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Da Vida de São Domingos – Fr. Luís de

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288 LIVUO VI DA HISTORIA DK S. DOMINGOS<br />

piadoso, ou mais ilesoccupaclo tomasse a seu cargo agasallial-os em pró-<br />

prio domicilio. Quem foi aquelle que <strong>de</strong> tal pensamento se <strong>de</strong>ixou levar,<br />

e primeiro poz mâo na obra, ha varias opiniões. Porém <strong>de</strong> que se acabou,<br />

e fez a maior parte do que está levantado por or<strong>de</strong>m <strong>de</strong>l-Rei dom<br />

Manoel, ou <strong>de</strong> consentimento seu, e em seu tempo, nâo be matéria <strong>de</strong><br />

duvida, porque está verificado com argumentos, e provas certas. He a<br />

primeira verem-se no lugar mais autorizado d'ella, qual be a capella,<br />

que entre as sete fica fronteira da entrada, as esferas, que atrás disse-<br />

mos, da primeira porta, certa, e sabida divisa <strong>de</strong>l-Rei dom Manoel, que<br />

nunca trocou. Seja a segunda ler-se nos remates dos ângulos da mesma<br />

capella a letra ; Tanijas erey, em suas targetas entre dous laços. D'on-<br />

<strong>de</strong> infirimos, que esta letra tâo repetida na fermosa prospectiva da por-<br />

tada, como a cifra das três letras da primeira porta, erâo manifestamen-<br />

te pertencentes ao mesmo Hei, pois buma, e outra se vem agermanadas<br />

com as esferas. E nâo faz em contrario a Cruz <strong>de</strong> Cbristo, que atrás vimos<br />

na primeira entrada ; porque foi dignida<strong>de</strong> do Mestrado que pos-<br />

suio antes <strong>de</strong> reinar, e <strong>de</strong>spois a unio pêra sempre á Coroa. Mas toda<br />

a duvida nos tira buma letra Latina esculpida sobre a porta, por on<strong>de</strong><br />

se entra no primeiro pateo da banda <strong>de</strong> <strong>de</strong>ntro, que diz : Ferfectum est<br />

opus anno 1509. Querendo significar, que se poz n'aquelle estado <strong>de</strong> per-<br />

feição em tal anno ; que era o mesmo em que havia já muitos, que glo-<br />

riosamente reinava gozando das victorias, e thesouros da índia.<br />

Não falta quem fun<strong>de</strong> em boas rezôes, que foi autora a Rainha dona<br />

Lianor sua irmã, obrigada <strong>de</strong> dous táo gran<strong>de</strong>s penhores, como tinha<br />

sem sepultura própria no Convento, que erao el-Rei dom João segundo<br />

seu marido, e o Príncipe dom AíTonso seu filho ; e como possuía gros-<br />

sas rendas, e era Princeza <strong>de</strong> gran<strong>de</strong>s espíritos, e el-Rei dom Manoel<br />

seu irmão lhe reconhecia, além do sangue, e estado, particulares obri-<br />

gações, pola diligencia com que procurara sua successão no Reino, a que<br />

el-Rei dom João se mostrava manifestamente contrario ;<br />

podia bem apli-<br />

c^ir-se a semelhantes gran<strong>de</strong>zas. Ajuntão os que tem esta opinião, que o<br />

<strong>de</strong>ixar o melhor lugar, que era a Capella do meio, pêra el-Rei dom Ma-<br />

noel sinalando-a logo com suas letras, e divisas, fora querer imitar o es-<br />

tilo, e mo<strong>de</strong>ração <strong>de</strong>l-Rei dom João o primeiro ; e pola mesma rezão es-<br />

colhera pêra si, e pêra el-Rei dom João segundo seu marido huma das<br />

collateraes, em que se vé o pelicano ferindo o peito, empresa sua mui-<br />

to sabida. Mas po<strong>de</strong> mais o tempo, que todas as <strong>de</strong>terminações dos ho-

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