22.07.2014 Views

acta pediátrica portuguesa - Sociedade Portuguesa de Pediatria

acta pediátrica portuguesa - Sociedade Portuguesa de Pediatria

acta pediátrica portuguesa - Sociedade Portuguesa de Pediatria

SHOW MORE
SHOW LESS

You also want an ePaper? Increase the reach of your titles

YUMPU automatically turns print PDFs into web optimized ePapers that Google loves.

Acta Pediatr Port 2010:41(5):S54<br />

fácil e tonturas <strong>de</strong> agravamento progressivo e com cerca <strong>de</strong> 15 dias <strong>de</strong> evo -<br />

lução. À entrada apresentava hiperpigmentação cutânea, mucosas coradas e<br />

<strong>de</strong>si dratadas, lesões violáceas na língua e hipotensão (70-40mmHg). A<br />

avalia ção analítica revelou hiponatrémia (130mmol/l) e hipercaliémia<br />

(5,6mmol/l) pelo que ficou internado. No dia seguinte, iniciou vómitos que<br />

agravaram os <strong>de</strong>sequilibrios iónicos, pelo que foi transferido para um hospital<br />

terciário com a suspeita <strong>de</strong> insuficiência supra-renal aguda. Iniciou tratamento<br />

com hidrocortisona e fludrocortisona, mantendo correcção lenta da<br />

<strong>de</strong>sidratação. Os resultados analíticos confirmaram o diagnóstico <strong>de</strong> DA:<br />

ACTH=1234pg/ml (VR 0-46pg/ml), cortisol=1,10μg/dl (VR 0-9μg/dl) e<br />

reni na activa=3120μUI/ml (VR14-126 μUI/ml). Para esclarecimento etio -<br />

lógico realizou prova <strong>de</strong> Mantoux (anérgico após 72h), cromatografia dos<br />

ácidos gordos <strong>de</strong> ca<strong>de</strong>ia muito longa (normal), ressonância magnética nuclear<br />

crânio-encefálica (normal) e doseamento dos anticorpos anti-supra-renal<br />

(positivo), confirmando tratar-se <strong>de</strong> um caso <strong>de</strong> doença <strong>de</strong> Addison <strong>de</strong> causa<br />

auto-imune; os doseamentos <strong>de</strong> outros autoanticorpos (anti-tiroglo bulina,<br />

anti-microssoma, anti-tranglutaminase e anti-<strong>de</strong>scarboxilase ácido glutâ -<br />

mico) foram também negativos. Conclusões: Neste caso clínico, foi essencial<br />

uma avaliação clínica cuidadosa apoiado por exames auxiliares crite riosos. A<br />

vigilância continuada e sistemática <strong>de</strong> patologias associadas é fundamental.<br />

Palavras-chave: Addison, Supra-Renal, Insuficiência.<br />

PAS87 - Diabetes Mellitus Tipo 1 - Caracterização <strong>de</strong> uma amostra<br />

Pediátrica<br />

Ana Cristina Brett 1 ; Cristiana Carvalho 2 ; Ester Gama 2 ; Pascoal Moleiro 2<br />

1- Hospital Pediátrico <strong>de</strong> Coimbra; 2- Hospital <strong>de</strong> Sto André, EPE Leiria<br />

Introdução:A Diabetes Mellitus tipo 1(DM1) é uma das doenças crónicas<br />

mais frequentes em <strong>Pediatria</strong>. É fundamental adaptar os ensinos e o trata -<br />

mento, <strong>de</strong> forma a melhorar o controlo metabólico e evitar complicações.<br />

Objec tivos:Avaliar as crianças e adolescentes com DM1 seguidos na Con -<br />

sulta <strong>de</strong> <strong>Pediatria</strong> Diabetes(CPD) em relação ao seu controlo metabólico.<br />

