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Da Vida de São Domingos – Fr. Luís de

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PAUTICULAR DO UEINO DE PORTUGAL 13<br />

<strong>de</strong> Trancoso : outra junto <strong>de</strong> Castello Branco, que foi edificada poios vi-<br />

zinhos por particular <strong>de</strong>vação, contra os lobos que davâo muita perda<br />

no gado : e foi tal o soccorro, que acharão no Santo, que a não largarão<br />

mais. Outra em Martinhel, termo <strong>de</strong> Abrantes, na qual se celebra seu<br />

dia com Missa solene, e pregação. Outra no termo do Sardoal. Outra<br />

junto <strong>de</strong> villa <strong>de</strong> Rei, que chamão S. <strong>Domingos</strong> da Serra. A três legoas<br />

<strong>de</strong> Abrantes está S. <strong>Domingos</strong> do Chouto. N'esta tem particular confra-<br />

ria todos os pastores das charnecas á roda, também á conta <strong>de</strong> se livra-<br />

rem dos lobos. E pêra festejarem o Santo mais folgadamente, e com mais<br />

concurso <strong>de</strong> gente, fazem-lhe a festa no mez <strong>de</strong> Setembro, <strong>de</strong>spois do<br />

recolhidas as novida<strong>de</strong>s. E solenizão o dia com meza franca a todos os<br />

que a querem. Chamão a isto Vodo, ou por rezão <strong>de</strong> se fazer por voto<br />

(o que o nome acena) ou porque como em voda se parte com todos li-<br />

beral, e abundantemente. Na villa <strong>de</strong> Celorico ha duas Ermidas do Santo,<br />

huma <strong>de</strong>ntro da villa, outra no termo que chamão S. <strong>Domingos</strong> do Lagiosa.<br />

S. <strong>Domingos</strong> <strong>de</strong> Souto <strong>de</strong> Casa, he no termo <strong>de</strong> Covilham, huma<br />

legoa do Fundão. No lugar das Serzedas he muito antiga a <strong>de</strong>vação, e<br />

huma Ermida do Santo em que faz muitos milagres. Celebião-rne a festa<br />

na segunda oitava da Páscoa da Resurreição. Concorre muita gente da<br />

villa, e termo, e dos lugares vizinhos, e são as esmolas tão crccidas, que<br />

se affirma abrangem algumas vezes com elias os mordomos a resgates<br />

<strong>de</strong> cativos. A ultima <strong>de</strong> todas as d'este Bispado he S. <strong>Domingos</strong> da So-<br />

vereira. E porque merece capitulo particular, polo que n"ella ha que di-<br />

zer, damos-lhe o seguinte.<br />

CAPITULO V<br />

<strong>Da</strong> Ermida <strong>de</strong> S. <strong>Domingos</strong> da Sovereira : e <strong>de</strong> hum estranho caso que<br />

n'ella obrou nosso Senhor por intercessão do Santo, em favor <strong>de</strong> hum ca-<br />

tivo <strong>de</strong> terra <strong>de</strong> Mouros.<br />

<strong>São</strong> <strong>Domingos</strong> da Sovereira he junto á villa <strong>de</strong> Penamacor : Ermida<br />

tão antiga, como a noticia do Santo n'este Reino. Porque ha tradição, e<br />

memorias que antes que el-Rei dom Dinis começasse a reinar (e come-<br />

çou no anno <strong>de</strong> 1269) já o Santo obrava n^ella muitos milagres. Cha-<br />

mou-se da Sovereira, por estar arrimada a huma tão grossa, e tão ve-<br />

lha, que com o tronco lhe fazia pare<strong>de</strong> <strong>de</strong> huma banda, e com os braços,<br />

e ramada toldo, cobrindo-a toda. De tempos immemoriais he gran<strong>de</strong> o

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