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Da Vida de São Domingos – Fr. Luís de

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PARTICULAR DO REINO DE PORTUGAL âS<br />

pòr dia <strong>de</strong> Corpus, com toda a pompa que o lugar po<strong>de</strong>, a que aco<strong>de</strong>m<br />

muitas cruzes, e ban<strong>de</strong>iras das <strong>Fr</strong>eguezias dos termos <strong>de</strong> Cascaes e Cin-<br />

tra, e algumas do <strong>de</strong> Lisboa.<br />

Ha mais quatro Ermidas. Huma nos Coutos <strong>de</strong> Alcobaça, on<strong>de</strong> chamâo<br />

Cornaga. Outra em S. Pedro dos dous Portos. Outra on<strong>de</strong> chamão<br />

a Chancellaria junto a Torres Novas. E n'esta villa ha também particu-<br />

lar Altar, e Confraria do Santo. A quarta Ermida he em Obedos, assen-<br />

tada sobre a coroa <strong>de</strong> hum empinado monte : on<strong>de</strong> por ser tal, e vizi-<br />

nho ao mar, se acen<strong>de</strong> fogo todas as noites, em beneficio dos navegan-<br />

tes fazendo oííicio <strong>de</strong> Faro, como pêra conhecimento da costa. E fica o<br />

Santo aqui acompanhado <strong>de</strong> parte <strong>de</strong> suas insígnias, porque o alto da<br />

capella k; o que serve <strong>de</strong> farol,<br />

Nâo tenho duvida que se fizéramos diligencia mais apertada, achá-<br />

ramos maior numero: mas bem bastão pêra prova do intento, vinte seis<br />

<strong>Fr</strong>eguezias, quarenta, e duas Ermidas, e muitas confrarias espalhadas<br />

por todo o Reino. Mas he tempo <strong>de</strong> tornarmos ao fio da historia, que<br />

nos temos divertido muito.<br />

CAPITULO VIII<br />

<strong>Da</strong> antigiiidoule , c princípios, e fundação do Convento <strong>de</strong> Nossa Senhora<br />

dos Marlyres da cida<strong>de</strong> <strong>de</strong> Elvas.<br />

A Cida<strong>de</strong> <strong>de</strong> Elvas he hum dos importantes lugares do Reino, por<br />

antiguida<strong>de</strong> <strong>de</strong> edificio, grossura <strong>de</strong> terras, e numero <strong>de</strong> ricos, e hon-<br />

rados moradores. Foi fundada poios Elvos, gente <strong>Fr</strong>anceza da Provín-<br />

cia Narbonense. Os Romanos lhe chama vão Turres albw. De huns, e ou-<br />

tros podia proce<strong>de</strong>r o nome que hoje tem. Anda na Coroa <strong>de</strong> Portugal<br />

<strong>de</strong>spois da perda <strong>de</strong> Espanha, <strong>de</strong>sd'o tempo <strong>de</strong>l-Rei dom Sancho pri-<br />

meiro, que a tirou do po<strong>de</strong>r <strong>de</strong> Mouros, no anno do Senhor <strong>de</strong> 1200,<br />

o titulo <strong>de</strong> cida<strong>de</strong> he n'ella mo<strong>de</strong>rno, merecendo-o <strong>de</strong> longe por boas<br />

razoes. Alcançou-o <strong>de</strong>spois que foi feita Episcopal, por el Rei dom João<br />

terceiro. Aqui tem a Or<strong>de</strong>m dous Conventos : hum <strong>de</strong> <strong>Fr</strong>a<strong>de</strong>s, e outro<br />

<strong>de</strong> <strong>Fr</strong>eiras, ambos bem dotados por virtu<strong>de</strong>, e liberalida<strong>de</strong> dos vizinhos.<br />

O dos <strong>Fr</strong>a<strong>de</strong>s <strong>de</strong> que nos toca dizer agora, teve princípios muito atra-<br />

zados do tempo em que vamos, e por isso quasi apagados na memoria<br />

dos homens. A meia Icí^oa da cida<strong>de</strong> havia huma <strong>de</strong>vota Ermida do ti-

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