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Da Vida de São Domingos – Fr. Luís de

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PAIITICULAR DO REINO DE PORTUGAL 109<br />

Íh3 a entrada: foi recebido ao habito pêra <strong>Fr</strong>a<strong>de</strong> leigo, e passado seu<br />

anno <strong>de</strong> provação, admittido á profissão com gosto, e satisfação <strong>de</strong> todo<br />

o Convénio.<br />

CAPITULO IIÍ<br />

<strong>Da</strong>s 'penitencias que o Irmão <strong>Fr</strong>ei Pedro fazia <strong>de</strong>spois <strong>de</strong> professo, do<br />

cuidado que tialia dos pobres sendo porteiro: e das gran<strong>de</strong>s persiijui-<br />

çòes, que paJeceo do <strong>de</strong>mónio ale o mudarem pêra Évora.<br />

Tal noviciado tinlia feito <strong>Fr</strong>ei Pedro, que se polo estilo d"eUe corre-<br />

ra <strong>de</strong>spois <strong>de</strong> professo merecera louvor: porque <strong>de</strong> muitos se cuida, e<br />

em alguns se acha, que a vida do primeiro anno he como lição <strong>de</strong> os-<br />

leníação em escolas, que se estuda <strong>de</strong> propósito pêra ren<strong>de</strong>r <strong>de</strong>scanco,<br />

e livrar di3 cuidados pêra o diante. E elle ao contrario quando po<strong>de</strong>rá<br />

<strong>de</strong>scançar, <strong>de</strong>u-se por obrigado a crecer, e florecer, e frutificar como ar-<br />

vore prantada ao longo das agoas sagradas da Religião, e nos átrios da<br />

casa <strong>de</strong> Deos (1). O primeiro cuidado foi domar a carne com apertada pe-<br />

nitencia, e foi tal a constância, e a <strong>de</strong>terminação, que sabidamente todos<br />

os dias <strong>de</strong> sua vida, senão erão os <strong>Domingos</strong>, forão hum jejum conti-<br />

nuo. Nunca comeo carne, nunca bebeo vinho. E parecendo-lhe que aia-<br />

da podia o corpo com mais, e merecia mais aperto, nunca lhe <strong>de</strong>u celía,<br />

nem leito, nem cama pêra dormir, até poucos dias antes <strong>de</strong> seu foleci-<br />

inento, ijue então obrou a força da obediência o que seu espirito refu-<br />

sava, como ao diante veremos.<br />

Despois <strong>de</strong> gastar o dia em serviço da Communida<strong>de</strong> no oíllcio <strong>de</strong> que<br />

acertava estar encarregado, quando os companheiros se encerravão nas cel-<br />

laspera <strong>de</strong>scançar, caminhava elle pêra a Igreja a tomar disciplinas, e orar,<br />

disciplinas <strong>de</strong> sangue, e oração <strong>de</strong> joelhos nus em terra, pêra o que escoiheo<br />

a capella da Magdalena, buscando com bom juizo pêra penitencia a com-<br />

panhia <strong>de</strong> quem n^ella soube ser estremo. Se apertava o sono, juntava<br />

as mãos no chão, inclinava so]>re ellas a cabeça, e n'esta postura o to-<br />

rnava tão curto, e cancado, como <strong>de</strong> tal jazida se po<strong>de</strong> enten<strong>de</strong>r. E por-<br />

(jue n ella <strong>de</strong> força era breve, tornava logo á oração: e assi passava até xMa-<br />

tinas, ás quaes assistia com muita <strong>de</strong>vação. Despois <strong>de</strong> Matinas fazia voliií<br />

pêra a sua Santa,e pêra os seus exercidos, até serem horas <strong>de</strong> acodir a<br />

seu oflicio.<br />

(1) Tsalm. 1. P&a)m. 9t

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