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acta pediátrica portuguesa - Sociedade Portuguesa de Pediatria

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Acta Pediatr Port 2010:41(5):S133<br />

avó paterna e na mãe. Na primera abordagem fez referência a cansaço, sem<br />

outras queixas. Descreveu hábitos alimentares equilibrados. Ao exame objectivo<br />

não se registavam alterações. Peso 46,8kg Percentil (P)25, altura<br />

159,5cm (P25-50), IMC 18,3 (P25). Requisitados hemograma e perfíl lipídico<br />

que revelaram: HC e LP. Vinte e um dias <strong>de</strong>pois confessava não querer<br />

comer, saltando refeições, e amenorreia com 5 meses <strong>de</strong> evolução. Veio a<br />

regis tar uma perda pon<strong>de</strong>ral <strong>de</strong> 1,3 kg com IMC 17,9 (P10-25) associada a<br />

can saço fácil. Feito acompanhamento multidisciplinar (Pediatra, Nutricio -<br />

nista e Pedopsiquiatra), aconselhamento alimentar, reforço positivo e res tri -<br />

ção <strong>de</strong> activida<strong>de</strong> física, com recuperação gradual. Um ano <strong>de</strong>pois apresen -<br />

tava um peso <strong>de</strong> 50 kg (P25-50), melhoria da irritabilida<strong>de</strong> e cansaço, revelando<br />

sentir-se mais alegre. O estudo analítico, nomeadamente o leucograma<br />

e ficha lipídica, normalizou com a recuperação pon<strong>de</strong>ral e a<strong>de</strong>rência ao plano<br />

alimentar proposto. Discussão: Constatou-se que a HC e a LP eram secundá -<br />

rias à perda <strong>de</strong> peso (AN). Gradual normalização <strong>de</strong> padrões analíticos, peso<br />

e estabilida<strong>de</strong> emocional após intervenção multidisciplinar. Conclusão:<br />

Destaca-se a forma incomum <strong>de</strong> apresentação da AN. A HC secundária às<br />

alterações do comportamento alimentar normalizou após recuperação do<br />

peso. Apesar da LP associada, o quadro clínico não era inicialmente elucidativo<br />

da doença. Realça-se a importância da história clínica e do exame físico<br />

<strong>de</strong>talhados bem como a relevância da relação médico-doente na perspectiva<br />

<strong>de</strong> uma mais rigorosa e antecipada intervenção <strong>de</strong> doenças tão complexas<br />

como a AN, na sua dimensão física, emocional e psicossocial.<br />

Palavras-chave: Anorexia Nervosa, Hipercolesterolémia, Leucopenia.<br />

PD263 - Galactorreia numa adolescente - à procura <strong>de</strong> uma causa<br />

Marta Rios 1 ; Susana Gama <strong>de</strong> Sousa 1 ; Teresa Borges 2 ; Paula Fonseca 1<br />

1- Serviço <strong>de</strong> <strong>Pediatria</strong>, Centro Hospitalar do Médio Ave - Unida<strong>de</strong> <strong>de</strong> Fama -<br />

licão; 2- Unida<strong>de</strong> <strong>de</strong> Endocrinologia Pediátrica, Centro Hospitalar do Porto<br />

Introdução: Galactorreia <strong>de</strong>fine-se como produção e secreção láctea pelas<br />

glân dulas mamárias que ocorre fora do período gravídico ou puerperal. De<br />

acordo com a etiologia classifica-se em fisiológica, medicamentosa, tumoral<br />

(a<strong>de</strong>nomas da hipófise), endocrinológica (alteração do eixo hipotálamo-hipo -<br />

fisário, hipotiroidismo) ou neurogénica. Em cerca <strong>de</strong> 34% dos casos é idio pá -<br />

tica. Caso clínico: Adolescente do sexo feminino, 16 anos <strong>de</strong> ida<strong>de</strong>, sem ante -<br />

ce <strong>de</strong>ntes patológicos <strong>de</strong> relevo. Observada na consulta por apresentar corri -<br />

men to mamilar leitoso bilateral, diário, com 4 meses <strong>de</strong> evolução. Menarca<br />

aos 11 anos, interlúnios <strong>de</strong> 28 dias, cataménios regulares, sem amenorreia.<br />

