17.04.2013 Views

Da Vida de São Domingos – Fr. Luís de

Da Vida de São Domingos – Fr. Luís de

Da Vida de São Domingos – Fr. Luís de

SHOW MORE
SHOW LESS

Create successful ePaper yourself

Turn your PDF publications into a flip-book with our unique Google optimized e-Paper software.

PAUTICIXAU DO UELNO DE POUTUGAL X)<br />

011 dinheiros, que crão outros tantos seitis. El-Rei dom Fernando seu<br />

íilho, que <strong>de</strong>spen<strong>de</strong>o gran<strong>de</strong>s thezouros com estrangeiros em empresas<br />

não só <strong>de</strong>sngcessarias, mas muito danosas ao Reino, nenhuma merco<br />

lhes fez <strong>de</strong> sua fazenda: <strong>de</strong>u-lhes das alheas os residuos dos testamen-<br />

tos da cida<strong>de</strong>, e do seu termo: cousa então, e agora <strong>de</strong> pouca consi<strong>de</strong>-<br />

ração. Gonfirmou-Ih^os el-Rei dom João primeiro seu irmão, que lhe suc-<br />

ce<strong>de</strong>o. Passados muitos annos estreitou-se tudo mais pêra os Religiosos,<br />

e as rendas Reaes forão em crecimento : teve el-Rei dom AíTonso quinto,<br />

neto d el-Rei dom João primeiro, lembrança do seu Mosteiro real do<br />

Elvas, fez-lhe merco em tempo que já os Religiosos podião possuir bens<br />

<strong>de</strong> raiz em commum, do quatrocentos reis brancos em cada hum anno,<br />

pagos no Almoxerifado <strong>de</strong> Estremoz. Montão-se n'eUes pola conta quo<br />

lizemos acima, mil e duzentos reis da moeda que presente corre: por-<br />

que tinha então cada real branco três róis dos que hoje são <strong>de</strong> seis sei-<br />

tis. De todas estas mercês estão os títulos vivos no Cartório do Con-<br />

vento: e a certeza d'ellas nos obrigou a este discurso pêra louvor <strong>de</strong><br />

nossos antepassados, que po<strong>de</strong>ndo <strong>de</strong>ixar-nos gran<strong>de</strong>s riquezas com pou-<br />

co feitio seu, quizerão antes <strong>de</strong>ixar-nos exemplo <strong>de</strong> espíritos <strong>de</strong>sinteres-<br />

sados.<br />

CAPITULO XI<br />

<strong>Da</strong>s fazendas, e bens <strong>de</strong> raiz qne algumas pessoas <strong>de</strong>ootas doarão ao Con-<br />

vento. Dd'Se conta da vida, e partes <strong>de</strong> alguns filhos d'elle.<br />

Porém, on<strong>de</strong> faltou a industria humana suprio o favor Divino. As<br />

rendas que dos Reis po<strong>de</strong>rosos, e amigos pu<strong>de</strong>rão, e não quizerão os<br />

Religiosos grangear, lhes trouxe Deos a casa, sem <strong>de</strong>scomporem os pas-<br />

sos <strong>de</strong> sua obrigação, por meio da gente caritativa, e <strong>de</strong>vota da cida<strong>de</strong>,<br />

que conhecendo, e vendo do perto as faltas, e fomes que muitas vezes<br />

pa<strong>de</strong>cião: e o trabalho que custava mendigar polas portas, como então<br />

costumávamos, acudio com liberalida<strong>de</strong> a provel-os <strong>de</strong> bens <strong>de</strong> raiz, com<br />

que a casa sustenta hoje trinta e cinco <strong>Fr</strong>a<strong>de</strong>s, senão com gran<strong>de</strong> lar-<br />

gueza, ao monos com o que mo<strong>de</strong>radamente basta. Devemos memoria,<br />

e agra<strong>de</strong>cimento, em primeiro lugar a duas irmans, que nâo quizerão<br />

guardar pêra <strong>de</strong>spois da morte o que podião fazer em vida. Entendião<br />

não ser nobre género <strong>de</strong> charidado dar a Deos o que se <strong>de</strong>ixava, e fica-<br />

va no mundo, e não- podia acompanhar a seu dono morrendo (como<br />

VOL, u o

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!