17.04.2013 Views

Da Vida de São Domingos – Fr. Luís de

Da Vida de São Domingos – Fr. Luís de

Da Vida de São Domingos – Fr. Luís de

SHOW MORE
SHOW LESS

Create successful ePaper yourself

Turn your PDF publications into a flip-book with our unique Google optimized e-Paper software.

PAnTICri AH DO RF.ÍNO Dl! PORTUGAL âlí<br />

Esle siiccesso <strong>de</strong> crecer a cera, ou nâo se gastar nada, ou gaslar-se<br />

em tão pouca quantida<strong>de</strong>, que lançada conta ao tempo que sérvio ar<strong>de</strong>ndo,<br />

parece exce<strong>de</strong>r os termos naturaes, he hum argumento nos Ofíicios dos<br />

fieis <strong>de</strong>funtos, <strong>de</strong> que ordinariamente se faz muito caso, junta com a<br />

boa opinião que <strong>de</strong>ixâo <strong>de</strong> vida, e costumes, pêra se consolarem os que<br />

os amão, e se ratificarem no juizo que <strong>de</strong> suas obras faziâo, havendo<br />

que tem por ellas galardão <strong>de</strong> gloria. Alguns semelhantes <strong>de</strong>ve ter en-<br />

contrado o leitor no que íica atrás escrito, e outros achará no que resta<br />

d'esta historia: porque não he bem <strong>de</strong>ixarmos nada do que achamos<br />

apontado em credito, e honra d"aquellcs <strong>de</strong> quem escrevemos. Mas po-<br />

<strong>de</strong>-sc fiar <strong>de</strong> nós, que em todos fizemos as diligencias que está obriga-<br />

do quem sahe a publico, e <strong>de</strong>seja não ser julgado, ou por fácil em crer,<br />

ou por temerário em contar.<br />

CAPITULO XXVIÍ<br />

Do naciumih do sanio Infante dom Fernando: e <strong>de</strong> sua<br />

religiosa vida, e santos costumes.<br />

Segundo a or<strong>de</strong>m que até este ponto vamos seguindo <strong>de</strong> contar<br />

ludo o que achamos digno <strong>de</strong> memoria por qualquer via que seja em<br />

cada Convento: não pedirei perdão do titulo que damos ao capitulo pre-<br />

sente. Porque on<strong>de</strong> concorre santida<strong>de</strong>, e pessoa Real, e tocar-nos tão<br />

<strong>de</strong> perto como em filho do fundador, e em Principe <strong>de</strong>ste Ueino: e tal<br />

Príncipe que poios naturaes <strong>de</strong>lle otíereceo sua pessoa a hum duro ca-<br />

tiveiro, e em fim <strong>de</strong>u a vida porque se não <strong>de</strong>sse aos Mouros huma ci-<br />

da<strong>de</strong> importante : tudo convida a afinar em seu serviço o estylo, não só<br />

a referir o que lhe toca polo termo ordinário que levamos. Que se Roma<br />

estimou tanto os seus Decios, que não acaba <strong>de</strong> os pôr no Ceo com<br />

louvores (1), porque souberão disfarçar-se pêra se lhe per<strong>de</strong>r o respeito en-<br />

tre os enemigos, e po<strong>de</strong>rem com sua morte fazer seus exercios vence-<br />

dores. E se a mesma Roma fez igual caso <strong>de</strong> hum Regulo, porque se<br />

atreveo a aconselhar no Senado que não resgatasse cativos (2) sendo elle<br />

que o aconselhava, hum d'elles (e não erão os Decios nem Regulo mais<br />

que huns cidadãos ordinários ainda que muito nobres) com que pagare-<br />

(1) M. Tullius lib. 2. Tuscul. -Yalfr. Max. lib. S. cap. C. (2) Vai. Max. lib. 1. cap.<br />

I. — Horat. Garm. lib. 3 O<strong>de</strong> S.

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!