Sem outros sintomas. Negada ingestão <strong>de</strong> medicamentos ou outras drogas. O<br />

exame físico confirmou a presença <strong>de</strong> galactorreia, sem outras alterações.<br />

Efectuou estudo analítico com doseamento <strong>de</strong> prolactina, FSH, LH e hormo -<br />

nas tiroi<strong>de</strong>ias, ecografia mamária e pélvica, radiografia da sela turca e RMN<br />

cerebral que não revelaram alterações <strong>de</strong> relevo. Perante o diagnóstico <strong>de</strong><br />

galactorreia idiopática provável, manteve-se em vigilância. Por manter galactorreia<br />

cerca <strong>de</strong>12 meses após o início do quadro, repetiu estudo da função<br />

tiroi<strong>de</strong>ia que foi normal e efectuou doseamento dos anticorpos anti-tiroi<strong>de</strong>os<br />

com Ac´s anti-tiroperoxidase positivos. A ecografia da tirói<strong>de</strong> mostrou padrão<br />

heterogéneo compatível com processo <strong>de</strong> tiroidite. Actualmente mantém<br />

galactorreia bilateral, sem sintomas <strong>de</strong> novo. Conclusão: Os autores apresentam<br />

este caso <strong>de</strong> galactorreia idiopática pela sua rarida<strong>de</strong> e pelo facto <strong>de</strong> se ter<br />

diagnosticado posteriormente um processo <strong>de</strong> tiroidite. Apesar da tiroidite se<br />

po<strong>de</strong>r associar a hipotiroidismo e este último po<strong>de</strong>r ser uma das causas <strong>de</strong><br />

galactorreia, a função tiroi<strong>de</strong>ia e a prolactina normais excluem esta etiologia,<br />

reforçando o diagnóstico inicial <strong>de</strong> galactorreia idiopática, sendo o diagnós tico<br />

<strong>de</strong> tiroidite um achado ocasional. Salientamos a importância <strong>de</strong> uma história<br />

clínica e exame físico cuidados, assim como a necessida<strong>de</strong> <strong>de</strong> realizar alguns<br />

exames complementares para exclusão <strong>de</strong> causas <strong>de</strong> galactorreia tratáveis ou<br />

potencialmente graves <strong>de</strong> forma a orientar a terapêutica e o seguimento.<br />

Palavras-chave: Adolescente, galactorreia, tiroidite.<br />

PD264 - Quisto Epi<strong>de</strong>rmói<strong>de</strong> Testicular - Abordagem diagnóstica e tera -<br />

pêutica<br />

Liliana Abreu 1 ; Clara Machado 1 ; Jorge Cabral Ribeiro 2 ; Henedina Antunes 3<br />

1- Unida<strong>de</strong> <strong>de</strong> Adolescentes - Serviço <strong>de</strong> <strong>Pediatria</strong> do Hospital <strong>de</strong> Braga;<br />

2- Serviço <strong>de</strong> Urologia do Hospital <strong>de</strong> Braga; 3- Unida<strong>de</strong> <strong>de</strong> Adolescentes -<br />

Serviço <strong>de</strong> <strong>Pediatria</strong> do Hospital <strong>de</strong> Braga; ICVS, Escola <strong>de</strong> Ciências da Vida<br />

e da Saú<strong>de</strong> da Universida<strong>de</strong> do Minho<br />

Introdução: Os tumores testiculares (TT) são raros na ida<strong>de</strong> pediátrica,<br />

apresentando uma incidência <strong>de</strong> 0,5-2/100,000 crianças e adolescentes,<br />

repre sentando o quisto epi<strong>de</strong>rmói<strong>de</strong> (QE) cerca <strong>de</strong> 10-14% dos casos. Caso<br />

