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Representações do sujeito feminino em O Despertar e Riacho Doce ...

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<strong>Representações</strong> <strong>do</strong> <strong>sujeito</strong> <strong>f<strong>em</strong>inino</strong> <strong>em</strong> O <strong>Despertar</strong> e <strong>Riacho</strong> <strong>Doce</strong>: um estu<strong>do</strong> comparativo<br />

____________________________________________________________________<br />

encontrar um editor para publicar o texto. Foi com recursos próprios que a escritora<br />

lançou o seu primeiro romance.<br />

Embora considera<strong>do</strong> de pouca relevância, Culpa<strong>do</strong>s já apontava para uma<br />

característica recorrente na obra da autora. Os críticos identificaram no romance um<br />

conteú<strong>do</strong> moral não aceito pelos padrões da sociedade puritana americana da época.<br />

Trazen<strong>do</strong> como pano de fun<strong>do</strong> o Sul agrário americano, nessa obra a escritora falava<br />

abertamente de assassinato, alcoolismo e divórcio. Assim como ocorreu com o conto que<br />

foi envia<strong>do</strong> para a revista Home Magazine, o livro teve reconhecimento como obra artística,<br />

mas foi critica<strong>do</strong> devi<strong>do</strong> aos t<strong>em</strong>as nele aborda<strong>do</strong>s. Em introdução para a obra completa<br />

da autora, Per Seyersted afirma que,<br />

Ao resenhar o romance, críticos de St. Louis prestaram tributo ao estilo da<br />

autora, mas fizeram objeção ao ponto de vista dela [Chopin] de que o hom<strong>em</strong><br />

não era melhorável. Em uma solitária resenha <strong>do</strong> leste, o National também<br />

valorizou as suas habilidades artísticas enquanto criticava o livro quanto ao<br />

conteú<strong>do</strong> moral 9 (1997, p. 24).<br />

Embora tenha sofri<strong>do</strong> apreciações desfavoráveis pela crítica míope que estava mais<br />

preocupada com os t<strong>em</strong>as trata<strong>do</strong>s pelo romance <strong>do</strong> que com o trabalho artístico da<br />

escritora, Culpa<strong>do</strong>s trouxe certo destaque para a autora que, agitada por esse<br />

reconhecimento, escreveu outra narrativa longa que nunca foi publicada e da qual não se<br />

t<strong>em</strong> conhecimento, pois foi destruída pela própria escritora (cf. CHOPIN, 2003, p. xi).<br />

Em nota biográfica sobre a autora, há na primeira tradução brasileira de Culpa<strong>do</strong>s uma<br />

referência ao nome desse romance nunca publica<strong>do</strong>: “Também escreveu Young Dr. Grosse<br />

[1890], que seis anos mais tarde [1896] destruiu, porque nenhuma editora se interessara<br />

<strong>em</strong> publicar” (CHOPIN, 2005, p. 244).<br />

Culpa<strong>do</strong>s trata da história de uma viúva que gerencia uma fazenda na região de<br />

Natchitoches Parish, na Louisiana, e se envolve amorosamente com um hom<strong>em</strong> casa<strong>do</strong>,<br />

Hosmer. S<strong>em</strong> querer cair no biografismo, mas apenas tentan<strong>do</strong> mostrar como a<br />

convivência da escritora t<strong>em</strong> influência nos seus escritos, é possível identificar uma<br />

relação entre a protagonista da narrativa, Thérèse Lafirme, e a escritora Kate Chopin, uma<br />

9<br />

“In reviewing the novel, St. Louis critics paid tribute to the author’s style, but objected to her view that man was<br />

unimprovable. In a lone eastern review, the National also praised her artistry while criticizing the book on moral<br />

grounds”<br />

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