Representações do sujeito feminino em O Despertar e Riacho Doce ...
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<strong>Representações</strong> <strong>do</strong> <strong>sujeito</strong> <strong>f<strong>em</strong>inino</strong> <strong>em</strong> O <strong>Despertar</strong> e <strong>Riacho</strong> <strong>Doce</strong>: um estu<strong>do</strong> comparativo<br />
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há indício, na narrativa, que mostre a infelicidade matrimonial de Edna. Mas, uma estadia<br />
<strong>em</strong> uma ilha de veraneio v<strong>em</strong> pôr <strong>em</strong> risco toda a estabilidade que o casamento parecia ter<br />
lhe trazi<strong>do</strong>. Passan<strong>do</strong> a maior parte <strong>do</strong> t<strong>em</strong>po <strong>em</strong> Grand Isle, ao la<strong>do</strong> de um jov<strong>em</strong> rapaz,<br />
Robert Lebrun, Edna se descobre apaixonada por ele. A descoberta da paixão alia-se a<br />
outras experiências existenciais e afetivas pelas quais a personag<strong>em</strong> passa ao longo <strong>do</strong><br />
romance, fazen<strong>do</strong> com que ela, paulatinamente, passe a ter uma percepção mais profunda<br />
de si. A experiência de autoconhecimento levou Edna a deixar o lar, o mari<strong>do</strong> e os filhos<br />
para se entregar ao que percebe como seu ser apaixona<strong>do</strong>, recém-desperta<strong>do</strong>. O romance<br />
termina com a protagonista adentran<strong>do</strong> as águas <strong>do</strong> Golfo <strong>do</strong> México, um mergulho<br />
cheio de simbologias.<br />
Essa obra foi e continua sen<strong>do</strong> a que representa o trabalho da escritora, da<strong>do</strong> o<br />
enfoque que os críticos têm conferi<strong>do</strong> à mesma. Nela v<strong>em</strong>os o t<strong>em</strong>a que foi explora<strong>do</strong> <strong>em</strong><br />
algumas narrativas curtas – a condição f<strong>em</strong>inina – sen<strong>do</strong> alarga<strong>do</strong> e desenvolvi<strong>do</strong> <strong>em</strong> uma<br />
narrativa de extensão maior. Este mesmo texto ganha destaque diante <strong>do</strong> vasto lega<strong>do</strong><br />
contístico da autora, se observarmos o enfoque que é da<strong>do</strong> às questões da sexualidade.<br />
Ainda, o final da narrativa, que t<strong>em</strong> suscita<strong>do</strong> diferentes interpretações, oferece a qu<strong>em</strong> se<br />
debruça sobre o texto questões que não pod<strong>em</strong> ser resolvidas de maneira precisa, fazen<strong>do</strong><br />
com que a obra se torne, nas palavras de Italo Calvino, “[...] um livro que nunca terminou<br />
de dizer aquilo que tinha para dizer” (2007, p. 11). E é com base na afirmativa de Calvino<br />
que o nosso estu<strong>do</strong> procura oferecer mais uma forma de ler o romance da escritora, s<strong>em</strong>,<br />
com isso, esgotar as possibilidades de aproximação interpretativa, cotejan<strong>do</strong> o texto de<br />
Chopin com a obra <strong>Riacho</strong> <strong>Doce</strong>, de José Lins <strong>do</strong> Rego.<br />
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