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cronistas leigos, cronistas religiosos ea antropafagia

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Hans Staden<br />

De origem alemã, Hans Staden, nasceu em Hessem, por volta do ano de 1520. Entre os<br />

anos de 1547 e 1550, empreendeu duas viagens ao Brasil, uma sob bandeira portuguesa e<br />

outra sob bandeira espanhola. Em ambas as viagens desempenhou a função de artilheiro.<br />

A primeira viagem de Hans Staden ao Brasil, data do ano de 1547, sendo feita sob<br />

bandeira portuguesa, tendo por comandante o capitão Pent<strong>ea</strong>do, cujo destino era Pernambuco.<br />

Essa viagem tinha finalidade mercantil, entretanto, seu capitão, tinha “carta franca para dar<br />

caça a embarcações que, em águas africanas e brasileiras, praticassem o contrabando” 1 , por<br />

isso, Staden relata que batalhas foram travadas contra franceses na costa de Pernambuco.<br />

Além disso, ajudaram a dar combate a índios caetés que assediavam a colônia de Igaraçu,<br />

voltado a Europa, ou mais precisamente, a cidade de Lisboa, no ano seguinte, 1548, após<br />

ganha a batalha dos indígenas.<br />

Já a segunda viagem, empreendida dois anos após a primeira, ou seja, em 1550, sob<br />

bandeira espanhola, em princípio, não tinha por objetivo atingir terras brasílicas, mas sim, o<br />

Rio da Prata, pois seu comandante, Diogo de Sanabria, tinha por objetivo fundar dois<br />

povoados, um na costa de Santa Catarina e outro na embocadura do rio da prata. Contudo, por<br />

vicissitudes do destino, ou melhor, pelo naufrágio do navio onde se encontrava e não porque<br />

quis (vontade própria), acabou Hans Staden, novamente no Brasil, desta vez no sul, o<br />

naufrágio ocorreu no litoral de Itanhaém, de onde Hans Staden seguiu para São Vicente,<br />

chegando à vila no ano de 1552. Esta vila, tal como a que, Staden conheceu em sua primeira<br />

viagem (no nordeste), era alvo de freqüentes ataques dos índios tupinambás, que se<br />

encontravam inimizados com os portugueses, sendo aliados dos franceses. Para proteger a<br />

vila, os portugueses construíram um forte na região de Bertioga, onde Staden, por saber<br />

manejar canhões, é induzido, primeiro a ficar por quatro meses, depois de expirado tal prazo,<br />

firma com Tomé de Sousa, no ano de 1553, um contrato de dois anos, onde é nom<strong>ea</strong>do<br />

condestável da Fortaleza de Bertioga 2 , contudo ele mesmo diz que ficaria: exposto aos<br />

selvagens, onde nenhum “artilheiro português queria aí arriscar-se” 3 , por estar muito mal<br />

defendida e construída. Para Giucci, “a admissão do risco da tarefa não é justificada pelo id<strong>ea</strong>l<br />

da apropriação de riquezas auríferas, mas pela esperança da retribuição dos serviços prestados<br />

1<br />

ADRÄ, Helmut. Hans Staden e sua época. Revista de História. São Paulo: EDUSP, v. 20, n° 42, p. 289-307,<br />

abril/julho 1960, p. 297.<br />

2<br />

Ibid., p. 304.<br />

3<br />

STADEN, Hans. Duas Viagens ao Brasil. Belo Horizonte: Ed. Itatiaia/EDUSP, 1974, p. 75.<br />

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