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cronistas leigos, cronistas religiosos ea antropafagia

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Também relata que nas aldeias onde os jesuítas frequentemente visitavam, os índios<br />

tinham o costume (obrigação) de chamar os padres e que os índios doentes “é de nos curado e<br />

remediado assim no corpo como na alma o melhor que podemos, e assim poucos morrem que<br />

não sejam batizados no artigo da morte, quando eles amostram sinais de fé e de contrição, e<br />

assim destes como dos inocentes regenerados com a água do batismo se salvam muitos” 70 .<br />

Vemos que as doenças tinham uma presença constante na vida e no trabalho dos<br />

jesuítas, quer estejam grassando entre os indígenas – o que era mais comum, principalmente<br />

quando a prática dos ald<strong>ea</strong>mentos foi posta em prática – que entre os próprios padres, sendo<br />

que a esse respeito, Nóbrega, diz que o ano de 1559: “Foram este ano tantas doenças e<br />

trabalhos que ouve nesta casa que não saberei contar, porque todos os Padres achegarão as<br />

portas da morte (…)” 71 .<br />

6 – Map<strong>ea</strong>mento étnico feito pelo autor:<br />

As cartas de Nóbrega gravitam em torno da obra missionária, por isso Nóbrega<br />

descreve as etnias indígenas que são contatadas com essa finalidade. Logo ao aportar na Bahia<br />

no ano de 1549, Nóbrega relata que na incipiente povoação que lá existia, colonos e índios<br />

conviviam em paz, sendo esses índios amigos de Diogo Álvares, o Caramuru, sendo então da<br />

etnia tupinambá (1). Sobre esses índios, diz que comiam carne humana, faziam guerra, e que<br />

os padres trabalhavam, no sentido de “saber [aprender] a língua deles e nisto o padre Navarro<br />

nos leva vantagem a todos” 72 , sendo por isso que Nóbrega disse “trabalhei por tirar em sua<br />

língua as orações e algumas práticas de Nosso Senhor e não posso achar língua que l’o saiba<br />

dizer, porque são eles tão burros que nem vocábulos têm” 73 , pois não sabia ainda a língua<br />

nativa, pois esta ainda não se encontrava compilada.<br />

Andando pelo sertão, Nóbrega diz que “achávamos muita diferença de negros<br />

[índios]” 74 , porém não cita nenhuma etnia indígena durante suas andanças pelo sertão. Quanto<br />

aos índios que comeram o bispo Sardinha, os chama de caetés (2), sendo que por causa dessa<br />

ação, eles sofreram, mas não imediatamente, um grande agravo do governador.<br />

Cita as experiências do Peru e do Paraguai, sendo que neste último, com poucos<br />

homens os castelhanos construíram uma cidade cristã – Assunción – no meio do gentio<br />

70<br />

NÓBREGA, Pe. Manuel da. Ao P. Miguel de Torres e Padres de Portugal… Op. cit., p. 296-297.<br />

71<br />

Ibid., 307-308.<br />

72<br />

NÓBREGA, Pe. Manuel da. Carta ao padre mestre Simão Rodrigues… Op. cit., p. 48.<br />

73<br />

Ibid., p. 48-49.<br />

74<br />

Sem Autor. Carta dos Meninos do Colégio de Jesus da Baía ao P; Pedro Domenech… Op. cit., p. 150.<br />

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