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acta pediátrica portuguesa - Sociedade Portuguesa de Pediatria

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Acta Pediatr Port 2010:41(5):S71<br />

mia, laqueação do canal torácico e pleuro<strong>de</strong>se. Mantém volumosa ascite<br />

quilosa, condicionando dificulda<strong>de</strong> ventilatória e do equilíbrio da proteiné -<br />

mia pelo que se <strong>de</strong>ci<strong>de</strong> pela realização <strong>de</strong> shunt peritoneo-venoso. Após a<br />

colocação do shunt não houve necessida<strong>de</strong> <strong>de</strong> novas transfusões <strong>de</strong> albumina.<br />

Iniciou alimentação entérica com boa tolerância. Cinco dias <strong>de</strong>pois por isolamento<br />

<strong>de</strong> Cândida albicans no líquido ascitico verificou-se necessida<strong>de</strong> <strong>de</strong><br />

remoção do mesmo. Alta 35 dias <strong>de</strong>pois, clinicamente bem. Follow-up (25<br />

meses) com bom <strong>de</strong>senvolvimento, sem sinais <strong>de</strong> recidiva <strong>de</strong> quilotórax ou<br />

ascite. As malformações do sistema linfático são <strong>de</strong> difícil resolução. A tera -<br />

pêutica conservadora continua a ser a primeira opção. A utilização <strong>de</strong> um<br />

shunt peritóneo-venoso perante ascite quilosa é uma opção terapêutica,<br />

possibi litando ao organismo tempo para se adaptar a um novo equilíbrio.<br />

Palavras-chave: Quilotorax, ascite quilosa, shunt.<br />

PD38 - Displasia <strong>de</strong> <strong>de</strong>senvolvimento da anca tardia: a importância da<br />

vigilância no primeiro ano <strong>de</strong> vida<br />

Filipa Reis 1 ; Carlos Silva 2 ; José Lupi 2 ; José Lima 2<br />

1- Serviço <strong>de</strong> <strong>Pediatria</strong>, Hospital Garcia <strong>de</strong> Orta; 2- Unida<strong>de</strong> <strong>de</strong> Ortopedia<br />

Infantil, Hospital Ortopédico Santiago do Outão<br />

Introdução: A displasia <strong>de</strong> <strong>de</strong>senvolvimento da anca (DDA) engloba um<br />

amplo espectro <strong>de</strong> anomalias, <strong>de</strong>s<strong>de</strong> a ligeira instabilida<strong>de</strong> até à luxação franca<br />

da anca. Embora seja habitualmente <strong>de</strong>tectada no período neonatal, po<strong>de</strong><br />

apresentar-se tardiamente, implicando por vezes uma atitu<strong>de</strong> terapêutica mais<br />

agressiva. Os autores apresentam um caso <strong>de</strong> luxação da anca <strong>de</strong>tectada aos<br />

6 meses <strong>de</strong> ida<strong>de</strong>, em criança com rastreio clínico prévio negativo. Descrição<br />

do caso: Criança <strong>de</strong> 6 meses, sexo feminino, com história familiar <strong>de</strong> patologia<br />

da anca não especificada na família paterna e antece<strong>de</strong>ntes pessoais <strong>de</strong><br />

oligoâmnios no terceiro trimestre <strong>de</strong> gravi<strong>de</strong>z, sem outros antece<strong>de</strong>ntes relevantes.<br />

As consultas <strong>de</strong> vigilância realizadas por pediatra às 2 semanas, 2 e 4<br />

meses <strong>de</strong> vida, não revelaram sinais <strong>de</strong> instabilida<strong>de</strong> da articulação coxo-fe -<br />

mu ral. Na consulta dos 6 meses foi <strong>de</strong>tectada uma limitação franca da abdu -<br />

ção da coxa esquerda, motivo pelo qual foi referenciada à Consulta <strong>de</strong> Orto -<br />

pe dia Infantil. Após confirmação radiológica <strong>de</strong> luxação da anca esquerda foi<br />

internada e iniciou tracção ao Zenith. Seis dias <strong>de</strong>pois foi submetida a tenoto -<br />

mia dos adutores, redução incruenta e imobilização com gesso pelvipodá lico,<br />

substituído por gesso <strong>de</strong> ancas livres ao fim <strong>de</strong> dois meses. Aos três meses <strong>de</strong><br />

pós-operatório substituiu o gesso por talas Dennis-Brown, que mantém. Aos<br />

quatro meses apresenta uma boa evolução radiológica, verifican do-se ainda<br />

uma ligeira displasia acetabular esquerda. Discussão: Embora seja frequentemente<br />

interpretada como uma situação prévia não diagnosticada, a displasia<br />

<strong>de</strong> <strong>de</strong>senvolvimento da anca tardia está <strong>de</strong>scrita na literatura como uma entida<strong>de</strong><br />

individual, surgindo em crianças com rastreio clínico e imagiológico<br />

prévio negativo. Este caso preten<strong>de</strong> salientar a importância do rastreio clí nico<br />

seriado durante o primeiro ano <strong>de</strong> vida, até ao início da marcha. Os autores<br />

