acta pediátrica portuguesa - Sociedade Portuguesa de Pediatria
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Acta Pediatr Port 2010:41(5):S100<br />
gia molecular são, frequentemente, <strong>de</strong>cisivas. Na verda<strong>de</strong>, a mediana <strong>de</strong> ano -<br />
malias cromossómicas <strong>de</strong>tectadas por cariótipo, com resolução superior a 550<br />
bandas, em casos <strong>de</strong> atraso mental idiopático é cerca <strong>de</strong> 10% e as anomalias<br />
teloméricas, <strong>de</strong>tectadas por FISH, ocorrem em cerca <strong>de</strong> 6% dos casos. Descrição<br />
do caso:Criança do sexo masculino, actualmente com oito anos <strong>de</strong> ida<strong>de</strong>,<br />
primeiro filho <strong>de</strong> pais jovens e não consanguíneos, seguida por hipoto nia, dismorfias<br />
craniofaciais e ADPM. Ao exame físico apresenta macrocefalia, fronte<br />
alta, nariz em sela, micrognatia discreta, boca em forma <strong>de</strong> sino, pavilhões<br />
auriculares protuberantes e <strong>de</strong> implantação baixa. Aos 24 meses, revelava<br />
com portamento repetitivo com estereotipia das mãos <strong>de</strong>spoletadas por períodos<br />
<strong>de</strong> maior excitação e restrição do contacto social. Aos 30 meses, verbali -<br />
zava apenas uma palavra (mamã). Aos 5 anos, subia e <strong>de</strong>scia escadas, usava<br />
linguagem gestual e verbalizava poucas palavras. Aos 7 anos, apresentava linguagem<br />
receptiva mais rica que a expressiva e i<strong>de</strong>ntificava algarismos. A<br />
investigação etiológica, realizada até esta data, e que incluiu a reali zação <strong>de</strong><br />
cariótipo convencional e a realização <strong>de</strong> estudos moleculares para exclusão<br />
das Síndromes <strong>de</strong> Pra<strong>de</strong>r-Willy e X-frágil, fora negativa. A valorização dos<br />
sinais dismórficos já referidos permitiu a i<strong>de</strong>ntificação <strong>de</strong> uma inversão<br />
paracêntrica, <strong>de</strong> novo, do cromossoma 5 (q15q23.2), i<strong>de</strong>ntificada por cariótipo<br />
<strong>de</strong> bandas <strong>de</strong> alta resolução e FISH com sonda <strong>de</strong> pintura cromossómica.<br />
Discussão:Este caso ilustra a importância das técnicas <strong>de</strong> citogenética na i<strong>de</strong>ntificação<br />
<strong>de</strong> inversões paracêntricas não polimórficas, ainda que aparentemente<br />
não acompanhadas <strong>de</strong> <strong>de</strong>lecção/duplicação <strong>de</strong> material cromossómico,<br />
na explicação etiológica dos casos <strong>de</strong> ADPM “idiopático”, sobretudo quando<br />
associado a dismorfias faciais. O diagnóstico <strong>de</strong>ste caso <strong>de</strong>ve constituir um<br />
alerta para a necessida<strong>de</strong> <strong>de</strong> reavaliação citogenética <strong>de</strong> doentes com atraso<br />
mental idiopático e com estudos cromossómicos prévios <strong>de</strong>scritos como normais,<br />
mas realizados com técnicas <strong>de</strong> sensibilida<strong>de</strong> limitada.<br />
Palavras-chave: Atraso do <strong>de</strong>senvolvimento psicomotor, técnicas <strong>de</strong> citoge -<br />
nética e biologia molecular, inversão paracêntrica do cromossoma 5.<br />
PD140 - Prós e Contras da Vacinação Anti-Gri<br />
Diana Moreira Amaral 1 ; Vânia Gonçalves 1 ; Ana Margarida Pereira 1 ; João<br />
