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cronistas leigos, cronistas religiosos ea antropafagia

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para o festim antropofágico, ao invés disso, ele relata muitas vezes que no final dessas guerras<br />

havia uma quantidade exagerada de prisioneiros, sendo que todos esses seriam destinados ao<br />

repasto canibal, como exemplo, para não entrarmos nas guerras travadas entre os índios,<br />

podemos ficar na festa que ele mesmo presenciou, ou seja, num espaço de tempo<br />

extremamente curto, os tamoios mataram todos os doze portugueses, um seguidamente do<br />

outro, sendo que sabemos que um esses prisioneiros não eram mortos logo que chegavam à<br />

aldeia, sendo que eles viviam alguns meses ou até anos entre seus captores, a não ser que ele<br />

estivesse ou ficasse doente, aí era levado para o mato onde, quebravam-lhe a cabeça, mas não<br />

consumiam sua carne.<br />

3 – O autor descreve algum mito indígena? Se sim, qual e como o descreve?<br />

Em seu relato, Knivet descreve dois mitos indígenas. Sobre o mito de Sumé, relata que<br />

ao ir guerr<strong>ea</strong>r, junto de Martim Correia de Sá, os guaianases, passou por uma localidade<br />

chamada Itaoca, onde existe um promontório de pedra alto e imenso, onde ele escutou os<br />

indígenas contar, que nesse lugar “lhes pregou um servo de Deus” 43 , sendo que em um dos<br />

rochedos é possível ver impressões de pés descalços na rocha, “todos de um só tamanho” 44 .<br />

O outro mito indígena que Knivet relata é o do Curupira, um espírito da floresta que os<br />

índios temiam e respeitavam, porque este matava os índios. Ele fez este relato durante a<br />

expedição de guerra contra os tamoios:<br />

“Os índios morriam, possuídos, como alguns deles diziam de um espírito ao qual chamam de Curupira,<br />

que os mata; muitos desses selvagens se queixavam de estar possuídos dos espíritos denominados<br />

Abaçai; os atormentados por este espírito, queriam que os amarrassem de mãos e pés com o cordel dos<br />

seus arcos e pediam aos seus amigos que lhes batessem com as cordas de pendurar suas redes; mas<br />

mesmo com toda esta cerimônia, não vi nenhum deles escapar de ter chegado a este estado” 45 .<br />

Ainda sobre essa questão dos espíritos, temos a consideração de Purchas, a pessoa<br />

responsável pela divulgação e impressão do relato de Knivet, dizendo que ouviu do próprio<br />

Knivet comentários sobre esses espíritos que possuíam e matavam os indígenas, sendo que:<br />

“um silvícola, por ocasião de se achar assim possesso, discutir com o gênio e am<strong>ea</strong>ça-lo de<br />

que se ele continuasse a tratá-lo tão mal, converter-se-ia em cristão; então, sob tal am<strong>ea</strong>ça, o<br />

espírito deixou a sua vitima” 46 .<br />

43 Ibid., p. 174.<br />

44 Ibid., p. 91.<br />

45 Ibid., p. 68-69.<br />

46 Ibid., p. 69.<br />

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