10.10.2013 Views

Representações do sujeito feminino em O Despertar e Riacho Doce ...

Representações do sujeito feminino em O Despertar e Riacho Doce ...

Representações do sujeito feminino em O Despertar e Riacho Doce ...

SHOW MORE
SHOW LESS

You also want an ePaper? Increase the reach of your titles

YUMPU automatically turns print PDFs into web optimized ePapers that Google loves.

Literatura e Mulher:<br />

diálogos possíveis<br />

<strong>Representações</strong> <strong>do</strong> <strong>sujeito</strong> <strong>f<strong>em</strong>inino</strong> <strong>em</strong> O <strong>Despertar</strong> e <strong>Riacho</strong> <strong>Doce</strong>: um estu<strong>do</strong> comparativo<br />

____________________________________________________________________<br />

Fonte inesgotável de conhecimento, a literatura oferece ao ser humano uma<br />

possibilidade de representação <strong>do</strong>s anseios, questionamentos e reafirmações de uma<br />

sociedade, de uma época, de um povo, de um grupo. Assim sen<strong>do</strong>, a literatura cria um<br />

diálogo entre o que é fruto da inspiração artística e o contexto sociocultural <strong>em</strong> que a obra<br />

de arte foi gerada, além de permitir que se expanda este diálogo com outros contextos.<br />

Segun<strong>do</strong> o pensamento <strong>do</strong> crítico e teórico Antonio Candi<strong>do</strong> (2000), o texto literário se<br />

nutre <strong>do</strong> material que circunda o artista para se transformar <strong>em</strong> recursos significativos<br />

para o que é interno à obra de arte. Dessa maneira, estudar a literatura, significa, de certa<br />

forma, analisar como se dá esse diálogo entre o interno e o externo.<br />

Como o estu<strong>do</strong> literário que se volta para a crítica f<strong>em</strong>inista é marca<strong>do</strong> pelo “mo<strong>do</strong><br />

de ler a literatura confessadamente <strong>em</strong>penha<strong>do</strong>, volta<strong>do</strong> para a desconstrução <strong>do</strong> caráter<br />

discriminatório das ideologias de gênero, construídas, ao longo <strong>do</strong> t<strong>em</strong>po, pela cultura”<br />

(ZOLIN, 2009, p. 218), é inegável a necessidade de se estabelecer o diálogo aponta<strong>do</strong>,<br />

anteriormente, por Antonio Candi<strong>do</strong>. Assim sen<strong>do</strong>, ainda segun<strong>do</strong> o pensamento <strong>do</strong><br />

estudioso:<br />

Uma crítica que se queira integral deixará de ser unilateralmente sociológica,<br />

psicológica ou linguística, para utilizar livr<strong>em</strong>ente os el<strong>em</strong>entos capazes de<br />

conduzir<strong>em</strong> uma interpretação coerente. Mas nada impede que cada crítico<br />

ressalte o el<strong>em</strong>ento de sua preferência [...] (CANDIDO, 2000, p. 7).<br />

Seguin<strong>do</strong> o mesmo pensamento de Candi<strong>do</strong>, Ruth Silviano Brandão, <strong>em</strong> Mulher ao<br />

pé da letra: a personag<strong>em</strong> f<strong>em</strong>inina na literatura, mostra que há, sim, uma ligação entre o<br />

material artístico e as relações sociais que se estabelec<strong>em</strong> entre cria<strong>do</strong>r, texto, leitor e<br />

contexto. Segun<strong>do</strong> Brandão:<br />

Há um diálogo de textos e leituras que nos permit<strong>em</strong> considerar a literatura<br />

como uma produção simbólica, cultural, que não existe só no registro<br />

imaginário <strong>do</strong> autor. Ela pode-se conceber como um grande corpo estrutura<strong>do</strong>,<br />

23

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!