10.10.2013 Views

Representações do sujeito feminino em O Despertar e Riacho Doce ...

Representações do sujeito feminino em O Despertar e Riacho Doce ...

Representações do sujeito feminino em O Despertar e Riacho Doce ...

SHOW MORE
SHOW LESS

You also want an ePaper? Increase the reach of your titles

YUMPU automatically turns print PDFs into web optimized ePapers that Google loves.

<strong>Representações</strong> <strong>do</strong> <strong>sujeito</strong> <strong>f<strong>em</strong>inino</strong> <strong>em</strong> O <strong>Despertar</strong> e <strong>Riacho</strong> <strong>Doce</strong>: um estu<strong>do</strong> comparativo<br />

____________________________________________________________________<br />

uma abordag<strong>em</strong> instigante acerca <strong>do</strong> comportamento <strong>f<strong>em</strong>inino</strong>, Culpa<strong>do</strong>s não se destacou<br />

como obra de grande valor literário.<br />

O reconhecimento de Kate Chopin como mulher das letras só apareceu com a<br />

publicação <strong>do</strong> seu primeiro livros de contos, chama<strong>do</strong> Bayou folk, de 1894. A obra, editada<br />

por Houghton Mifflin, uma editora de New York, é uma coletânea de estórias sobre a<br />

vida rural <strong>do</strong> sul <strong>do</strong>s Esta<strong>do</strong>s Uni<strong>do</strong>s, dan<strong>do</strong> destaque à cultura e ao dialeto locais. O que<br />

é posto na coletânea logo chama a atenção <strong>do</strong> público leitor, pois há uma identificação<br />

entre obra e público, uma vez que este já valorizava as t<strong>em</strong>áticas regionais, chamadas de<br />

Local Color, de escritores já conheci<strong>do</strong>s como “Coloristas 11”, a ex<strong>em</strong>plo de: Bret Harte<br />

(1836-1902), Joel Chandler Harris (1848-1908), Mark Twain (1835-1910) e Harriet<br />

Beecher Stowe (1811-1896). Segun<strong>do</strong> o mais importante biógrafo da autora:<br />

Como os autores dessa escola [Local Color], ela [Chopin] concentrou-se nos<br />

personagens de uma b<strong>em</strong> definida parte <strong>do</strong> país, descreven<strong>do</strong>-os no seu<br />

ambiente físico e social. Embora apenas brandamente seja sugeri<strong>do</strong> <strong>em</strong> seus<br />

escritos, a encantada atmosfera <strong>do</strong> sul afeta nossos senti<strong>do</strong>s e, <strong>em</strong>bora<br />

discretamente representa<strong>do</strong>, as peculiaridades <strong>do</strong>s Creoles, <strong>do</strong>s Cajuns e <strong>do</strong>s<br />

Negros são claramente evocadas. Os <strong>do</strong>ns musicais e mímicos desta severa<br />

observa<strong>do</strong>ra ajudaram-na a dar uma interpretação completamente correta <strong>do</strong>s<br />

dialetos desses grupos, e o contato próximo que ela teve com os pobres e os<br />

ricos da região dela, como mulher da sociedade e <strong>do</strong>na de armazém, lhe<br />

possibilitou representar intimamente as vidas e as idiossincrasias desses grupos<br />

12 (SEYERSTED, 1980, p. 75).<br />

Em Bayou folk encontram-se narrativas que, anos depois, são classificadas pela<br />

crítica vigente como grandes criações artísticas de Kate Chopin. É o caso <strong>do</strong>s contos<br />

“Désireé’s baby”, “Madame Célestin’s divorce” e “At the ‘cadian ball”. O que se destaca<br />

nas narrativas de Bayou folk são os papeis da<strong>do</strong>s ao <strong>f<strong>em</strong>inino</strong>. Por ex<strong>em</strong>plo, “Beyond the<br />

Bayou” apresenta uma mulher negra de meia-idade que, devi<strong>do</strong> à sua experiência de<br />

guerra, <strong>em</strong> criança, t<strong>em</strong> me<strong>do</strong> de cruzar as regiões de pântanos (Bayou). Mas, uma vez<br />

que uma criança de qu<strong>em</strong> ela gostava muito sofreu um acidente, ela lutou contra o me<strong>do</strong> e<br />

11 A<strong>do</strong>tamos aqui uma tradução <strong>do</strong> termo Local Colorists feita por Márcia Biato, para a versão <strong>em</strong> português <strong>do</strong> livro<br />

Perfil da Literatura Americana.<br />

12 “Like the authors of this school, she concentrated on the characters of a very definite part of the country, painting<br />

th<strong>em</strong> in their physical and social setting. Though only lightly suggested in her writings, the enchanting southern<br />

atmosphere creeps into our senses, and though discreetly represented, the peculiarities of the Creoles, Cajuns, and<br />

Negroes are clearly evoked. The musical and mimic gifts of this acute observer helped her to give an entirely correct<br />

rendering of the dialects of these groups, and the close contacts she had had with the high and low of her region, as<br />

society woman or shopkeeper, enabled her to portray intimately their lives and their idiosyncrasies”.<br />

36

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!