Representações do sujeito feminino em O Despertar e Riacho Doce ...
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<strong>Representações</strong> <strong>do</strong> <strong>sujeito</strong> <strong>f<strong>em</strong>inino</strong> <strong>em</strong> O <strong>Despertar</strong> e <strong>Riacho</strong> <strong>Doce</strong>: um estu<strong>do</strong> comparativo<br />
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dicotomia. Segun<strong>do</strong> a estudiosa, “[d]esde o primeiro encontro, os trabalhos apresenta<strong>do</strong>s<br />
já indicavam a diversidade de interesses que movia os m<strong>em</strong>bros <strong>do</strong> GT” (DUARTE,<br />
2010, p. 19). Dentre essa diversidade de caminhos, encontra-se o que dá destaque “à<br />
construção – e à desconstrução – das imagens <strong>do</strong> <strong>f<strong>em</strong>inino</strong> nos vários perío<strong>do</strong>s, textos e<br />
literaturas” (DUARTE, 2010, p. 19). Duarte ainda elenca, usan<strong>do</strong> um estu<strong>do</strong> de Heloísa<br />
Buarque de Hollanda, três linhas principais nos estu<strong>do</strong>s desenvolvi<strong>do</strong>s nos primeiros anos<br />
<strong>do</strong> GT. Das três linhas, interessa-nos o que Constância Lima Duarte identifica como<br />
enfoque estético-formal e que “dedicava-se ao trabalho sobre a representação de<br />
personagens f<strong>em</strong>ininas nas obras de escritoras ou de escritores” (DUARTE, 2010, p. 21).<br />
Atualmente, esse GT se subdivide <strong>em</strong> três linhas de pesquisa intituladas: 1. Resgate, 2.<br />
Teorias e críticas, e 3. Representação de gênero na literatura e outras linguagens. Essa<br />
última linha se configura pelo “Estu<strong>do</strong> de representações/construções de gênero na<br />
literatura e/ou <strong>em</strong> outras linguagens, a partir de uma perspectiva crítica f<strong>em</strong>inista”<br />
(DUARTE, 2010, p. 28).<br />
Como se evidencia nas palavras da pesquisa<strong>do</strong>ra citada, o estu<strong>do</strong> de cunho<br />
f<strong>em</strong>inista no Brasil s<strong>em</strong>pre deu atenção a uma vertente que consiste <strong>em</strong> analisar as<br />
representações da mulher na literatura. Esta vertente cobre, como se percebe pelos<br />
trabalhos apresenta<strong>do</strong>s nesses congressos e também nas teses e dissertações orientadas<br />
nas universidades brasileiras, o estu<strong>do</strong> das representações <strong>do</strong> <strong>f<strong>em</strong>inino</strong> levan<strong>do</strong> <strong>em</strong> conta<br />
tanto as criações das mulheres escritoras como as nascidas das mãos <strong>do</strong>s escritores<br />
homens. Esta abertura quanto ao cria<strong>do</strong>r <strong>do</strong> texto literário permite confrontar as criações<br />
oriundas de diferentes momentos históricos e de espaços, muitas vezes, distintos. Com<br />
base nessa vertente de pesquisa <strong>do</strong> <strong>f<strong>em</strong>inino</strong>, estudar<strong>em</strong>os a representação da mulher<br />
como uma criação literária que oferece caminho(s) para discutirmos questões marcadas<br />
social e historicamente pelas ideologias de gênero que se faz<strong>em</strong> presentes <strong>em</strong> diferentes<br />
momentos da literatura e da sociedade.<br />
Em nosso estu<strong>do</strong>, a leitura <strong>do</strong>s <strong>do</strong>is romances cita<strong>do</strong>s busca uma análise<br />
interpretativa de amplitude, uma vez que procurar<strong>em</strong>os as possíveis s<strong>em</strong>elhanças e<br />
diferenças entre obras que estão distantes por diferentes razões: t<strong>em</strong>po, espaço, língua,<br />
entre outras. Ao confrontarmos a maneira como a mulher é representada nas duas obras,<br />
não quer<strong>em</strong>os determinar a superioridade de um romance sobre o outro ou, se levarmos<br />
<strong>em</strong> consideração a diferença entre a publicação <strong>do</strong>s <strong>do</strong>is romances, a influência de um<br />
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