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cronistas leigos, cronistas religiosos ea antropafagia

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caminho de Porto Seguro, um índio sem motivo algum, contudo os índios revidaram<br />

queimando todos os quatro engenhos da região, provocando grande pânico entre a população,<br />

o qual só acabou quando o Governador mandou tropas para a região, sujeitando os índios em<br />

dois meses de embate. Como punição os índios tiveram que reconstruir os engenhos, aceitar a<br />

doutrina pregada pelos padres da Companhia de Jesus e não comerem mais carne humana, e<br />

por causa disso Nóbrega diz – em carta “Ao Card<strong>ea</strong>l Infante D. Henrique de Portugal. São<br />

Vicente 1 de junho de 1560” – que: “a ação de conservação dos gentios estava sendo bem<br />

conduzida onde encontrava elementos propícios e que por causa disso, toda a geração dos<br />

Tupiniquins, que é muito grande, poderá entrar no reino do céu” 40 .<br />

Sobre a questão, do Governador, ter punidos os índios por sua ação, Nóbrega diz que<br />

quando o Rei enviou os Governadores e justiça a essa terra, os colonos pararam de salt<strong>ea</strong>r o<br />

gentio como antes o faziam, contudo, nem por isso os índios deixaram “de tomar muitos<br />

navios e matarem e comerem muitos cristãos, de maneira que lhes convêm” 41 . A isso<br />

Nóbrega, relata que o Governador teve de declarar guerra aos índios da localidade do<br />

Parauaçu – que sempre foram inimigos dos cristãos – porque estes tinham matado e devorado<br />

quatro pescadores que teriam invadido seu território 42 .<br />

Diz que quanto o Governador Mem de Sá, se preparava para vingar a morte do Bispo<br />

Sardinha, teve de abortar tal intento para mandar tropas para o Rio de Janeiro, por causa da<br />

invasão francesa. Nesse confronto, Nóbrega, junto com Anchieta, tentaram convencer alguns<br />

índios tamoios a virar de lado, sendo que esse episódio ficou conhecido como conversão de<br />

Iperoig. Sobre a guerra em si, relata que os portugueses tomaram um navio francês que estava<br />

carregado de pau-brasil, e que os franceses e seus aliados indígenas tinham se refugiado no<br />

forte, contudo não relata como se deu o combate, apenas que “mostrou então Nosso Senhor<br />

sua misericórdia e deu tão grande medo nos franceses e índios que com eles estavam que se<br />

acolherão da fortaleza e fugiram, todos deixando o que tinham sem o poderem levar” 43 . Além<br />

de que esses franceses seguiam as heresias de Calvino, e que o Governador assaltou algumas<br />

aldeias, onde muitos índios foram mortos 44 .<br />

3 – O autor descreve algum mito indígena? Se sim, qual e como o descreve?<br />

40 NÓBREGA, Pe. Manuel da. Ao Card<strong>ea</strong>l Infante D. Henrique de Portugal… Op. cit., p. 364.<br />

41 NÓBREGA, Pe. Manuel da. Ao P. Miguel de Torres. Lisboa… Op. cit., p. 279-280.<br />

42 NÓBREGA, Pe. Manuel da. Ao Card<strong>ea</strong>l Infante D. Henrique de Portugal… Op. cit., p. 364-365.<br />

43 Ibid., p. 368.<br />

44 Ibid., p. 370.<br />

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