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acta pediátrica portuguesa - Sociedade Portuguesa de Pediatria

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Acta Pediatr Port 2010:41(5):S77<br />

PD58 - Recém-nascido com fenda lábio-palatina: casuística do Hospital<br />

<strong>de</strong> São João<br />

Rita Santos Silva 1 ; Susana Corujeira 1 ; Liane Costa 1 ; Alexandra Matias 2 ; Ana<br />

Maia 1 ; Manuela Rodrigues 3 ; Bessa Monteiro 4 ; Hercília Guimarães 5<br />

1- Serviço <strong>de</strong> <strong>Pediatria</strong> da UAG-MC do Hospital <strong>de</strong> São João, E.P.E, Porto;<br />

2- Serviço <strong>de</strong> Obstetrícia do Hospital S.João; Faculda<strong>de</strong> <strong>de</strong> Medicina da<br />

Universida<strong>de</strong> do Porto; 3- Serviço <strong>de</strong> Neonatologia da UAG-MC do Hospital<br />

<strong>de</strong> São João, E.P.E, Porto; 4- Serviço <strong>de</strong> Cirurgia Pediátrica da UAG-MC do<br />

Hospital <strong>de</strong> São João, E.P.E, Porto; 5- Serviço <strong>de</strong> Neonatologia do Hospital<br />

S.João; Faculda<strong>de</strong> <strong>de</strong> Medicina da Universida<strong>de</strong> do Porto<br />

Introdução: A fenda lábio-palatina (FLP) é a malformação congénita crâniofa<br />

cial mais comum, com uma incidência estimada <strong>de</strong> 1:750 nados-vivos.<br />

Material e Métodos: Estudo retrospectivo, que envolveu os recém-nascidos<br />

(RN) com FLP nascidos num hospital terciário entre Janeiro 2005 e Dezem -<br />

bro 2009. Análise estatística através do programa SPSS® (teste qui-quadrado),<br />

nível <strong>de</strong> significância 0,05. Resultados: Durante estes 5 anos, nasceram<br />

neste hospital 40 RN com FLP, sendo: 60% do sexo feminino, 55% com<br />

fenda tipo II <strong>de</strong> Spina (pós-foramen incisivo) e 22% RN pré-termo (IG média<br />

33+6 semanas). A ida<strong>de</strong> materna média foi <strong>de</strong> 30 (±5.1) anos. O peso médio<br />

ao nascimento dos RN <strong>de</strong> termo foi <strong>de</strong> 3098 (±472) gramas. Nesta amostra,<br />

38% (n=15) eram fendas sindrómicas, sendo 5 S. polimalformativos não classificados,<br />

4 S. Pierre Robin, 2 S. Micro<strong>de</strong>lecção 22q11.2, 1 S. Toriello Carey,<br />

1 S. Gol<strong>de</strong>nhar, 1 S. Alcoólico Fetal e 1 S. do 1º arco faríngeo. Vinte e seis<br />

doentes (65%) apresentavam outra anomalia congénita associada, fundamentalmente<br />

do foro urológico (50%; n=20), neurológico (40%; n=16) e car díaco<br />

(30%; n=12). Necessitaram <strong>de</strong> internamento em cuidados intensivos<br />

neonatais 53% <strong>de</strong>stes RN (n=21), com uma mediana <strong>de</strong> 12,5 dias (P25 – 3<br />

dias; P75 – 45 dias), tendo ocorrido 2 óbitos. Ao ano <strong>de</strong> 2009, correspon<strong>de</strong>m<br />

35% (n=14) dos casos; nesse ano, a incidência neste hospital foi <strong>de</strong> 1:206<br />

nados-vivos. Quando comparado o ano <strong>de</strong> [2009] com os 4 anos anteriores<br />

[2005-2008], verifica-se uma diferença estatisticamente significativa<br />

(p=0,001) no diagnóstico pré-natal (DPN), com 85,7% em [2009] (12 DPN<br />

em 14 RN com FLP) vs 38,5% (10 DPN em 26 RN com FLP) no intervalo<br />

[2005-2008]. Realizaram, no período neonatal, ecocardiograma e ecografia<br />

transfontanelar 73% (n=29) dos doentes, ecografia renovescial 68% (n=27),<br />

cariótipo 55% (n=22), avaliação oftalmológica 43% (n=17) e RM cerebral<br />

33% (n=13). Quando comparado o ano [2009] com o período [2005-2008],<br />

não se verifica nenhuma diferença estatisticamente significativa nos meios<br />

complementares <strong>de</strong> diagnóstico realizados. Comentários: A existência neste<br />

hospital do Grupo Transdisciplinar <strong>de</strong> FLP faz com que este seja um hospital<br />

<strong>de</strong> referência para esta patologia, o que explica não só o aumento do número<br />

<strong>de</strong> casos em 2009, com a maior divulgação do grupo, mas também a elevada<br />

incidência <strong>de</strong> RN com FLP face ao estimado a nível mundial (1:206 vs<br />

