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cronistas leigos, cronistas religiosos ea antropafagia

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entre os indígenas que o mantinham aprisionado com objetivo de devorar-lhe, em proveito<br />

próprio, ou seja, para salvar sua vida, também descreve que se um prisioneiro ficava doente e<br />

os índios não viam sinal de melhora em seu estado, este era morto, mas sem os cerimoniais de<br />

costume, antes que morresse em decorrência da doença; Nóbrega relata que as doenças<br />

tinham uma presença constante (marcante) na vida e no trabalho dos jesuítas, sendo que elas<br />

faziam com que os índios vissem os padres de dois modos diferentes: com medo, pois alguns<br />

índios achavam que os padres lançavam a morte na forma das doenças e com grande gratidão<br />

(apreço), pois outros índios tinham que os padres evitavam muitas mortes com suas orações.<br />

De modo geral, Nóbrega quer dizer que as doenças afetam o trabalho de conversão, tanto de<br />

maneira positiva quanto de maneira negativa, mas de modo geral elas eram benéficas ao<br />

trabalho de conversão, pois elas propiciavam a conversão, ou seja, a salvação de muitas almas<br />

no limiar da morte – era mais fácil os índios aceitarem o cristianismo na hora da morte;<br />

Anchieta segue a linha de Nóbrega, pois relata que as doenças facilitavam a conversão dos<br />

índios ao cristianismo, principalmente na hora/limiar da morte, contudo descreve que nem<br />

todos os índios aceitavam o batismo – que simbolizava a conversão – na hora da morte, ou<br />

seja, houve resistência por parte dos indígenas, além disso, também relata que essas doenças<br />

tinham um efeito devastador entre os indígenas, sendo que os padres não negavam ajuda a<br />

quem a pedisse, não importando a enfermidade que a pessoa possuía, sendo que os padres,<br />

segundo Anchieta, tentavam salvar tanto a pessoa (corpo) quanto (principalmente) a alma.<br />

6 – Map<strong>ea</strong>mento étnico feito pelo autor:<br />

Os próprios <strong>cronistas</strong> deixam claro em suas obras que existe na América portuguesa<br />

(Brasil) do século XVI uma imensa diversidade de tribos (etnias) indígenas, que diferiam uma<br />

das outras em vários aspectos, sendo que os principais aspectos levados em conta pelos<br />

<strong>cronistas</strong> para a diferenciação dos indígenas eram: a questão lingüística, a forma de moradia e<br />

a cultura material que esses índios possuíam. Contudo, a descrição do índio enquanto pessoa<br />

(ser humano) é feita de uma maneira similar nesses relatos, sendo os índios descritos como<br />

pessoas que possuíam um corpo bem proporcionado, com a pele avermelhada – queimada<br />

pelo sol –, cujas habilidades com o arco e a flecha impressionavam, além de andarem, quase<br />

todos os indígenas contatados, inteiramente nus.<br />

Dessa forma, temos nas obras dos quatro <strong>cronistas</strong> analisados, a descrição de muitas<br />

etnias (tribos) indígenas, contudo a forma que cada um desses <strong>cronistas</strong> conheceu/entrou em<br />

contato com as etnias indígenas que descreve difere: Staden conheceu intrinsecamente a etnia<br />

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