Material e Métodos:Estudo retrospectivo <strong>de</strong>scritivo com carácter explora -<br />

tório, baseado nos processos clínicos das crianças e adolescentes com DM1<br />

em seguimento até Março 2010 na CPD. Analisado: género, ida<strong>de</strong> actual e<br />

à data do diagnóstico, episódio inaugural, esquema insulínico, hemoglo bina<br />

A1c(HbA1c) média anual <strong>de</strong>s<strong>de</strong> o diagnóstico e complicações. Definido<br />

“HbA1c a<strong>de</strong>quada” o valor médio anual até 7,5%. Tratamento estatístico<br />

em PASW® 18(α=0,05). Resultados: São actualmente seguidos 77 diabé -<br />

ticos, com média <strong>de</strong> ida<strong>de</strong> 12,8A±4,3; 55% do sexo masculino e duração<br />

média <strong>de</strong> doença 4,3A±3,2. No episódio inaugural apresentavam <strong>de</strong>scompensação<br />

metabólica 66%, cetoacidose (CAD) ligeira 24% e CAD mo<strong>de</strong> -<br />

rada a grave 10%. Relativamente ao tempo <strong>de</strong> duração <strong>de</strong> doença verificouse<br />

que até ao 1ºA 64% têm HbA1c a<strong>de</strong>quada, diminuindo para 45% no 2ºA,<br />

35% no 3ºA e mantendo-se entre 30-40% a partir do 4ºA. A HbA1c média<br />

no último ano foi semelhante em crianças e adolescentes (≥10 anos),<br />

respectivamente 7,8%±0,9 e 7,9%±1,4. Actualmente têm esquema insulí -<br />

nico intensivo 94%. Necessitaram <strong>de</strong> pelo menos um internamento por<br />

<strong>de</strong>scompensação da DM1 38% (CAD 17%). Foram <strong>de</strong>scritas hipoglicémias<br />

frequentes em 39%. Foi diagnosticado: patologia tiroi<strong>de</strong>ia em 13%, dislipidémia<br />

em 14%, obesida<strong>de</strong> em 11% e doença celíaca em 5%.<br />

Subdividindo os diabéticos <strong>de</strong> acordo com a ida<strong>de</strong> <strong>de</strong> diagnóstico, temos o<br />

grupo A (&lt; 10 anos) e B (≥10 anos). O grupo A (n=40) tem ida<strong>de</strong> média<br />

<strong>de</strong> diagnóstico <strong>de</strong> 4,8A±2,5 e o grupo B (n=37) <strong>de</strong> 12,6A±2,1. Verificou-se<br />

uma diferença estatisticamente significativa na HbA1c inicial dos dois grupos<br />

(p=0.01), respectivamente 10,8%±2 e 12,3%±2,8. Não houve diferença<br />

na forma <strong>de</strong> apresentação da DM1 nos dois grupos (p=0,6) Comentários:<br />

Observou-se uma <strong>de</strong>terioração progressiva do controlo glicémico com o<br />

tempo, sobretudo a partir do 1º ano <strong>de</strong> doença, o que reforça a necessida<strong>de</strong><br />

<strong>de</strong> um acompanhamento regular, re-ensino frequente e constante motivação<br />

do diabético. Contrariamente ao <strong>de</strong>scrito na lite ratura, o grupo com episódio<br />

inaugural &lt;10 anos não teve maior grau <strong>de</strong> <strong>de</strong>scompensação; neste<br />

grupo a HbA1c inicial foi também mais baixa.<br />

Palavras-chave: Diabetes tipo 1, controlo metabólico.<br />

PAS88 - Diabetes Mellitus e hepatite autoimune: a ponta do iceberg<br />

Diana Moreira 1 ; Isabel Pinto Pais 1 ; Sandra Rebimbas 1 ; Lúcia Rodrigues 1 ;<br />

Rosa Arménia Campos 1 ; Cristina Costa 1<br />

1- Serviço <strong>de</strong> <strong>Pediatria</strong> - Centro Hospitalar Vila Nova <strong>de</strong> Gaia / Espinho, EPE<br />

