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acta pediátrica portuguesa - Sociedade Portuguesa de Pediatria

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Acta Pediatr Port 2010:41(5):S122<br />

não evi<strong>de</strong>nciaram qualquer alteração. A cintigrafia óssea revelou acentuada<br />

hipercaptação a nível da junção lombosagrada. A ressonância magnética da<br />

colu na lombar mostrou fenómenos <strong>de</strong> espon di lodiscite com abcesso epidural<br />

ântero-lateral direito associado e anterolistese grau I/V <strong>de</strong> L5 em relação a S1.<br />

Além <strong>de</strong> imobilização, iniciou antibioterapia empírica com flucloxacilina<br />

100mg/kg/dia ev e ceftriaxone 100mg/Kg ev (posteriormente suspenso). A<br />

hemo cultura foi positiva para Staphyloccocus aureus. A recuperação foi completa,<br />

sem sequelas, ao fim <strong>de</strong> 4 semanas <strong>de</strong> tratamento. Comentários: É<br />

importante consi<strong>de</strong>rar a espondilodiscite no diagnóstico diferencial <strong>de</strong> dor lombar<br />

na criança, ainda que a radiologia convencional não evi<strong>de</strong>ncie alterações. A<br />

ressonância magnética é o exame <strong>de</strong> eleição. Apenas em 50% dos casos se<br />

obtém hemoculturas positivas, sendo os gérmens mais frequentes o<br />

Staphyloccocus aureus, Streptococcus, Kingella kingae e Salmonella typhi. As<br />

complicações incluem abcessos e lesões radi culares nervosas. A terapêutica é<br />

habitualmente conservadora, com antibio terapia prolongada.<br />

Palavras-chave: Spondylodiscitis, Staphylococcus aureus, case report.<br />

PD222 - Pleuresia Tuberculosa - Caso Clínico<br />

Maristela Margatho 1 ; Lur<strong>de</strong>s Moura 1 ; Nuno Figueiredo 1<br />

1- Serviço <strong>de</strong> <strong>Pediatria</strong> do Hospital Distrital da Figueira da Foz<br />

Introdução: A tuberculose (TB) permanece um problema actual e a sua<br />

emer gência está intimamente relacionada com a infecção HIV-SIDA, a toxico<strong>de</strong>pendência<br />

e a baixa condição social. Na maioria das vezes, a infecção<br />

por M. tuberculosis permanece assintomática, estimando-se que cerca <strong>de</strong><br />

10% dos casos não tratados evoluam para TB Doença. Caso clínico: Menina<br />

<strong>de</strong> 10 anos, caucasiana, previamente saudável, trazida ao Serviço <strong>de</strong> Urgência<br />

por febre e dor torácica, <strong>de</strong>s<strong>de</strong> há 3 dias. Era seguida no Centro <strong>de</strong> Diag -<br />

nóstico Pneumológico (CDP), por contexto familiar <strong>de</strong> TB bacilífera. O boletim<br />

<strong>de</strong> vacinas mostrava imunização neonatal com BCG e Prova <strong>de</strong> Mantoux<br />

<strong>de</strong> 16mm, realizada recentemente. Apresentava-se com bom estado geral,<br />

febril, eupneica, com sat.O2 98%. À auscultação, diminuição do murmúrio<br />

vesicular nos 2/3 inferiores do hemitórax esquerdo. A radiografia e a<br />

ecografia torácicas evi<strong>de</strong>nciaram extenso <strong>de</strong>rrame pleural da base esquerda.<br />

Analiticamente, hemograma sem alterações, PCR 32mg/L e VS 50mm/s.<br />

Inicou ampicilina (100mg/Kg/dia), que cumpriu 3 dias, sem reposta. O líquido<br />

pleural mostrou abundante fibrina, proteínas 5.2mg/l, glicose 99mg/dl,<br />

LDH 811U/ml. Após colheitas, instituí-se terapêutica tripla com Rifampi -<br />

cina(R), Isoniazida(H) e Pirazinamida(P). Não foi conseguido isolamento<br />

cultural <strong>de</strong> M. tuberculosis no líquido pleural, suco gástrico ou sangue. A<br />

PCR para BK foi negativa e o IGRA (interferon gamma release assay) sérico<br />

“duvidoso”. Observou-se evolução clínica, analítica e radiológica favoráveis.<br />

O caso foi notificado e mantém actualmente seguimento no CDP da área da<br />

residência e em consulta <strong>de</strong> <strong>Pediatria</strong> Geral. Comentário: O diagnóstico <strong>de</strong><br />

tuberculose na criança é, na maioria das vezes, <strong>de</strong> presunção, dada a inespecificida<strong>de</strong><br />

clínica e a dificulda<strong>de</strong> no isolamento do BK (formas paucibacilares).<br />

A criança po<strong>de</strong> funcionar, assim, como “reservatório” da doença ou <strong>de</strong>senvolver,<br />

muitas vezes, formas graves e/ou disseminadas, com elevada morbimortalida<strong>de</strong>.<br />

