cronistas leigos, cronistas religiosos ea antropafagia

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De uma maneira geral, podemos dizer que essas diferenças apontam uma tendência no sentido de distinguir os cronistas leigos – Staden e Knivet – dos cronistas religiosos – Nóbrega e Anchieta. Embora também haja diferença entre as descrições de Staden e Knivet (leigos) e de Nóbrega e Anchieta (religiosos). Um dos principais motivos dessa diferença(s) entre as descrições dos cronistas leigos e religiosos, pode ser vislumbrado na descrição do ritual antropofágico, pois os cronistas leigos – Staden e Knivet – ao descrever a antropofagia procuram entender a sua lógica, ou seja, eles interpretam tal prática indígena, pois não tinham a preocupação que a antropofagia representasse uma crença (religião) para os indígenas, ao contrário dos religiosos – Nóbrega e Anchieta – que procuram, ao descrever a antropofagia, não a interpretar, pois se a antropofagia se constituísse numa crença (religião) para os indígenas, todo o projeto de catequização estaria comprometido, dessa forma, eles procuram mostrar que a antropofagia não passava de um costume, um mau costume (hábito) que os índios tinham e que precisava ser extirpado, pois ia contra a religião cristã. Dessa forma a antropofagia não se constituía numa barreira a conversão dos índios, pois estes não tinham, para os padres, nenhuma crença (religião), apenas maus costumes, que podiam, com a intervenção dos padres, serem facilmente eliminados. 163
A) Fontes Primárias: Referências Bibliográficas ANCHIETA, Pe. José de. Carta ao Padre Geral, de São Vicente, em 1° de junho de 1560. In: OLIVEIRA. Antonio Carlos & VILLA, Marco Antonio. Cronistas do Descobrimento. São Paulo: Ática, 1999, p. 97-111. ANCHIETA, Pe. José de. Carta aos Padres e Irmãos da Companhia de Jesus em Portugal, de Piratininga, 1555. In: Notícia do Brasil. São Paulo: Fundação Projeto Rondon – MINTER/Ministério da Educação – SESU, s/d, p. 5-8. ANCHIETA, Pe. José de. Informação do Brasil e de suas Capitanias (1584). Introdução de Leonardo Arroyo. São Paulo: Editora Obelisco, 1964. ANCHIETA, Pe. José de. Informação dos Casamentos dos Índios do Brasil. In: Notícia do Brasil. São Paulo: Fundação Projeto Rondon – MINTER/Ministério da Educação – SESU, s/d, p. 14-18. ANCHIETA, Pe. José de. Informação da Província do Brasil para nosso Padre – 1585. In: Notícia do Brasil. São Paulo: Fundação Projeto Rondon – MINTER/Ministério da Educação – SESU, s/d, p. 11-13. CORREIA, Pero. Carta de Pero Correia. De S. Vicente, 18 de julho de 1554. In: LEITE, Serafim. Novas Cartas Jesuíticas. São Paulo: Cia. Editora Nacional, 1952. KNIVET, Anthony. Vária Fortuna e Estranhos Fados de Anthony Knivet: Que foi com Tomás Cavendish, em sua segunda viagem, para o Mar do Sul, no ano de 1591. Tradução de Guiomar de Carvalho Franco. São Paulo: Editora Brasiliense Limitada, 1947. NÓBREGA, Pe. Manuel da. A Tomé de Sousa, Portugal. Baía 5 de julho de 1559. In: NÓBREGA, Pe. Manuel da. Cartas do Brasil e mais escritos do Padre Nóbrega. Coimbra: Atlântida, 1955. NÓBREGA, Pe. Manuel da. Ao Cardeal Infante D. Henrique de Portugal. São Vicente 1 de junho de 1560. In: NÓBREGA, Pe. Manuel da. Cartas do Brasil e mais escritos do Padre Nóbrega. Coimbra: Atlântida, 1955. NÓBREGA, Pe. Manuel da. Ao P. Diego Laynes. Roma. São Vicente 12 de junho de 1561. In: NÓBREGA, Pe. Manuel da. Cartas do Brasil e mais escritos do Padre Nóbrega. Coimbra: Atlântida, 1955. NÓBREGA, Pe. Manuel da. Ao P. Miguel de Torres. Lisboa. Baía 8 de maio de 1558. In: NÓBREGA, Pe. Manuel da. Cartas do Brasil e mais escritos do Padre Nóbrega. Coimbra: Atlântida, 1955. 164
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