cronistas leigos, cronistas religiosos ea antropafagia
cronistas leigos, cronistas religiosos ea antropafagia
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obedecidas para o casamento, além de ambos relatarem alguns pré-requisitos, que tanto os<br />
homens como as mulheres deviam obedecer para se casarem, também relatam alguns dos<br />
procedimentos que os índios utilizam para a agricultura, sendo que Anchieta detalha o modo<br />
como os índios preparam a farinha de mandioca, alertando que se preparada de modo errado<br />
podia ser fatal a quem a consumisse; Nóbrega e Anchieta relatam que os índios tinham por<br />
costume repartir (fornecer) alimentos com os padres quanto estes passavam por suas aldeias,<br />
que eles não moravam mais de quatro a cinco anos no mesmo lugar, sobre os feiticeiros<br />
(pajés) dizem que eram muito estimados, possuindo várias funções, sendo que os padres<br />
sempre os perseguiam e procuravam-nos desacreditar frente aos índios; Staden, Knivet,<br />
Anchieta e Nóbrega descrevem a nudez dos indígenas, contudo os <strong>leigos</strong> a descrevem se<br />
mostrando curiosos quanto a esse costume, já os padres o fazem condenando-o. Desse modo,<br />
percebe-se que mesmo que relatem os mesmos costumes existe uma diferença na maneira e na<br />
intenção (sentido) que esses <strong>cronistas</strong> possuíam ao descrevem tais costumes. Os <strong>cronistas</strong><br />
<strong>leigos</strong> – Staden e Knivet – demonstram certa curiosidade quando descrevem alguns costumes,<br />
detalham muitas vezes a sua descrição e não imputam características negativas (que<br />
denigrem) esses costumes, mesmo sendo esses costumes estranhos a cultura européia de onde<br />
provinham tais <strong>cronistas</strong>, já os <strong>cronistas</strong> <strong>religiosos</strong> – Nóbrega e Anchieta –, descrevem alguns<br />
costumes indígenas procurando demonstrar que eles deviam ser extirpados, pois iam contra a<br />
ideologia cristã, a qual os padres tinham por missão converter os indígenas, outros costumes<br />
que os padres descreveram eram utilizados por eles em prol da conversão, logicamente<br />
recebendo algumas adaptações para se enquadrarem dentro da ideologia cristã.<br />
5 – O que o autor relata em relação às doenças que grassavam na Brasil?<br />
Os quatros <strong>cronistas</strong> analisados referem-se em suas obras as doenças que grassavam<br />
no Novo Mundo, sendo que Knivet e Anchieta descrevem as doenças as nom<strong>ea</strong>ndo e<br />
descrevendo seus sintomas, enquanto que Staden e Nóbrega não nomeiam as doenças e não<br />
descrevem seus sintomas – com uma única exceção para Nóbrega, pois ele descreve que o<br />
padre João Gonçavez pegou uma grande febre, da qual veio a falecer, quando foi pregar em<br />
uma aldeia. Além dessa característica, cada um desses <strong>cronistas</strong> descreve as notícias acerca<br />
das doenças com uma intenção/significado: Knivet as descreve simplesmente comentando a<br />
enorme mortandade que essas doenças provocavam entre os indígenas, principalmente as que<br />
vinham de fora, ou seja, as que não existiam na América anteriormente a chegado dos<br />
europeus (choque microbiano); Staden descreve como manipulou as doenças que grassavam<br />
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