um instrumento fundamental do ponto de<br />

vista da sustentação da greve”.<br />

As reuniões tiveram papel importante na tomada<br />

de decisões com os desdobramentos do fim do<br />

movimento, inclusive na gestão interina da UNIR. De<br />

forma coletiva foi discutido o processo de mudanças<br />

na reitoria. “O Fórum nos qualificou e nos deu o<br />

reconhecimento que precisávamos para decidir os<br />

rumos a serem tomados”, destacou o professor do<br />

departamento de Letras, Rubens Cavalcante, que<br />

também reconhece a relevância da atuação dos<br />

estudantes durante a greve. “A participação dos alunos<br />

foi fundamental à resistência e ao fortalecimento da<br />

greve”, concluiu.<br />

O Fórum também foi decisivo na escolha<br />

do nome que disputaria a reitoria da UNIR. O<br />

professor de Antropologia, Adilson Siqueira, um<br />

dos integrantes do comando de greve, destaca<br />

que o nome da professora Berenice Tourinho foi<br />

indicado para disputar a reitoria da instituição<br />

através de um plebiscito. “Os candidatos que não<br />

se submeteram ao Fórum foram todos derrotados.<br />

Foi uma demonstração de unidade e um desejo de<br />

que a comunidade queria mudança”, complementou<br />

Adilson Siqueira.<br />

Os apoios à candidatura de Berenice foram<br />

manifestados principalmente pelo reconhecimento<br />

do trabalho que ela já desenvolveu na <strong>Universidade</strong>,<br />

embora nunca tenha assumido cargo em gestões<br />

anteriores. A técnica administrativa, Elaine Fechine,<br />

lembra quando Tourinho tinha recém-chegado de<br />

Cuba, onde foi fazer doutorado em Psicologia Social,<br />

convalidado pela UnB. “Ela ajudou a fazer o primeiro<br />

Plano de Desenvolvimento Institucional da UNIR.<br />

Esse plano foi feito de forma democrática, com a<br />

participação de professores, alunos e técnicos, tanto<br />

da capital como do interior. A metodologia que ela<br />

trouxe foi muito interessante e isto fez a <strong>Universidade</strong><br />

acordar para um novo tempo, mas infelizmente o<br />

PDI foi engavetado pelo reitor”, declarou Fechine.<br />

Gestão interina<br />

O cargo de Januário do Amaral foi ocupado interinamente pela vice-reitora, professora Maria<br />

Cristina Victorina de França. A nova reitora assumiu a pasta no fim de novembro e tinha 60 dias<br />

para convocar novas eleições. Mas, para que o processo eleitoral não fosse prejudicado, em<br />

razão dos meses de dezembro e janeiro serem de férias, o Ministério da Educação autorizou<br />

a prorrogação do prazo até março deste ano. Neste mês, a comunidade acadêmica elegeu a<br />

primeira mulher como reitora da <strong>Universidade</strong> Federal de Rondônia.<br />

Exemplo de luta e resistência - UNIR<br />

ANDES-<strong>SN</strong> n junho de 2012 191

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