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cronistas leigos, cronistas religiosos ea antropafagia

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algodão, para ascender o fogo, utilizam duas varetas de uma madeira que chamam ubaçú-iba,<br />

esfregando um no outro de modo a produzir pó e o calor da esfrega ascende esse pó 74 .<br />

Staden descreve a prática do escambo praticado com os europeus, sendo esse sempre<br />

na direção dos europeus darem aos índios quinquilharias: machados, facas, anzóis, espelhos,<br />

contas de vidro e até armas, em troca, inicialmente de víveres e de produtos da terra, como o<br />

pau-brasil, depois os europeus passaram a pedir em troca, escravos, contudo os europeus<br />

também podiam dar aos indígenas, seus inimigos, como ocorre em um caso que Staden narra,<br />

onde os franceses em troca de produtos alimentícios, deram aos índios um português que<br />

tinham capturado 75 . O próprio Staden foi resgatado dos indígenas, pelos franceses, através da<br />

troca de mercadorias por ele.<br />

Com relação aos costumes indígenas, Staden narra que em sua despedida dos<br />

indígenas ao embarcar no navio francês, uma das mulheres de seu dono encontrava-se<br />

presente e “segundo o seu costume, de lamentar-se em altas vozes e lastimei-me também,<br />

como entre eles é habito” 76 (saudação lacrimosa era comum entre os povos tupi).<br />

Sobre a questão das mulheres, Staden diz que “a maioria dos homens tem só uma<br />

mulher, alguns, porém têm mais e muitos dos seus principais tem treze e quatorze” 77 , sendo<br />

que o chefe Abati-poçanga, ao qual, Staden foi dado de presente pela segunda vez, tinha<br />

muitas mulheres, sendo que, a primeira dessas mulheres era suprema entre elas, mas cada uma<br />

tinha seu espaço particular, seu próprio fogo e sua própria plantação de mandioca, contudo<br />

elas viviam em boa harmonia entre elas. Staden, ainda relata sobre esse assunto, que: “Entre<br />

os selvagens é costume um dar presente a outro uma mulher, quando dela se enfada. Sucede<br />

também que se presenteiam com uma filha ou irmã” 78 . Ainda com relação às mulheres,<br />

Staden diz que viu mulheres “cerca de quatro dias depois de um nascimento, andar daqui e<br />

d’acola” 79 e que elas carregam seus filhos envolvidos em panos de fio de algodão, sobre as<br />

costas, e assim trabalham.<br />

Sobre os nomes das crianças masculinas, Staden diz que elas, ganham um nome ao<br />

nascer até poder guerr<strong>ea</strong>r com os inimigos, quando então “recebe tantos nomes quantos<br />

inimigos tenha matado” 80 . Com relação às mulheres: “Na infância têm apenas um nome;<br />

74 Ibid., p. 157.<br />

75 Ibid., p. 140.<br />

76 Ibid., p. 143.<br />

77 Ibid., p. 171.<br />

78 Ibidem.<br />

79 Ibid., p. 170.<br />

80 Ibid., p. 169.<br />

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