Luís Barreira 1 ; Ana Maia 1<br />
1- Serviço <strong>de</strong> <strong>Pediatria</strong> da UAG-MC Hospital S. João E.P.E.-Porto<br />
Introdução: Des<strong>de</strong> a i<strong>de</strong>ntificação do vírus influenza H1N1 em Abril <strong>de</strong><br />
2009, milhões <strong>de</strong> pessoas foram infectadas, milhares hospitalizadas e centenas<br />
faleceram <strong>de</strong>vido a este vírus. A vacina contra a gripe pandémica foi<br />
aprovada na Europa em Setembro <strong>de</strong> 2009, iniciando-se a 26 <strong>de</strong> Outubro a<br />
campanha <strong>de</strong> vacinação em Portugal. Estima-se que o total <strong>de</strong> pessoas vacina -<br />
das seja <strong>de</strong> 320.000, sendo 73.750 crianças (≤12 anos). A nova vacina gerou<br />
preocupações em relação à sua eficácia e segurança. Objectivo: Avaliar as<br />
motivações que levaram à administração ou recusa das vacinas anti-pandé -<br />
mica e sazonal. Material e Métodos: Realizado questionário no sentido <strong>de</strong><br />
i<strong>de</strong>ntificar qual a fonte <strong>de</strong> informação e quais os receios associados à admi -<br />
nis tração da vacina anti-pandémica, comparando com a vacina sazonal.<br />
Resultados: Entrevistados 126 pais da região do Porto, sendo 48% dos filhos<br />
do sexo masculino, ida<strong>de</strong> média <strong>de</strong> 6,7anos (4meses-17,3anos). Cerca <strong>de</strong><br />
30% com doença crónica, sendo asma a mais frequente(31,6%). Vacinados<br />
32% para a gripe sazonal, 27% para pandémica e 17,5% para ambas.<br />
Pediatras e Médicos <strong>de</strong> Família foram os principais impulsionadores da vacinação<br />
(90% dos vacinados para a gripe sazonal e 100% para a pandé -<br />
mica);≈65% dos vacinados para a gripe pandémica voltariam a fazê-la. Dos<br />
não vacinados para a gripe pandémica, 50% afirmam não o ter feito <strong>de</strong>vido à<br />
informação veiculada pelos media, referindo o medo dos efeitos laterais<br />
(41,3%) e consi<strong>de</strong>rarem a vacina <strong>de</strong>snecessária (39,1%) os principais motivos<br />
para tal. Realça-se que 39% dos não vacinados para a gripe pandémica opta -<br />
riam por fazê-la em caso <strong>de</strong> nova pan<strong>de</strong>mia. Trinta e oito participantes<br />
(60,3%) fizeram outras vacinas extra-plano. Não foi encontrada relação estatisticamente<br />
significativa entre a realização <strong>de</strong> vacinação anti-gripal (sazonal<br />
e/ou pandémica) e a ida<strong>de</strong> das crianças, área <strong>de</strong> residência, escolarida<strong>de</strong> dos<br />
pais ou outras imunizações extra-plano. A realização da vacinação para a<br />
gripe sazonal e/ou pandémica está significativamente associada à presença <strong>de</strong><br />
doença crónica(p<0,05). Conclusão: Os Pediatras <strong>de</strong>sempenham um papel<br />
essencial na educação das famílias acerca da gripe. São necessárias estratégias<br />
para melhorar a veiculação <strong>de</strong> informação sobre vacinas, nomeadamente<br />
no que se refere a hipotética situação <strong>de</strong> futura pan<strong>de</strong>mia. Assegurar a vacinação<br />
para a gripe sazonal e pandémica é fundamental para prevenir a<br />
doença, reduzir o contágio, minimizar co-morbilida<strong>de</strong>s e diminuir as ausências<br />
laborais dos pais.<br />
Palavras-chave: Vacina, pan<strong>de</strong>mia, H1N1, gripe.<br />