1:750). O maior número <strong>de</strong> DPN em 2009 revela a maior acuida<strong>de</strong> diag -<br />

nóstica da ecografia obstétrica.<br />

Palavras-chave: Fenda lábio-palatina, diagnóstico pré-natal, malformações<br />

congénitas<br />

PD59 - Avaliar o respeito dos direitos da criança hospitalizada: uma iniciativa<br />

da Re<strong>de</strong> Internacional dos Hospitais Promotores <strong>de</strong> Saú<strong>de</strong><br />

Ana Guerreiro 1 ; Ana Guerreiro 1<br />

1- Ministério da Saú<strong>de</strong><br />

Em 2009, a Task Force sobre a promoção da saú<strong>de</strong> da criança e do adolescente<br />

(Re<strong>de</strong> Internacional dos Hospitais Promotores da Saú<strong>de</strong>) preparou um<br />

Mo<strong>de</strong>lo e Ferramenta <strong>de</strong> auto-avaliação sobre o respeito dos direitos da crian -<br />

ça hospitalizada, com o objectivo <strong>de</strong> caracterizar a situação ao nível internacional<br />

e <strong>de</strong> contribuir para a melhoria dos cuidados <strong>de</strong> saú<strong>de</strong> prestados. O<br />

propósito do estudo piloto é conhecer as práticas <strong>de</strong> respeito dos direitos da<br />

criança hospitalizada. Os objectivos principais são <strong>de</strong>monstrar a aplicabilida<strong>de</strong><br />

da Convenção dos Direitos da Criança enquanto mo<strong>de</strong>lo <strong>de</strong> trabalho; a<br />

utilida<strong>de</strong> do Mo<strong>de</strong>lo e Ferramenta em avaliar o respeito efectivo dos direitos<br />

da criança hospitalizada; e a recolha <strong>de</strong> boas práticas e exemplos <strong>de</strong> acções<br />

<strong>de</strong> melhoria dos cuidados. Métodos: O Mo<strong>de</strong>lo e Ferramenta existem em 10<br />

línguas. Os membros da Task Force disseminaram o mesmo em hospitais <strong>de</strong><br />

diversos países e 17 hospitais <strong>de</strong> 10 países ofereceram-se para participar no<br />

estudo, incluindo 3 hospitais portugueses. As metodologias <strong>de</strong> trabalho locais<br />

foram 7 nomeadamente, discussão <strong>de</strong> grupo, discussão entre hospitais, discussão<br />

entre serviços, entrevistas individuais, grupos <strong>de</strong> trabalho e auditorias<br />

com profissionais <strong>de</strong> saú<strong>de</strong>, crianças, adolescentes e pais. Os resultados da<br />

auto-avaliação foram recolhidos através <strong>de</strong> um Relatório Local comum e<br />

docu mentados num Relatório Final. Resultados: 8 dos 17 hospitais<br />

<strong>de</strong>clararam ter adoptado uma Carta da Criança Hospitalizada, enquanto 3<br />

<strong>de</strong>clararam trabalho em progresso. Em relação aos direitos i<strong>de</strong>ntificados na<br />

Ferramenta, os relatórios indicam que existe uma gran<strong>de</strong> atenção ao direito<br />

da criança em ser protegida contra todas as formas <strong>de</strong> violência, comum a<br />

todos os participantes. Por outro lado, os direitos à informação e participação<br />

foram i<strong>de</strong>ntificados como os mais problemáticos. No global, os hospitais<br />

<strong>de</strong>monstraram dar valor à oportunida<strong>de</strong> <strong>de</strong> avaliar o respeito dos direitos da<br />

criança e <strong>de</strong> contribuir para a melhoria dos serviços prestados. Conclusão: O<br />

estudo em questão <strong>de</strong>monstra que há uma atenção geral por parte dos hospitais<br />

e serviços pediátricos na Europa e a Austrália em respeitar os direitos da<br />

criança hospitalizada. Porém, é fundamental relembrar que os direitos protegidos<br />

pela Convenção dos Direitos da Criança são indissociáveis e que todos<br />

eles <strong>de</strong>vem ser protegidos nos vários ambientes <strong>de</strong> vida da criança, incluindo<br />

no hospital. Esta comunicação preten<strong>de</strong> aliciar outros hospitais portugueses a<br />

participar na iniciativa.<br />

Palavras-chave: Direitos da criança, promoção da saú<strong>de</strong>.<br />

PD60 - Colheitas Pós Morte e Transporte <strong>de</strong> Amostras Biológicas<br />

Sandra Costa 1 ; Joana Dias 1 ; Dulce Quelhas 2 ; Almerinda Pereira 1<br />

1- Hospital <strong>de</strong> Braga, Braga; 2- Instituto <strong>de</strong> Genética Médica Jacinto Maga -<br />

lhães, Porto<br />

Todas as crianças vítimas <strong>de</strong> morte súbita ou inesperada, assim como aquelas<br />

em que não há um diagnóstico antes da morte, <strong>de</strong>vem ser estudadas <strong>de</strong>vido à<br />

possibilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> existirem alterações metabólicas/genéticas subjacentes.<br />

