17.04.2013 Views

Da Vida de São Domingos – Fr. Luís de

Da Vida de São Domingos – Fr. Luís de

Da Vida de São Domingos – Fr. Luís de

SHOW MORE
SHOW LESS

You also want an ePaper? Increase the reach of your titles

YUMPU automatically turns print PDFs into web optimized ePapers that Google loves.

210 LIVRO V DA HISTOHIA DE S. DOMIXOOS<br />

levantai'em por vezes as cortinas, pêra verem se eraò algamns míiiínns<br />

das que havia em casa. Entre o tumulto soavão campainhas com hum<br />

tinido Ião esperto, que até a enferma perguntou se vinha o medico : e<br />

íicou-se enten<strong>de</strong>ndo que <strong>de</strong>vião ser as ahnas santas, que toda a vida po<br />

ra aquelía hora com <strong>de</strong>vação chamara, c que Deos permittia sentir-sf<br />

sua assistência no rumor, e campainhas pêra exemplo <strong>de</strong> todas, e certi-<br />

íicação da santida<strong>de</strong> d"aquel!a, que vinliâo buscar. A ultima palavra, com<br />

que acodio, <strong>de</strong>spois que vio não satisfazião á sua pergunta, foi formai-<br />

inente: Nunca me <strong>de</strong>sespantarei doesta gente: e trás elia com muita<br />

quietação ren<strong>de</strong>o o espirito, ficando-lhe no rosto huma formosura, e res-<br />

})landor a juizo <strong>de</strong> todas como <strong>de</strong> hum Anjo. Houve <strong>de</strong> sua gloria mui-<br />

tos sinaes, que não referimos por serem testimunhos singulares lluni<br />

só diremos, que foi publico a toda a Communida<strong>de</strong>.' Por Agosto primeiro<br />

seguinte quizerão as amigas hoin-ar-lhe a memoria, e satisfazer a suas<br />

sauda<strong>de</strong>s, mandando4he cobrir a cova com huma gran<strong>de</strong> campa : e por-<br />

que sahio nuiito grossa, foi necessário tirar tanta terra, que se tcmco<br />

chegassem a <strong>de</strong>scobrir o corpo. N'este tempo estando as Madres teme-<br />

rosas <strong>de</strong> po<strong>de</strong>r sahir algum sentimento <strong>de</strong> corrupção, foi o Senhor ser-<br />

vido <strong>de</strong> as consolar com hum suavíssimo cheiro tão vivo, e manifesto,<br />

que recendia por todas as crastas, e-subio ás varandas, e em íim encheo<br />

o Mosteiro.<br />

Não será rezão ficar fora d'estas memorias a gran<strong>de</strong> simplicida<strong>de</strong> da<br />

Madre Sor Lianor <strong>de</strong> Moraes, que sendo doente muitos ânuos, e iU<br />

doenças trabalhosas, nunca so po<strong>de</strong> acabar com ella que comesse car-<br />

ne. Ajuntava a isto oração <strong>de</strong> noites inteiras, muita elevação, muitas dis-<br />

ciplinas: e lembrada das bofetadas, que o bom Jcsu em seu divino rosto<br />

sofreo, recebia com gran<strong>de</strong> espirito, e força muitas <strong>de</strong> suas próprias<br />

mãos. Muito antes que acabasse a vida avisou a algumas amigas o tem{)o<br />

cm que havia <strong>de</strong> ser, sinalando o moio da Quaresma d"aquelie anno, e<br />

pontualmente assi succe<strong>de</strong>o.<br />

CAPITULO XLI<br />

<strong>Da</strong> Madre dona Jeronyma, Religiosa da Icrceira regra^<br />

e Or<strong>de</strong>m <strong>de</strong> <strong>São</strong> .<strong>Domingos</strong>.<br />

A este lugar se <strong>de</strong>ve concluirmos com tudo o que achamos na villa<br />

<strong>de</strong> Santarém pertencente á t)r<strong>de</strong>m: e não <strong>de</strong>sdirá o íim dos princípios,

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!