Introdução: Os autores apresentam um caso clínico <strong>de</strong> síndrome poliglan -<br />

dular autoimune tipo II (Diabetes Mellitus tipo 1 (DM 1) com auto-anticorpos<br />

(Ac) anti-suprarrenal e anti-tiroi<strong>de</strong>os positivos) associado a hepatite<br />

autoimune, gastrite atrófica autoimune, doença celíaca e trombocitopenia<br />

auto imune. Caso clínico: Adolescente, sexo masculino, 16 anos, com ante -<br />

ce<strong>de</strong>ntes <strong>de</strong> anemia microcítica/hipocrómica <strong>de</strong>s<strong>de</strong> os 5 anos <strong>de</strong> ida<strong>de</strong>. Refe -<br />

ren ciado à urgência pediátrica, aos 12 anos por síndrome polidípsico-poliú -<br />

rico. Ao exame físico <strong>de</strong>stacava-se pali<strong>de</strong>z mucocutânea, <strong>de</strong>sidratação,<br />

mucosas subictéricas e esplenomegalia maciça. Analiticamente apresentava<br />

hiperglicemia (267 mg/dl) sem cetoacidose, pancitopenia com anemia micro -<br />

cítica/hipocrómica e hepatite com disfunção hepática. Após investigação<br />

clínica e laboratorial diagnosticou-se: DM 1 inaugural; hepatite crónica auto -<br />

imune tipo 1 com cirrose hepática associada a hipertensão portal; anemia<br />

ferro pénica refractária ao ferro oral por gastrite atrófica autoimune com<br />

infecção por Helicobacter pylori e doença celíaca; trombocitopenia com Ac<br />

plaquetários positivos; Ac anti-tiroi<strong>de</strong>os positivos sem alteração morfofuncional<br />

da tirói<strong>de</strong> e Ac anti-suprarrenal positivos. Realizou a pesquisa <strong>de</strong> AIRE<br />

gene que foi negativa e a contagem <strong>de</strong> linfócitos T CD3αβ+CD4-CD8- (inferior<br />

a 1% dos linfócitos totais). Inicialmente medicado com insulina, predni -<br />

solona e micofenolato <strong>de</strong> mofetil com resposta insuficiente (hiperglicemias<br />

sustentadas, TGP e GGT elevadas). Actualmente, 3 anos após o diagnóstico,<br />

a realizar dieta isenta em glúten, suplementos vitamínicos-minerais, insulina<br />

por bomba infusora, prednisolona e azatioprina com controlo da função hepá -<br />

tica e resolução da anemia. Por persistência da esplenomegalia maciça e<br />

trombocitopenia foi submetido recentemente a embolização da artéria esplé -<br />

nica. Comentários: Os autores apresentam este caso clínico por se tratar <strong>de</strong><br />

uma entida<strong>de</strong> clínica rara, em particular na ida<strong>de</strong> pediátrica. Dada a sua<br />

comple xida<strong>de</strong> clínica com envolvimento multiorgânico, a abordagem tera -<br />

pêutica coloca numerosas dificulda<strong>de</strong>s que os autores gostariam <strong>de</strong> colocar à<br />

discussão.<br />

Palavras-chave: Síndrome poliglandular autoimune; Diabetes Mellitus;<br />

Hepatite autoimune.<br />

PAS89 - Síndrome <strong>de</strong> Mayer-Rokitansky: Caso Clínico<br />

Miguel Costa 1 ; Sofia Martins 1 ; Olinda Marques 2 ; Carlos Pina Vaz 3 ; Teresa<br />

Coutinho 4 ; Henedina Antunes 5 ; Ana Antunes 1<br />

1- <strong>Pediatria</strong>, Consulta <strong>de</strong> Grupo Endocrinológico, Hospital <strong>de</strong> Braga;<br />