Clínico: Adolescente, sexo masculino, 15 anos, sem antece<strong>de</strong>ntes patoló -<br />

gicos relevantes. Referenciado à consulta <strong>de</strong> Urologia por apresentar, nódulo<br />

testicular direito indolor, sem crescimento aparente, bem <strong>de</strong>finido, sem<br />

sinais inflama tórios. Sem outras alterações ao exame objectivo. Foi inter -<br />

nado para estudo. Realizou: B-HCG/B2 Microglobulina/AFP – negativos;<br />

Ecografia escrotal – nódulo testicular direito sólido, hipovascular, limites<br />

<strong>de</strong>finidos, aspecto laminado concêntrico; TAC toraco-abdomino-pélvico –<br />

gânglios mesentéricos e inguinais reactivos, infracentimétricos e massa testi -<br />

cular direita sólida, bilo bulada, com revestimento e centro hiper<strong>de</strong>nsos e<br />

região periférica hipo<strong>de</strong>nsa; RMN pélvica – formação testicular direita só -<br />

lida, aspecto em alvo. O estudo efectuado revelou-se compatível com QE,<br />

tendo realizado orqui<strong>de</strong>ctomia parcial direita com exame extemporâneo da<br />

peça cirúrgica que confirmou o diagnóstico. Teve alta ao 4º dia <strong>de</strong> pós-ope -<br />

ratório. Conclusão: A maioria dos TT em ida<strong>de</strong> pediátrica são benignos, no<br />

entanto a percentagem <strong>de</strong> TT malignos duplica após a puberda<strong>de</strong>. Torna-se<br />

assim necessário realçar a importância da palpação testicular quer como<br />

auto-palpação, quer como parte do exame físico médico. Até há cerca <strong>de</strong><br />

duas décadas, a distinção entre QE, e outros TT só era possível por histo -<br />

logia. Actualmente, existem padrões imagiológicos altamente sugestivos <strong>de</strong><br />

QE, por exemplo, a visualização, na ecografia, <strong>de</strong> massa <strong>de</strong> anéis concên -<br />

tricos hipo/hiperecogénicos alternados (“onion rings”) ou anel hipoecogé -<br />

nico com centro hiperecogénico (“alvo”). A importância do correcto diagnóstico<br />

pren<strong>de</strong>-se com a atitu<strong>de</strong> terapêutica distinta entre o QE e os TT<br />

malignos. Pelo comportamento benigno do QE, tem vindo a ser <strong>de</strong>fendida a<br />

orqui<strong>de</strong>ctomia parcial como tratamento <strong>de</strong> escolha, principalmente em ida<strong>de</strong><br />

pediátrica pelo maior risco <strong>de</strong> doença contralateral (p.ex.: torção). Em todos<br />

os casos <strong>de</strong>scritos encontrados (33), tratados com orqui<strong>de</strong>ctomia parcial, não<br />

existe nenhum relato <strong>de</strong> recorrência.<br />

Palavras-chave: Quisto Epi<strong>de</strong>rmói<strong>de</strong>; Orqui<strong>de</strong>ctomia Parcial.<br />

PD265 - Adolescentes: Caracterização dos Estilos <strong>de</strong> Vida ao nível dos<br />

Cuidados <strong>de</strong> Saú<strong>de</strong> Primários<br />

Andreia Oliveira 1 ; Maria dos Anjos Reis Lima 1<br />

1- Unida<strong>de</strong> <strong>de</strong> Cuidados <strong>de</strong> Saú<strong>de</strong> Personalizados do Carvalhido - ACES<br />

