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Da Vida de São Domingos – Fr. Luís de

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220 LIVRO V DA IIISTOKIA DK S. DOMINGOS<br />

jardins do Ceo, ella por humilda<strong>de</strong> não se atrevia a cuidar tal. Mas vis-<br />

to, e contado o successo por pessoas, que se acharão presentes, e vi-<br />

rão, e tocarão as rosas, estava claro, que não havia outra parte d'on<strong>de</strong><br />

a tal tempo pu<strong>de</strong>ssem vir. Porque nem na Igreja, nem nos aliares íui-<br />

via nenhuma, e era o cheiro, e a vista tal, que bem testimunhava <strong>de</strong> qu(í<br />

jardim vinhão.<br />

No mesmo Convento em huma noite <strong>de</strong> Natal, cantando-se o oíTicio<br />

d'aquella santa festa, vio hum Anjo, que com balanças hia pesando a ik-<br />

vação, e attenção <strong>de</strong> cada hum dos Religiosos, e <strong>de</strong>spois levava pêra o<br />

Ceo seus merecimentos, e os louvores que davão a Deos. No meio íVes-<br />

tes mimos, ou pêra. os sabermos estimar, ou pêra exercício <strong>de</strong> paciei>-<br />

cia, permittia o Senhor, que lhe apparecesse o <strong>de</strong>mónio algiimas vezes,<br />

l^rocurava o maldito perturbal-a, e divertil-a da oração, represeníava-se-liie<br />

tão feio, e temeroso como he. Mas havia-o com quem eslava encasiella-<br />

da na fortaleza da pedra, que he Christo, e vestida nas armas da fé: nenhum<br />

caso fazia d^elle, tratava-o com <strong>de</strong>sprezo, e sem nenhum medo<br />

dizla-lhe o que era costumada respon<strong>de</strong>r a qualquer pensamento ocioso,<br />

que n'outro tempo se lhe offerecia. Erão as palavras: Andar, andar em-<br />

bora; outrem está já senhor da pousaíla. Desaparecia logo corrido, e<br />

raivo*so, e vingava-se em llie apagar a can<strong>de</strong>a, com que rezava: e huma<br />

noite que sintio mais ver-se <strong>de</strong>sprezado, apagou-lh'a com a mão da mesma<br />

Wadre, <strong>de</strong> modo que lhe <strong>de</strong>ixou queimado lium <strong>de</strong>do.<br />

CAPÍTULO XLIV<br />

De algumas mercês que Deos fez a differentes pessoas por meio <strong>de</strong> suas<br />

orações: e <strong>de</strong> huma mui soberana, que llie [ez aella: e <strong>de</strong> seu bendito transito,<br />

Assi como o Senhor piadoso permittia as vexações, que temos con-<br />

tado, pêra prova do valor <strong>de</strong> sua serva, também lhe acodia logo com a<br />

paga <strong>de</strong> contado em novos favores. Era muito <strong>de</strong>vota da Santa Madalena,<br />

e do l^adre Santo Thomás, e <strong>de</strong> Santa Caterina <strong>de</strong> Sena, a quem chamava<br />

sua mãi. Hum dia se vio visitada <strong>de</strong> todos três juntos, certifican-<br />

do-a com celestial consolação, que erão suas orações aceitas diante <strong>de</strong><br />

Deos. E vio os eífeitos d'esta verda<strong>de</strong> em muitas cousas. Porque quasi<br />

nenhuma pedia com efflcacia, que não alcançasse. Foi huma o remedie<br />

<strong>de</strong> hum cativo dos que se per<strong>de</strong>rão na batalha <strong>de</strong> Alcacere: remédio,<br />

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