20.04.2013 Views

cronistas leigos, cronistas religiosos ea antropafagia

cronistas leigos, cronistas religiosos ea antropafagia

cronistas leigos, cronistas religiosos ea antropafagia

SHOW MORE
SHOW LESS

Create successful ePaper yourself

Turn your PDF publications into a flip-book with our unique Google optimized e-Paper software.

alterar o vínculo que os índios tinham com a morte, sua simbologia e conseqüências tinham<br />

grande importância para as sociedades indígenas. Os padres também se apropriaram de<br />

elementos da própria cultura indígena, os quais podiam ser aproveitados por eles, como<br />

alguns mitos em que os padres identificavam semelhanças com a tradição cristã, e algumas<br />

entidades do universo sobrenatural indígena, como Tupã e Anhã ou Anhangá, as quais foram<br />

associadas respectivamente a Deus e ao Diabo.<br />

O final dessa segunda parte liga-se diretamente a terceira parte, pois descrevo como<br />

procederei à análise das obras dos <strong>cronistas</strong> escolhidos para verificar a existência ou não de<br />

diferença entre eles. Como disse, a terceira parte se refere à análise das obras dos <strong>cronistas</strong>, a<br />

qual será feita por separado, onde não será levado em conta a estrutura textual e a cronologia<br />

desses relatos, sendo que esse aspecto concerne principalmente às cartas dos jesuítas – além<br />

disso, outro aspecto que se deve levar em conta, quanto aos escritos de Nóbrega e Anchieta,<br />

se refere a que analiso neste trabalho, apenas uma fração de seus escritos, por isso alguns<br />

aspectos conhecidos deles são deixados de lado nessa análise, pois não estão nas cartas<br />

analisadas. Desse modo, a análise desses relatos será fragmentada em pontos, os quais estão<br />

explicitados ao final da segunda parte. Para finalizar, serão comparadas as concepções de cada<br />

um dos quatro <strong>cronistas</strong>, sendo que desse modo poderemos ver qual a diferença que existe<br />

entre eles, e não entre <strong>cronistas</strong> <strong>leigos</strong> e <strong>religiosos</strong>, ou seja, eles não serão considerados em<br />

bloco – um leigo (Staden e Knivet) e outro religioso (Nóbrega e Anchieta) –, pois pode haver<br />

uma diferença entre Staden e Knivet (<strong>cronistas</strong> <strong>leigos</strong>) e entre Anchieta e Nóbrega (<strong>cronistas</strong><br />

<strong>religiosos</strong>), como também pode haver uma semelhança entre os relatos de Staden e Nóbrega<br />

(um cronista leigo e outro religioso), sendo que, mesmo que Knivet e Staden concordem entre<br />

si e o mesmo ocorra entre Anchieta e Nóbrega e que essas duas concepções demonstrem uma<br />

diferença marcante, não podemos peremptoriamente afirmar que essa diferença existe em<br />

todos os relatos de <strong>cronistas</strong> <strong>leigos</strong> e <strong>religiosos</strong>, para tal fim, deve-se levar em conta a imensa<br />

gama de <strong>cronistas</strong> que registraram essa prática indígena no século XVI, não apenas na<br />

América portuguesa, mas também na América hispânica.<br />

3

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!