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Da Vida de São Domingos – Fr. Luís de

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200 LIVRO V DA HISTORIA DE S. DOMINGOS<br />

Senhora <strong>de</strong> Alcáçova <strong>de</strong> Santarém, e <strong>de</strong> Rio maior da Or<strong>de</strong>m <strong>de</strong> x\vis<br />

e <strong>de</strong> dona Violante <strong>de</strong> Mendoca.<br />

CAPITULO XXXVII<br />

<strong>Da</strong> Madre Sor Giiimar <strong>de</strong> Sousa.<br />

Doesta Religiosa, a quem <strong>de</strong>mos o capitulo prece<strong>de</strong>nte, era prima<br />

com irmã a Madre Sor Guimar <strong>de</strong> Sousa, da qual po<strong>de</strong>mos dizer que<br />

foi hum retrato <strong>de</strong> toda a bonda<strong>de</strong>. Porque em tudo o que tocava ás<br />

leis da Religião se esmerou perfeitamente, e em especial em ser pobre<br />

<strong>de</strong> vonta<strong>de</strong>, e com effeito; que he ponto, em que ha muitos, e gran<strong>de</strong>s<br />

ganhos secretos. Pa<strong>de</strong>cia faltas <strong>de</strong> muitas cousas necessárias, e não só<br />

as levava com paciência mas com alegria. Na obediência era tão pronta,<br />

que em ouvindo o nome da Prelada em qualquer estado que estivesse,<br />

ainda que fosse comendo, e pêra cousas <strong>de</strong> pouca importância, tudo <strong>de</strong>i-<br />

xava, com quanto por ser muito doente tinha a escusa na mão. <strong>Da</strong>va-se<br />

á oração quasi continuamente, e esta era sua principal occupação. Não<br />

falava, nem consentia falar <strong>de</strong> pessoa ausente em sua presença, senão<br />

com louvor. Era mui humil<strong>de</strong> <strong>de</strong> coração, e obras : o que se via em que<br />

<strong>de</strong>spois <strong>de</strong> ser duas vezes Prioressa, e no tempo que o era, ensinava <strong>de</strong><br />

boa vonta<strong>de</strong> a ler, e cantar as que sabião pouco: e isto sem lh'o pedi-<br />

rem, mostrando particular gosto do trabalho que tomava em as instruir<br />

(verda<strong>de</strong>iro ofQcio <strong>de</strong> Prelados, mais que occuparem-se com todo o cui-<br />

dado, como aconteòe muitas vezes, em temporalida<strong>de</strong>s, havendo que só<br />

consiste n'8llas toda a sustancia do cargo.) Era muito escrupulosa nas<br />

cousas <strong>de</strong> sua obrigação : e d'aqui lhe nacia folgar <strong>de</strong> ensinar as igno-<br />

rantes, e juntamente tratar com letrados pêra apren<strong>de</strong>r o que não sabia.<br />

Por estas virtu<strong>de</strong>s alcançou <strong>de</strong> Deos hum soberano favor por ella com<br />

longas instancias requerido, que foi dar-lhe n'esta vicia a sentir parte dos<br />

tormentos, que pa<strong>de</strong>ceo na Cruz, O modo era acodirem-lhe em certos<br />

dias humas dores tão excessivas em todos os membros, que aíTirmava<br />

não erão menos, que se hum por hum lh'os fossem espedaçando todos<br />

e porque ficava <strong>de</strong> todo tolhida, não tinha remédio pêra as passar senão<br />

<strong>de</strong>itada em cama. Quando lhe começarão, como os médicos não enten^<br />

dião o que era, applicavuo remédios, e mesinhas ; e ella por se encobrir,<br />

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