2- Endocrinologia, Consulta <strong>de</strong> Grupo Endocrinológico, Hospital <strong>de</strong> Braga;<br />

3- Imagiologia, Hospital <strong>de</strong> Braga; 4- Ginecologia, Hospital <strong>de</strong> Braga;<br />

5- <strong>Pediatria</strong>, Consulta <strong>de</strong> Gastrenterologia, Hepatologia e Nutrição, Hospital<br />

<strong>de</strong> Braga<br />

Introdução: O Síndrome <strong>de</strong> Küster-Hauser-Mayer-Rokitansky (SMR) consiste<br />

em aplasia vaginal associada a outras anomalias do ducto mülleriano.<br />

Resulta da agenesia ou hipoplasia da referida estrutura embrionária, não<br />

tendo sido, até à data, i<strong>de</strong>ntificados genes responsáveis. Afecta exclusivamente<br />

o sexo e a sua incidência é estimada em 1:5000 recém-nascidas<br />

(EUA). A extensão da aplasia vaginal é variável, po<strong>de</strong>ndo ser praticamente<br />

total ou discreta e inconsequente. Acompanha-se na maioria dos casos <strong>de</strong><br />

agenesia uterina com doseamento das hormonas sexuais normal e raramente<br />

<strong>de</strong> hipoplasia ovárica. Os genitais externos são normais, pelo que a maio ria<br />

dos casos só é diagnosticada na puberda<strong>de</strong> ou ida<strong>de</strong> adulta. A sua apresentação<br />

clínica característica é a amenorreia primária. Caso Clínico:<br />

Adolescente, do sexo , orientada aos 14 anos para a consulta <strong>de</strong> Grupo<br />

Endocrinológico por atraso pubertário. Antece<strong>de</strong>ntes <strong>de</strong> Doença <strong>de</strong><br />

Hirschprung (segmento ultra-curto) com ressecção cirúrgica aos 3 anos.<br />

Desenvolvimento estaturo-pon<strong>de</strong> ral: Peso P25; Estatura P5 (P25 aos 10<br />

anos); IMC: P50-75. Desenvolvimento psico-motor: sem alterações.<br />

Antece<strong>de</strong>ntes familiares irrelevantes, mãe e irmãs com menarca aos 11<br />

anos, estatura alvo familiar: P5 (154 cm±6.5). Sem consanguinida<strong>de</strong>. O<br />

exame objectivo não apresentava alterações <strong>de</strong> relevo, encontrando-se no<br />

Estadio I <strong>de</strong> Tanner, com genitais externos normais. Os exames complementares<br />

<strong>de</strong> diagnóstico revelaram: Cariótipo: 46 XX, ida<strong>de</strong> óssea <strong>de</strong> 13<br />

anos e LH diminuída com estradiol indoseável. Realizado estudo imagio -<br />

lógico com ecografia e posteriormente com Ressonância magnética pél vica,<br />

em que se verificou ausência <strong>de</strong> útero, hipoplasia ovárica e aplasia vaginal<br />

discreta (aspectos sugestivos <strong>de</strong> SMR). Actualmente, com 15 anos, encontra-se<br />

em seguimento multidisciplinar (endocrinologia pediátrica, ginecologia,<br />

psicologia) e sob tratamento <strong>de</strong> substituição com estradiol transdér mico<br />

(Tanner III). Discussão: Perante uma adolescente com atraso puber tário, o<br />

SMR <strong>de</strong>ve ser consi<strong>de</strong>rado como hipótese diagnóstica tornando importante<br />

a avaliação imagiológica dos órgãos sexuais internos. O seguimento <strong>de</strong>stas<br />

doentes <strong>de</strong>verá ser multidisciplinar, não <strong>de</strong>scurando os aspectos psicológicos.<br />

A falta <strong>de</strong> funcionalida<strong>de</strong> da vagina é o principal problema ine rente a<br />

esta patologia existindo, como alternativas terapêu ticas, a abordagem cirúr-<br />

S54

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!