PD141 - Filhos <strong>de</strong> mães adolescentes: <strong>de</strong>scrição socio<strong>de</strong>mográfica e estado<br />
vacinal<br />
Ruben Rocha 1 ; Maria João Sampaio 1 ; Clara Alves Pereira 1 ; Isabel Liberal 1<br />
1- Centro <strong>de</strong> Saú<strong>de</strong> Campanhã, Porto<br />
Introdução: Os filhos <strong>de</strong> mães adolescentes nascem num núcleo familiar com<br />
características biopsicossociais maternas distintas relativamente ao núcleo<br />
familiar dos filhos <strong>de</strong> mães adultas, que po<strong>de</strong>m condicionar diferenças socio -<br />
<strong>de</strong> mográficas e do estado vacinal e torná-los num grupo pediátrico <strong>de</strong> risco.<br />
Objectivo: Descrever as características socio<strong>de</strong>mográficas e o estado vacinal<br />
dos filhos <strong>de</strong> mães adolescentes seguidos numa consulta <strong>de</strong> <strong>Pediatria</strong> em Cui -<br />
dados Primários. Métodos: Estudo retrospectivo <strong>de</strong>scritivo baseado na análise<br />
dos processos clínicos das crianças, filhos <strong>de</strong> mães adolescentes, nascidas em<br />
2007 e 2008, seguidas em consulta <strong>de</strong> <strong>Pediatria</strong> num Centro <strong>de</strong> Saú<strong>de</strong> do<br />
Porto. Resultados: Das 418 crianças nascidas em 2007 e 2008, seguidas em<br />
consulta, 23 preencheram os critérios <strong>de</strong> inclusão. As crianças seleccionadas<br />
tinham ida<strong>de</strong>s compreendidas entre os 4 e 24 meses e 56% eram do sexo masculino.<br />
Todas as crianças provinham <strong>de</strong> famílias classificadas com classe<br />
Graffar IV ou V. Em 71% das crianças, as mães tinham menos <strong>de</strong> 6 anos <strong>de</strong><br />
escolarida<strong>de</strong> e em 47,8% ambos os progenitores encontravam-se <strong>de</strong>sempre -<br />
gados. Relativamente ao estado vacinal, 22 das 23 crian ças (96%) apresentavam<br />
o Programa Nacional <strong>de</strong> Vacinação actualizado. Dez crianças (43,4%)<br />
iniciaram a vacinação anti-pneumocócica, sendo que 70% <strong>de</strong>las tinham o<br />
esquema actualizado para a ida<strong>de</strong>. Das crianças com mais <strong>de</strong> 18 meses que iniciaram<br />
a vacinação, 29% tinham o esquema completo (4 doses). Três crianças<br />
(13%) iniciaram a vacinação contra o rotavirus, uma <strong>de</strong>las (4% das crianças<br />
com mais <strong>de</strong> 6 meses) completou o esquema. Conclusão: Verificou-se uma<br />
elevada cobertura do programa nacional <strong>de</strong> vacinação. A a<strong>de</strong>são à vacinação<br />
extra-calendário foi inferior a 50%. Este resultado po<strong>de</strong>rá estar na <strong>de</strong>pendência<br />
da situação socioeconómica familiar que as crian ças vivem (classificação<br />
Graffar IV e V, baixa escolarida<strong>de</strong> das mães, <strong>de</strong>semprego dos progenitores).<br />
Palavras-chave: Vacinação, filhos <strong>de</strong> mães adolescentes<br />
PD142 - Doenças Comuns da Infância: Conhecimentos pelos Cuidadores<br />
<strong>de</strong> Crianças em Ida<strong>de</strong> Pré-escolar<br />
Andreia Oliveira 1 ; Cláudia Teles 1 ; Maria dos Anjos Reis Lima 1<br />
1- Unida<strong>de</strong> <strong>de</strong> Cuidados <strong>de</strong> Saú<strong>de</strong> Personalizados do Carvalhido - ACES<br />
Porto Oci<strong>de</strong>ntal<br />