Porto Oci<strong>de</strong>ntal<br />

Introdução. A adolescência representa um período <strong>de</strong> modificações biopsi<br />

co-sociais, sendo as consequências dos estilos <strong>de</strong> vida praticados as<br />

prin cipais causas <strong>de</strong> morbilida<strong>de</strong> e mortalida<strong>de</strong> <strong>de</strong>ste grupo etário.<br />

Objectivos. Caracterizar os estilos <strong>de</strong> vida praticados num grupo <strong>de</strong> adolescentes<br />

aten didos ao nível dos Cuidados <strong>de</strong> Saú<strong>de</strong> Primários (CSP).<br />

Material e Méto dos. Aplicação <strong>de</strong> questionários anónimos aos adolescentes<br />

que frequentaram a primeira consulta <strong>de</strong> saú<strong>de</strong> juvenil realizada pela<br />

primeira autora, numa Uni da<strong>de</strong> <strong>de</strong> CSP, entre 1 <strong>de</strong> Agosto e 31 Dezembro<br />

<strong>de</strong> 2009. Os parâ metros ava lia dos foram: ambiente escolar, activida<strong>de</strong> fí -<br />

sica, hábitos alimentares, consumo <strong>de</strong> tabaco e bebidas alcoólicas. Resul -<br />

tados. Partici param no estudo todos adolescentes observados na primeira<br />

consulta <strong>de</strong> saú<strong>de</strong> juvenil (n=50), verificando-se um predomínio do sexo<br />

masculino (54%), uma ida<strong>de</strong> média <strong>de</strong> 13.8 anos (mín=10; máx=18), com<br />

60% corres pon<strong>de</strong>ndo ao grupo dos mais novos (10 aos 14 anos). Fre -<br />

quentavam escola pública 82% e a maioria (72%) sentia-se sempre seguro<br />

na escola. Rela tivamente ao ambiente escolar, eram preferencialmente os<br />

adolescentes mais novos e os rapazes que se sentiam mais felizes em<br />

relação à sua vida (52% e 50%) e que nunca se sentiam postos <strong>de</strong> lado<br />

(63% e 60%). Os mais velhos e as raparigas foram aqueles que acharam<br />

que ir à escola raramente é aborrecido (57% e 50%), assim como, os que<br />

mais ambicionam ingressar na Universida<strong>de</strong> (70%). Todos os adolescentes<br />

praticavam exercício físico na escola, contudo os que revelaram maior<br />

gosto pelo exercício físico foram os mais novos (82%) e os rapazes (67%).<br />

Quanto aos hábitos alimentares 30% dos adolescentes consi<strong>de</strong>rou que a sua<br />

alimentação é sempre saudável, reve lando-se um consumo diário <strong>de</strong> frutas<br />

em 42%, <strong>de</strong> legumes em 40%, em oposição ao <strong>de</strong> doces em 4% e fritos em<br />

2%. A maioria negou consumo <strong>de</strong> tabaco (84%) ou álcool (66%). Con -<br />

clusões. Neste estudo os autores <strong>de</strong>mons tram que a maioria dos adolescentes<br />

se sen tiam seguros na escola. Relativamente aos estilos <strong>de</strong> vida veri -<br />

ficou-se que o consumo diário <strong>de</strong> frutas e legumes é ainda insatisfatório,<br />

mas o consumo <strong>de</strong> tabaco e bebidas alcoólicas foi inferior ao observado na<br />

literatura. O conhe cimento da realida<strong>de</strong> ao nível <strong>de</strong>sta Unida<strong>de</strong> <strong>de</strong> Saú<strong>de</strong><br />

permitirá projectar intervenções futuras, nomeadamente ao nível da Saú<strong>de</strong><br />

Escolar, com vista à sensibili zação dos adolescentes para a prática <strong>de</strong> estilos<br />

<strong>de</strong> vida saudáveis.<br />

Palavras-chave: Estilos <strong>de</strong> vida, adolescentes, Cuidados <strong>de</strong> Saú<strong>de</strong> Primários.<br />

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