No presente caso, a história <strong>de</strong> contacto com doente bacilifero,<br />

a positivida<strong>de</strong> da prova tuberculinica, coadjuvada pelos achados clínicos,<br />

analíticos e imagiológicos, bem como resposta favorável ao tratamento antituberculoso<br />

direccionaram o diagnóstico. Preten<strong>de</strong> alertar-se para a importância<br />

da articulação multidisciplinar entre serviços <strong>de</strong> saú<strong>de</strong>, no sentido <strong>de</strong><br />

adoptar estratégias <strong>de</strong> rastreio e seguimento dos doentes, a fim <strong>de</strong> um con -<br />

trolo efectivo da doença, a nível nacional.<br />

Palavras-chave: Tuberculosis, pleural effusion, children, case report.<br />

PD223 - Quando a doença é silenciosa<br />

Susana Branco 1 ; Ruben Rocha 1 ; Margarida Tavares 1 ; Teresa Nunes 1 ; Artur<br />

Bonito Vitor 1<br />

1- Hospital <strong>de</strong> São João, EPE<br />

Descrição do Caso Clínico: Apresenta-se o caso <strong>de</strong> uma criança com 13<br />

meses <strong>de</strong> ida<strong>de</strong>, fruto <strong>de</strong> gestação <strong>de</strong> 24 semanas, não vigiada e parto ocor rido<br />

no domicílio. Mãe, toxico<strong>de</strong>pen<strong>de</strong>nte, seropositiva. A criança foi inter nada na<br />

UCIN até aos 98 dias <strong>de</strong> vida <strong>de</strong>vido a complicações da prematu rida<strong>de</strong> e sob<br />

profilaxia com anti-retrovirais. Foi entregue aos cuidados da avó e manteve-se<br />

clinicamente bem, com um crescimento estato-pon<strong>de</strong>ral a<strong>de</strong> qua do, apresentando<br />

três Polymerase chain reaction (PCR) negativas para o HIV no primeiro<br />

semestre <strong>de</strong> vida, pelo que foi <strong>de</strong>cidido realizar a vacinação com BCG, precedida<br />

<strong>de</strong> prova tuberculínica, com induração <strong>de</strong> 12mm. A radiografia do tórax<br />

mostrou uma pequena área hipotransparente no terço médio direito e a pes -<br />

quisa do Mycobacterium tuberculosis por PCR no la vado gástrico foi positiva,<br />

apesar <strong>de</strong> uma baciloscopia negativa, estando a cultura em curso. Após investigação<br />

do processo da mãe, constatou-se que à altura do parto, apresentava<br />

tuberculose com baciloscopias positivas e que cumpria <strong>de</strong> forma irregular o<br />

tratamento, tendo ocultado esta situação à equipa da neonatologia. Perante o<br />

diagnóstico <strong>de</strong> tuberculose pulmonar primária iniciou tratamento com medi -<br />

cação anti-bacilar. Discussão: Este caso clínico reforça a necessida<strong>de</strong> <strong>de</strong> execução<br />

da prova tuberculínica antes da administração da BCG, quando efec -<br />

tuada após o período neonatal. Uma história clínica exaustiva numa mãe HIV<br />

positiva assume especial importância no <strong>de</strong>spiste <strong>de</strong> outras infecções concomitantes,<br />

e, neste caso, teria permitido a instituição precoce da quimioprofilaxia<br />

na criança. Nesta faixa etária, a doença pulmonar primária po<strong>de</strong> ser silenciosa.<br />

A PCR para o Mycobacte rium tuberculosis aumenta a sensibilida<strong>de</strong> dos outros<br />

meios complementares <strong>de</strong> diagnóstico.<br />

Palavras-chave: Tuberculose pulmonar, Polymerase chain reaction<br />

PD224 - O impacto da pan<strong>de</strong>mia por Influenza A (H1N1) vivido nos SUP<br />

da R.A.M.<br />

Hugo Cavaco 1 ; Joana Oliveira 2 ; Cristina Domingues 3 ; Henrique Leitão 2 ; Rute<br />

Gonçalves 2 ; Paula Luísa Ferna<strong>de</strong>s 3 ; Pedro Freitas 2<br />

1- Hospital Central do Funchal; 2- Serviço <strong>de</strong> <strong>Pediatria</strong>, Hospital Central do<br />

Fun chal; 3- Serviço <strong>de</strong> Patologia Clínica, Hospital Central do Funchal<br />

Introdução: A Região Autónoma da Ma<strong>de</strong>ira (RAM) é um <strong>de</strong>stino turístico<br />

<strong>de</strong> eleição e recebe inúmeros emigrantes no Verão. O primeiro caso <strong>de</strong><br />

infecção a Influenza A(H1N1) pediátrico, diagnosticado a 27 <strong>de</strong> Agosto <strong>de</strong><br />

