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Da Vida de São Domingos – Fr. Luís de

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í»At\TICrLAt\ DO REÍXO DE PORTUGAL 165<br />

ilcr conjunção, mandando eíTicazos requerimentos aos Capítulos geraes<br />

com krgas relações do estado do Mosteiro, dos apertados encerramen-<br />

tos em que tivera principio, e da estreiteza, e recolhimento, e religião<br />

com que procedia. E com ellas alcançarão que fosse sua petição vista»<br />

e bem ouvida em hum Capitulo, e aprovada n"outro. Mas faltava ser con-<br />

firmada em terceiro, segundo o estilo, que então guardava a Or<strong>de</strong>m nas<br />

aceitações dos xMosteiroSv Julgavão aquelles primeiros Padres, que sen-<br />

do carga mui pesada pêra gente, que buscava perfeição, encarregar- se<br />

<strong>de</strong> governo <strong>de</strong> molheres, governo, e comunicação encontrada sempre com<br />

o espirito, metessem tanto intervallo em meio (e polo menos fosse o es»<br />

paço <strong>de</strong> três Capítulos geraes) pêra qne a dilação madurasse o conselho<br />

nos aceitantes, e <strong>de</strong>scobrisse nos requerentes a firmeza <strong>de</strong> tenção, e <strong>de</strong>*<br />

vação com que buscavão a Or<strong>de</strong>m, e com que se snjeitanão ás leis, e<br />

austerida<strong>de</strong>s (relia.<br />

Entrava o anuo <strong>de</strong> 1287. Estava publicado Capitulo geral pêra Bor-<br />

<strong>de</strong>os, cida<strong>de</strong> <strong>de</strong> <strong>Fr</strong>ança sobre o Oceano Gallico. Pareceo ás reclusas que<br />

ihes convinha fazer ultimo esforço n'elle, e aproveitar-se <strong>de</strong> todos os<br />

meios <strong>de</strong> diligencia, e negoceação, pêra inclinarem os Capitulares a pie-<br />

da<strong>de</strong>. Em primeiro lugar acordarão que seria ponto mui eííicaz aparecer<br />

no capitulo huma d'ellas re(juerendo a causa <strong>de</strong> todas, e representando<br />

sua communida<strong>de</strong> como carta viva. Elegerão logo huma boa velha por<br />

nome Domingas João, velha, e muito antiga nos annos, mas inteira, c<br />

ílrme na <strong>de</strong>sposição, e endurecida nas mortificações <strong>de</strong> emparedada, em<br />

que se criara, ás quaes ajuntava calida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> iiob!'eza, e virtu<strong>de</strong> conhe-<br />

cida, e gran<strong>de</strong>s espiritoSv Buscarão favores, e cartas dos Fidalgos da<br />

Corte, porque o Mestre Geral era Castelhano. A Camará, e o governo<br />

<strong>de</strong> Santarém quiz também ajudar o requerimento, e acreditar a santa messageira,<br />

e <strong>de</strong>u-lhe suas cartas pêra o Padre Geral. Com o primeiro bom<br />

tempo do anno partio Domingas João, e seguio seu caminho com tal<br />

cuidado, qne muitos dias antes da santa Páscoa <strong>de</strong> Penlecoste se achou<br />

em Bor<strong>de</strong>os, espantando aos Religiosos, e a terra toda a nova peregri-<br />

na, e a calida<strong>de</strong> do requerimento. Mas ninguém se espantou mais, que<br />

o- Geral da Or<strong>de</strong>m, quando posta a seus pés lhe presentou as cartas que<br />

levava, e em poucas, e discretas palavras relatou o intento <strong>de</strong> sua jor-<br />

nada. E disse-lhe o bom Padre maravilhado : O mulier, mngna esí /i<strong>de</strong>s<br />

tua. Logo foi vendo as cartas da Corte <strong>de</strong> Portugal, que davão noticia

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