Deve-se proce<strong>de</strong>r à colheita <strong>de</strong> várias amostras <strong>de</strong> fluidos/tecidos, proce<strong>de</strong>r à<br />

sua correcta conservação, armazenamento e transporte. Os fluidos/tecidos a<br />

colher são: sangue (20 ml por punção intra cardíaca para realização <strong>de</strong> carió -<br />

tipo, obtenção <strong>de</strong> células para extracção <strong>de</strong> DNA e preenchimento <strong>de</strong> 2-3 car -<br />

tões <strong>de</strong> Guthrie); urina (20 ml por punção vesical para análise toxicológica e<br />

doseamento <strong>de</strong> aminoácidos, ácidos orgânicos, ácido orótico, entre outros);<br />

humor vítreo (punção intra-ocular e congelamento após a colheita); LCR (6<br />

ml por punção lombar para realização <strong>de</strong> estudo citoquímico e doseamento <strong>de</strong><br />

aminoácidos, neurotransmissores, folatos e biopterinas); pele (fragmento com<br />

3x2 mm <strong>de</strong> lado e 1 mm <strong>de</strong> profundida<strong>de</strong>, colheita nas 6 h que suce<strong>de</strong>m o<br />

óbito, colocar e transportar em tubo com soro fisiológico estéril à tempera tura<br />

ambiente para cultura <strong>de</strong> fibroblastos); músculo (4 cubos com 5 mm <strong>de</strong> aresta,<br />

colheita até 2 h após o óbito, uns transportados à temperatura ambiente e<br />

outros congelados a -70ºC) e fígado (5 fragmentos com 20x5mm, colheita até<br />

2 h após a morte, 3 fragmentos congelados a -80 ºC e os restantes à tempe -<br />

ratura ambiente). Após a realização <strong>de</strong> todas as colheitas, as amostras <strong>de</strong>vem<br />

ser enviadas às respectivas instituições, num prazo <strong>de</strong> 24 horas, com os termos<br />

<strong>de</strong> responsabilida<strong>de</strong> do hospital e o relatório clínico do doente. Deverá<br />

ser fotografado e/ou radiografado tudo o que for relevante. Com este protocolo<br />

<strong>de</strong> estudo pós morte preten<strong>de</strong>mos uniformizar o estudo a realizar, o tipo<br />

<strong>de</strong> amostras a recolher, seu armazenamento e transporte, assim como os<br />

locais para envio dos materiais, na zona Norte. Salientamos que todos os<br />

esforços são necessários para que se proceda a uma rápida colheita e correcta<br />

conservação dos materiais biológicos, para ser possível a realização <strong>de</strong><br />

estudos posteriores, que possibilitem a obtenção do diagnóstico.<br />

Palavras-chave: Amostras biológicas, colheita, conservação, transporte.<br />

PD61 - Urgência Pediátrica do Hospital <strong>de</strong> Dona Estefânia: Anafilaxia -<br />

Resultados Preliminares: 2000/2/4/6/8<br />

Inês Simão 1 ; Queiroz G 2 ; Marques F 2 ; Nóbrega S 2 ; Santos S 2 ; Marques M 2 ;<br />

Salvador M 2 ; Brissos J 2 ; Casimiro A 2 ; Cordovil C 3 ; Costa M 4 ; Crujo M 3 ; Fitas<br />

A 2 ; Francisco T 2 ; Gouveia S 4 ; Lopes P 2 ; Neves C 5 ; Coelho M 6<br />

1- Hospital <strong>de</strong> Dona Estefânia; 2- Interno <strong>de</strong> <strong>Pediatria</strong>; 3- Interno <strong>de</strong> Pedo psi -<br />

quiatria; 4- Interno <strong>de</strong> Cardiologia Pediátrica; 5- Assistente Hospitalar <strong>de</strong><br />

<strong>Pediatria</strong> Médica; 6- Assistente Hospitalar Graduado <strong>de</strong> <strong>Pediatria</strong> Médica<br />

Introdução: A urgência pediátrica(UP) do Hospital <strong>de</strong> Dona Estefânia(HDE)<br />

tem o maior movimento do Pais. A UP po<strong>de</strong> ser um observatório epi<strong>de</strong>mio -<br />

lógico da patologia na comunida<strong>de</strong> e da sua evolução e o conhecimento nesta<br />

área é indispensável à sua planificação e organização. Os estudos existentes<br />

são referentes a períodos <strong>de</strong> curta duração, a áreas geográficas com carac te rís -<br />

ticas muito particulares em termos <strong>de</strong> fauna, flora e alergenos existentes<br />

(ex.Austrália) e na sua maioria incluem adultos. Objectivo: Conhecer a<br />

evolução temporal e caracterizar os casos cujo diagnóstico principal foi <strong>de</strong><br />

“Anafilaxia” diagnosticado na UP do HDE nos anos 2000/02/04/06/08. Material<br />

e Métodos: Estudo retrospectivo dos dados retirados <strong>de</strong> todas as 392.768<br />

fichas do SU com diagnóstico <strong>de</strong> “Anafilaxia”. Resultados: I<strong>de</strong>ntificaram-se<br />

S77

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