cronistas leigos, cronistas religiosos ea antropafagia
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tupinambá, pois foi seu prisioneiro por nove meses, e dentro desse espaço de tempo conheceu<br />
as demais etnias indígenas que descreve; Knivet também foi prisioneiro, mas dos tamoios,<br />
sendo que também conheceu etnias indígenas participando de expedições bélicas e nas de<br />
comércio – troca de quinquilharias por escravos; Nóbrega e Anchieta descrevem as etnias<br />
indígenas que entram em contato durante o trabalho missionário.<br />
As descrições sobre as etnias indígenas variam de acordo com cada cronista e com o<br />
conhecimento que este adquiriu desta etnia. Tomando por exemplo a obra de Staden, temos<br />
que ele descreve pormenorizadamente os índios tupinambás, pois conviveu como prisioneiro,<br />
nove meses entre esses índios, sendo o contato que teve com as outras etnias foi esporádico,<br />
por isso a descrição que faz delas é bem sucinta. Junto da descrição e da nom<strong>ea</strong>ção das etnias<br />
indígenas, os <strong>cronistas</strong> geralmente as localizam geograficamente (região onde habitavam) e<br />
indicam quais eram as relações que esta etnia tinha em relação aos europeus – principalmente<br />
os portugueses –, ou seja, se eram inimigas ou aliadas, bem como descrevem, mas não em<br />
todos os casos, as relações que possuíam com outras etnias indígenas. Não me deterei na<br />
descrição dessas relações, já que se encontram expostas no tópico de cada cronista, mas no<br />
número de etnias indígenas que cada cronista cita, sendo que: Knivet cita dezessete, sendo<br />
elas: Guaianases (1), Puris (2), Petiguaras (3), Carajás (4), Tupinambás (5), Lôpos (6),<br />
Aimorés (7), Mariquitás (8), Guaitacases (9), Guaianaguaçus (10), Tomiminós (11),<br />
Morupaques (12), Tupinaquis (13), Mataiás (14), Tamoios (15), Carijós (16), Tapuias (17);<br />
Staden cita dez, sendo elas: Tupinambás (1), Guaitacás (2), Tupiniquins (3); Carajás (4),<br />
Guaianás (5), Maracajás (6), Caetés (7), Potiguarás (8), Carijós (9), Tabajaras (10); Anchieta<br />
também cita dez, sendo elas: Carijós (1), Tapuias (2), Guaimuré (3), Potiguaras (4),<br />
Tupiniquins (5) Aimurés (6), Tupinambás (7), Temiminôs (8), Tamoios (9), Ibirajáras (10);<br />
Nóbrega cita oito, sendo elas: Tupinambá (1), Caetés (2), Carijó (3), Tupiniquins (4),<br />
Tamoios (5), Aimorés (6), Temiminós (7), Papaná (8) – deve-se levar em conta que se<br />
analisei apenas uma fração dos relatos de Anchieta e Nóbrega. De modo geral, excluindo-se a<br />
questão de gramática dos nomes das etnias, são citadas pelos quatro <strong>cronistas</strong> analisados,<br />
vinte e cinco etnias indígenas diferentes.<br />
7 – Com relação ao maravilhoso, a zoologia e a geográfica fantástica. O que o autor descreve?<br />
Podemos afirmar que nenhum dos quatro <strong>cronistas</strong> aproxima essas três categorias que<br />
marcam a literatura do período das grandes navegações, da descoberta e da conquista do Novo<br />
Mundo a descrição da prática antropofágica ou de qualquer outro costume indígena, ou seja,<br />
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