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Revista Universidade e Sociedade - Andes-SN

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Debate Contemporâneo<br />

e elevar a relação de estudantes por professor para<br />

dezoito, mediante estratégias de aproveitamento de<br />

créditos e inovações acadêmicas que valorizem a<br />

aquisição de competências de nível superior.<br />

Retomando o decreto 6.096/2007<br />

O REUNI foi decretado no dia 24 de abril, com o<br />

nome de “Programa de Apoio a Planos de Expansão<br />

e Reestruturação das <strong>Universidade</strong>s Federais”.<br />

Baseado numa lógica de metas que deveriam ser<br />

concretizadas em projetos aprovados pelos Conselhos<br />

Universitários, os debates em torno ao decreto<br />

geraram uma enorme repercussão sobre o conjunto<br />

das entidades que intervém no setor da educação.<br />

Logo se gestou uma polarização, questionando a<br />

forma como o governo federal buscava impor a<br />

aprovação do projeto. A partir do eixo “Educação não<br />

se faz por decreto!”, iniciava-se um longo período de<br />

profundos debates e fortes mobilizações.<br />

O decreto buscava impor centralmente duas metas<br />

para as universidades federais, contidas no artigo 1º:<br />

§ 1o O Programa tem como meta global a elevação<br />

gradual da taxa de conclusão média dos cursos<br />

de graduação presenciais para noventa por cento<br />

e da relação de alunos de graduação em cursos<br />

presenciais por professor para dezoito, ao final de<br />

cinco anos, a contar do início de cada plano.<br />

Para atingir as metas, o decreto apontava, entre<br />

outras questões, uma “revisão da estrutura acadêmica”<br />

e a “diversificação das modalidades de graduação”<br />

(artigo 2º, diretrizes III e IV). O conteúdo dessas<br />

diretrizes, comprovado pelo modelo implementado<br />

A atual crise da expansão:<br />

ou amplia-se já o investimento,<br />

ou se ampliará a precarização<br />

156 UNIVERSIDADE E SOCIEDADE<br />

na <strong>Universidade</strong> Federal da Bahia, possuía muita<br />

relação com o projeto <strong>Universidade</strong> Nova, inspirado,<br />

por sua vez, pelo modelo de graduação implementado<br />

pela União Europeia com a <strong>Universidade</strong> de<br />

Bolonha. Tratava-se da reestruturação completa dos<br />

currículos, da abertura de novos cursos de graduação<br />

com carga horária e determinação profissional mais<br />

enxuta e flexível, além de avançar para a construção<br />

dos chamados “Bacharelados Interdisciplinares”.<br />

No que tange ao orçamento para viabilizar a<br />

implementação do projeto, o acréscimo de verbas<br />

estava condicionado ao cumprimento das metas, a<br />

partir da elaboração de projetos que adequassem o<br />

REUNI para cada <strong>Universidade</strong>. As universidades<br />

federais receberiam um “incentivo” financeiro,<br />

expresso no artigo 3º:<br />

§ 1o O acréscimo de recursos referido no inciso<br />

III será limitado a vinte por cento das despesas de<br />

custeio e pessoal da universidade, no período de cinco<br />

anos de que trata o art. 1o , § 1o .<br />

Apesar disso, afirmava também no mesmo artigo<br />

que “o atendimento dos planos é condicionado à<br />

capacidade orçamentária e operacional do Ministério<br />

da Educação”. O decreto apontava ainda, no mesmo<br />

artigo, que a expansão deveria garantir:<br />

I - construção e readequação de infraestrutura e<br />

equipamentos necessários à realização dos objetivos do<br />

Programa;<br />

II - compra de bens e serviços necessários ao<br />

funcionamento dos novos regimes acadêmicos; e<br />

III - despesas de custeio e pessoal associadas à<br />

expansão das atividades decorrentes do plano de<br />

reestruturação.<br />

Os cinco anos que aborda o decreto passaram, e<br />

agora temos o dever de questionar: As universidades<br />

federais que viveram o REUNI receberam o<br />

investimento necessário? Os três pontos acima<br />

relatados no decreto foram respeitados pelo governo<br />

federal? Foi preservado o tripé ensino-pesquisaextensão?<br />

Qual a situação que encontramos<br />

atualmente em cada universidade, passada a<br />

experiência da expansão e da reestruturação<br />

acadêmica?

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