2009, foi importado. Este estudo procura caracterizar o período pandémico <strong>de</strong><br />

Gripe A nos Serviços <strong>de</strong> Urgência Pediátricos (SUP) da R.A.M. e o efeito da<br />

implementação das Orientações Técnicas (OT) da Direcção Geral <strong>de</strong> Saú<strong>de</strong><br />

(DGS). Métodos: Estudo <strong>de</strong>scritivo retrospectivo longitudinal, com revisão<br />

dos formulários preenchidos nos SUP do Hospital Central do Funchal e centros<br />

referenciados ao atendimento <strong>de</strong> doentes com gripe da R.A.M., <strong>de</strong> acordo<br />

com as OT da DGS, durante a fase pandémica. Foram incluídos casos com<br />

ida<strong>de</strong> ao diagnóstico inferior a 14 anos. A <strong>de</strong>finição <strong>de</strong> caso baseou-se em<br />

critérios clínicos (OT1), com confirmação laboratorial por RT-PCR para o<br />

Influenza A(H1N1) após zaragatoa do exsudado orofaríngeo. Resultados: De<br />

um total <strong>de</strong> 702 casos, foram analisados os positivos (n=316), 61,3% do sexo<br />

masculino, com ida<strong>de</strong>s compreendidas entre 1 mês e 13 anos (média: 6A;<br />

22,8% &lt;24M). Verificou-se um pico <strong>de</strong> incidência nos meses <strong>de</strong> Novembro<br />

(37%) e Dezembro (56%). Quanto à distribuição <strong>de</strong> casos por concelhos,<br />

mais <strong>de</strong> meta<strong>de</strong> residiam no Funchal (58,7%), seguido <strong>de</strong> Santa Cruz<br />

(17,8%), Câmara-<strong>de</strong>-Lobos (12%) e Machico (5,8%), em concordância com<br />

as taxas populacionais dos mesmos. Em média recorreram ao SU 32h após<br />

início dos sintomas e apenas 4 casos após o período <strong>de</strong> shedding. A apresentação<br />

foi ligeira em 93,3% dos casos e 32,5% pertenciam a grupos <strong>de</strong> risco<br />

(ida<strong>de</strong> &lt; 2A: n=72; asma: n=20; DM: n=5; obesida<strong>de</strong>: n=4; outros: n=2).<br />

Foram internadas 18 crianças (sindrome gripal: n=14; pneumonia: n=4).<br />

Iniciou-se terapeutica com fosfato <strong>de</strong> oseltamivir em 40 casos. Apenas 9<br />

casos tinham sido vacinados (prazo &lt; 10 dias). Conclusões: Os autores<br />

gostariam <strong>de</strong> ressalvar as limitações inerentes ao preenchimento incorrecto <strong>de</strong><br />

alguns formulários, pela elevada afluência aos SU. A prescrição <strong>de</strong> antivirais<br />

foi feita após o resultado laboratorial em vários casos, o que subestima os<br />

valo res encontrados. Verificou-se um predomínio do sexo masculino, com<br />

maior incidência em Novembro e Dezembro e 42% dos casos tinham menos<br />

<strong>de</strong> 5 anos <strong>de</strong> ida<strong>de</strong>. Todos os casos que iniciaram antivirais pertenciam a grupos<br />

<strong>de</strong> risco. A maioria dos casos foram ligeiros, sendo a taxa <strong>de</strong> interna mento<br />

ínfima (0,05%). A principal via <strong>de</strong> contágio foi em contexto escolar.<br />

Palavras-chave: Influenza A(H1N1); Serviço <strong>de</strong> Urgência Pediátrico; pan -<br />

<strong>de</strong> mia; gripe A<br />

PD225 - Internamentos por Varicela: Experiência <strong>de</strong> 10 anos<br />

Ines Carmo Girbal 1 ; Sara Roque Pinto 1 ; Inês Vaz Silva 1 ; Telma Francisco 1 ;<br />

Ana Simões 1 ; Florbela Cunha 1<br />

1- Hospital Reynaldo Santos<br />

Introdução: A varicela é uma doença frequente na infância e <strong>de</strong> curso habi -<br />

tualmente benigno. No entanto, po<strong>de</strong>m ocorrer formas graves ou complicadas,<br />

com necessida<strong>de</strong> ocasional <strong>de</strong> Internamento. O objectivo <strong>de</strong>ste traba -<br />

lho é a caracterização dos internamentos com diagnóstico <strong>de</strong> varicela num<br />

período <strong>de</strong> 10 anos num hospital <strong>de</strong> nível II. Métodos: Estudo retrospectivo<br />

dos processos clínicos <strong>de</strong> internamento em serviço <strong>de</strong> <strong>Pediatria</strong> Geral, com<br />

diagnóstico <strong>de</strong> varicela, <strong>de</strong> 2000 a 2009. Resultados: Foram internadas 70<br />

S122

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