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Da Vida de São Domingos – Fr. Luís de

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PARTíCrLÂU, DO IlEINO DE PORTUGAL 2Í0<br />

riao valer cFclla exercitava hiiina incansável cbarida<strong>de</strong> : em<br />

especial com<br />

os Padres da Or<strong>de</strong>m <strong>de</strong> S.<strong>Fr</strong>ancisco, dos quaes como mais necessitados<br />

era continua enfermeira : e com lanto amor, que dizia <strong>de</strong> si, que ne-<br />

nhuma necessida<strong>de</strong> veria nos próximos, que se não ven<strong>de</strong>sse com muito<br />

boa, o alegre vonta<strong>de</strong> pola reme<strong>de</strong>ar. A este respeito era sua casa Imma<br />

l)Otica franca, e continua pêra todos os pobres da villa: e porque não<br />

houvesse falta, procurava fazer bastante provisão pêra todo o anno do<br />

que cumpria pêra doentes. E-não se contentava com acodir aos pobres<br />

sabidos, e públicos: remediava <strong>de</strong> secreto a muitos, que sabia pa<strong>de</strong>cião<br />

gran<strong>de</strong>s faltas, e o querel-as por honra encobrir, as fazia mais pesadas,<br />

Aos presos socorria com esmolas. Aos enfermos do hospital não se sa-<br />

tisfazia com mandar mimos: <strong>de</strong>terminou hir pessoalmente servil-os, e cu-<br />

ral-os; e se o <strong>de</strong>ixou <strong>de</strong> fazer, foi porque seu Confessor liro tolheo. Es-<br />

crito es^tá, que aceita o Senhor como feito á sua própria pessoa qual-<br />

quer bem que í^izemos ao pobre(l). Estes, que fazia, lhe pagava em altos<br />

interesses <strong>de</strong> misericórdias: porque alem das consolações interiores, que<br />

como temos dito lhe communicava na oração, acodia-lhe com gran<strong>de</strong>s<br />

illustrações da alma, e com huns raptos dos sentidos muito amiudados,<br />

que com tal pasto lhe cevavão o espirito, que se fora licito não quizera<br />

nunca tornar em si. Afíinnva-se, e crecia a char ida<strong>de</strong> nos favores, e ren-<br />

dia-lhe novos merecimentos, e maiores mercês, Affirma seu Confessor,<br />

que o mesmo Christo Senhor nosso se lhe mostrou muitas vezes no<br />

tempo, que rezava o Officio Divino: e em hum dia da Ascenção, festa <strong>de</strong><br />

íjue era <strong>de</strong>votíssima, lhe fez hum raro favor, que passou d'esta maneira.<br />

Achando-se no no-^so Convento como costumava, c assistindo áquella hora<br />

em que o bom Jesu se foi pêra o Pai Eterno, acompanhava com a con-<br />

si<strong>de</strong>ração, por huma parte a gloria com que hia capitaneando exercití)S<br />

<strong>de</strong> almas santas, por seu sangue da prisão antiga resgatadas, e triun-<br />

fando do inferno: por outra os gozos, e júbilos, com que era recebido<br />

il\ Corte Celestial: seguia-o cheia <strong>de</strong> prazer até o Ceo empirio. Logo <strong>de</strong>-<br />

cia com o pensamento a ajudar a sentir as sauda<strong>de</strong>s da Mãi sagrada, e<br />

dos santos Apóstolos, que com almas, e olhos se hião apoz elle tão ar-<br />

rebatados, e suspensos, que parecia quererem voar. No meio d'estas<br />

consi<strong>de</strong>rações solenizadas humas, e outras com lagrimas, hora <strong>de</strong> ale-<br />

gria, hora <strong>de</strong> magoa: eis que subitamente lhe começão a cahir sobre o<br />

ÍM3Íto muitas rosas, que víikIo subitamente do alto, e por boa conta dos<br />

(1) MatUi. 23.

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