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Da Vida de São Domingos – Fr. Luís de

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42 LIVRO lY DA niSTOIUA DE S. DOMINGOS<br />

dia receber próprios, quando fez testamento poz obrigação aos her<strong>de</strong>iros<br />

<strong>de</strong> sua fazenda, que todos os annos lhe mandassem cantar poios <strong>Fr</strong>a<strong>de</strong>s<br />

d'esta casa huma Missa solene <strong>de</strong> Uequiem, e que fosse (são palavras<br />

formaes da lembrança) por dia <strong>de</strong> lava-pés; e por ella se <strong>de</strong>ssem <strong>de</strong><br />

esmola cinco livras, que respon<strong>de</strong>m na moeda presente oitocentos réis<br />

a IGO réis por hvra. Muitas outras pessoas acudirão com grossas esmo-<br />

las ; que na verda<strong>de</strong> reina na gente d'este lugar hum particular eíTeito,<br />

<strong>de</strong> charida<strong>de</strong> com as Religiões : e a <strong>de</strong> S. <strong>Domingos</strong> o tem experimen-<br />

tado por todas as ida<strong>de</strong>s.<br />

Assi crecia a obra: e a vista d'ella espertava novo gosto nos mora-<br />

dores <strong>de</strong> a verem sobir, e adiantar ; pêra o que os que não tinhão dado<br />

nada abrirão <strong>de</strong> boa vonta<strong>de</strong> as bolsas, e trazião o que cada hum podia<br />

sem serem importunados. E os que já se tinhão olTertado tornavão <strong>de</strong><br />

novo com as mãos cheias, estimando ter maior parte na casa <strong>de</strong> Deos:<br />

que como era sua, e feita com benção, e applauso geral, não tardou muito<br />

em se acabar. Consta-nos que, sendo começada na entrada do anno <strong>de</strong><br />

1271 reinando el-Rei dom Afonso III, teve fim ainda em sua vida: e<br />

por esta conta não passou a fabrica <strong>de</strong> oito annos <strong>de</strong> trabalho, porque<br />

el-Rei faleceo no <strong>de</strong> setenta e nove.<br />

Acabado o Convento não quizerão os Religiosos que se acabasse a<br />

memoria das pessoas, que mais particularmente se empregarão em fa-<br />

vorecer, e ajudar a obra, e davão-se por mais penhorados com os <strong>de</strong>-<br />

votos, porque sabião que no edifício <strong>de</strong> Elvas, além <strong>de</strong> intervirem bra-<br />

ço, e esmolas <strong>de</strong> Rei, acudio o Papa com graças espirituaes pêra obri-<br />

gar outros povos, e concorrerão muitos Bispos com as suas, os quaes<br />

he <strong>de</strong> crer abririão também os thesouros da terra, quando assi commu-<br />

nicavão os do Ceo. Poserão em lembrança os nomes <strong>de</strong> todos pêra fi-<br />

carem sempre vivos, e sabidos por meio da Religião, pêra honra geral<br />

da villa, e particular dos parentes, e successores. De mão <strong>de</strong> <strong>Fr</strong>ei João<br />

<strong>de</strong> Braga os achamos escritos, que sendo Prior do Convento no anno <strong>de</strong><br />

1410, replicou em hum breve tratado que colheo <strong>de</strong> memorias antigas<br />

o processo d'esta obra : no qual <strong>de</strong>spois <strong>de</strong> nomear as pessoas que atrás<br />

apontamos, ajunta Gonçalo Gonçalves Cavalleiro da Rosa, è sua mulher,<br />

e Orraca Annes, e dona Orraca Manteigada : as quaes chama donas, e<br />

Monjas <strong>de</strong> Lorvão : e dona Maria, Monja do hospital <strong>de</strong> Chavo. E dizendo<br />

que muita outra gente principal ajudara a obra com particulares dadivas,<br />

dá cm prova huma clausula <strong>de</strong> huma e*scntura que diz andava cm

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