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Revista Universidade e Sociedade - Andes-SN

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sustentação de seu regime no poder burguês. Isso<br />

potencializou a fragmentação da esquerda no Brasil,<br />

em que acentuou o cenário de refluxo que a esquerda<br />

vive desde os anos 1990, com poucas expressões de<br />

resistência aos ataques desde então.<br />

Se o PDP por um lado possibilitou à classe<br />

trabalhadora, o proletariado, adquirir mercadorias<br />

colocadas enquanto suma importância para a<br />

reprodução social da vida através do incentivo ao<br />

crédito, baixos IPIs etc.; por outro privatizou setores<br />

básicos da vida e condições humanas como educação,<br />

saúde, previdência – além de retirada dos direitos<br />

trabalhistas. Embora estes trabalhadores tenham<br />

conseguido “consumir” mais do que nos últimos<br />

tempos, devemos lembrar que esta política de<br />

consumo foi agitada aparentemente como “ascensão<br />

de classe”: por um lado, consome-se quinquilharias,<br />

tornando-se “cidadão” (perspectiva burguesa)<br />

mudando de “classe”, através do incentivo ao crédito e<br />

às políticas assistencialistas de transferência de renda,<br />

resultando em endividamentos dos trabalhadores,<br />

uma verdadeira bolha; por outro, continua-se<br />

entrincheirado nos cortes de orçamento em direitos<br />

básicos sociais, conquistados historicamente pelos<br />

trabalhadores, péssimas condições de trabalho,<br />

aumento das jornadas trabalhistas, arrochos salariais<br />

e avanço das parcerias público privadas.<br />

Devido a todas estas contradições, vivenciamos em<br />

2011 processos de greves e lutas estudantis de norte a sul<br />

do país. Apesar das movimentações dos tra balhadores<br />

contra os ataques sofridos à classe, Dilma lidera as<br />

pesquisas com índices de aprovação mais altos do que<br />

o governo Lula. Tais índices são reflexos no sucesso<br />

da implementação do PDP. Ape sar desta política de<br />

conciliação de classes, houve processos de resistência<br />

aos ataques aos trabalhadores, todos impulsionados<br />

por uma vanguarda da esquerda, não chegando a<br />

patamares de movimentos de massas, tampouco tendo<br />

êxito na unidade dos trabalhadores – limitando-se ao<br />

corporativismo em suas bandeiras de luta.<br />

ANDES-<strong>SN</strong> n junho de 2012 169

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