Introdução. Nas consultas <strong>de</strong> saú<strong>de</strong> infantil é fundamental reforçar o papel<br />
parental no reconhecimento das doenças comuns da infância, alertando os<br />
cuidadores para os sinais e sintomas que justificam o recurso aos serviços <strong>de</strong><br />
saú<strong>de</strong>. Objectivos. Caracterizar o nível <strong>de</strong> conhecimento dos cuidadores <strong>de</strong><br />
crianças em ida<strong>de</strong> pré-escolar relativamente a doenças comuns da infância.<br />
Material e Métodos. Aplicação <strong>de</strong> questionários anónimos ao cuidador que<br />
acompanhou a criança com ida<strong>de</strong> não superior a 5 anos à consulta <strong>de</strong> saú<strong>de</strong><br />
infantil ao nível dos Cuidados <strong>de</strong> Saú<strong>de</strong> Primários, entre 9 <strong>de</strong> Novembro e 4<br />
<strong>de</strong> Dezembro <strong>de</strong> 2009. Os questionários abordaram a febre, a tosse, a gastroenterite<br />
e a obstipação. Resultados. Obtiveram-se 100 questionários, 77%<br />
dos quais preenchidos pela mãe, ida<strong>de</strong> média <strong>de</strong> 32,5 anos (mín=18;<br />
máx=65), 67% com escolarida<strong>de</strong> superior ao 9º ano. Das crianças atendidas,<br />
51% eram filhos únicos e a sua vigilância <strong>de</strong> saú<strong>de</strong> realizava-se no Médico <strong>de</strong><br />
Família em 45% e em conjunto com o Pediatra em 27%. No tema da FEBRE,<br />
registou-se um menor nível <strong>de</strong> conhecimento relativamente à <strong>de</strong>finição da<br />
temperatura (48% para valores inferiores a 38ºC); incorrecções na administração<br />
do antipirético (70% administrava paracetamol até três tomas diárias);<br />
e o papel do banho como adjuvante (após o antipirético em 36%). A TOSSE<br />
foi reconhecida como um sintoma que necessita <strong>de</strong> observação médica imediata<br />
22%, e necessitando <strong>de</strong> nebulizadores (56%) e “xaropes para a tosse”<br />
(54%) para o seu tratamento. Na GASTROENTERITE registou-se um consi -<br />
<strong>de</strong>rável nível <strong>de</strong> <strong>de</strong>sconhecimento sobre a principal etiologia (bacteri ana/ali -<br />
mentos contaminados em 66%) e medidas a<strong>de</strong>quadas no seu tratamento. Em<br />
meta<strong>de</strong> dos casos foi referida como importante a mudança no tipo <strong>de</strong> leite<br />
(58%), assim como, a administração <strong>de</strong> água <strong>de</strong> arroz e “coca-cola” (50%).<br />
Defen<strong>de</strong>u-se o uso <strong>de</strong> medicamentos para os vómitos em 46% e para a diarreia<br />
em 62%, contudo os soros orais foram valorizados apenas por 48%. De<br />
um modo geral, os conhecimentos relativos à OBSTIPAÇÃO po<strong>de</strong>m ser consi<strong>de</strong>rados<br />
a<strong>de</strong>quados, contudo esta patologia foi <strong>de</strong>svalorizada pela família<br />
em 28%. Conclusões. É importante continuar a investir na educação da popu -<br />
lação, especialmente nas consultas <strong>de</strong> saú<strong>de</strong> infantil, insistindo nos cuidados<br />
antecipatórios perante sinais e sintomas das doenças comuns da infância, que<br />
motivam as inúmeras observações diárias nos diversos serviços <strong>de</strong> saú<strong>de</strong>.<br />
Palavras-chave: Cuidadores, doenças comuns, infância.<br />
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