<strong>de</strong>fen<strong>de</strong>m ainda o rastreio imagiológico (ecográfico e/ou radiográfico) em<br />

todas as crianças com factores <strong>de</strong> risco para DDA.<br />

Palavras-chave: Displasia <strong>de</strong>senvolvimento anca tardia.<br />

PD39 - Diagnóstico e abordagem da Dermatose IgA linear da Infância<br />

num lactente <strong>de</strong> 4 meses.<br />

Gustavo Januário 1 ; Felicida<strong>de</strong> Santiago 2 ; Ana Moreno 2 ; Oscar Tellechea 2<br />

1- Hospital Pediátrico <strong>de</strong> Coimbra; 2- Departamento <strong>de</strong> Dermatologia.<br />

Hospitais da Universida<strong>de</strong> <strong>de</strong> Coimbra<br />

Introdução: A <strong>de</strong>rmatose IgA linear da Infância (LAD) é uma doença imunobol<br />

hosa sub-epidérmica rara e adquirida. Descrição do caso: Lactente <strong>de</strong> 4<br />

meses, previamente saudável, sem história <strong>de</strong> exposição recente a fármacos<br />

ou antece<strong>de</strong>ntes familiares <strong>de</strong> doenças <strong>de</strong>rmatológicas, que inicia lesões<br />

vesiculo-bolhosas primariamente na região plantar com generalização posterior,<br />

nas semanas seguintes, aos membros, tronco e face. As mucosas foram<br />

sempre poupadas. Foi colocada a hipótese <strong>de</strong> <strong>de</strong>rmatose imuno-bolhosa e foi<br />

realizada biopsia <strong>de</strong> uma das lesões que revelou uma bolha sub-epidérmica<br />

com infiltração <strong>de</strong> eosinófilos na <strong>de</strong>rme. A imunofluorescência directa efectuada<br />

mostrou um <strong>de</strong>pósito linear <strong>de</strong> IgA, IgG e C3 na junção <strong>de</strong>rmo-epidérmica<br />

(JDE) mas a imunofluorescência indirecta foi negativa. Foi assim assu -<br />

mido o diagnóstico <strong>de</strong> LAD e, <strong>de</strong>vido à extensão das lesões, iniciado tra ta -<br />

mento com dapsona e corticoterapia sistémica que teve <strong>de</strong> ser suspenso 3<br />

sema nas <strong>de</strong>pois, com rápido recru<strong>de</strong>scimento das lesões cutâneas, <strong>de</strong>vido a<br />

um quadro grave <strong>de</strong> <strong>de</strong>sequilíbrio hidro-electrolitico complicado por sépsis.<br />

Após tratamento do quadro séptico com antibioterapia endovenosa foi possí -<br />

vel reinstituir o tratamento com a dapsona e corticoterapia sistémica que teve<br />

uma duração total <strong>de</strong> 21 meses. A resolução das lesões cutâneas foi parti cu -<br />

lar mente lenta mas completa. Actualmente a criança tem 3 anos, é saudá vel e<br />

não houve registo <strong>de</strong> qualquer recidiva lesional. Discussão: Os autores abordam<br />

a dificulda<strong>de</strong> no diagnóstico <strong>de</strong> LAD, na sua diferenciação <strong>de</strong> ou tras <strong>de</strong>rmatoses<br />

bulhosas da infância, particularmente no presente caso do penfi gói<strong>de</strong><br />

bolhoso. Discute-se igualmente o suporte fundamental das técnicas <strong>de</strong> imu -<br />

nofluorescência no diagnóstico e a relação entre os <strong>de</strong>pósitos <strong>de</strong> imuno glo -<br />

bulinas adicionais, para além da IgA, na JDE e a resistência ao tratamento.<br />

Palavras-chave: Dermatose Bulhosa, IgA, Imunofluorescência<br />

PD40 - Urticária Pigmentosa - Caso Clínico<br />

Helena Rego 1 ; Teresa Jacinto 1 ; Sandra Me<strong>de</strong>iros 1 ; Raquel Amaral 1 ; Vítor<br />

Carneiro 1 ; C.Pereira Duarte 1<br />

1- HDES<br />

A urticária pigmentosa é uma doença rara, sendo uma das formas <strong>de</strong> mastoci -<br />

tose. Afecta principalmente lactentes e crianças até aos 2 anos <strong>de</strong> ida<strong>de</strong>. É<br />

consequência da proliferação e acumulação em excesso <strong>de</strong> mastócitos nos<br />

vários órgãos, particularmente na pele, sendo a maioria dos casos <strong>de</strong>scritos<br />

causados por uma mutação pontual no proto-oncogene c-kit. Descreve-se o<br />

caso <strong>de</strong> um lactente <strong>de</strong> 7 meses <strong>de</strong> ida<strong>de</strong>, com antece<strong>de</strong>ntes pessoais e fami -<br />

liares irrelevantes, observado em consulta <strong>de</strong> Dermatologia Pediátrica por<br />

uma <strong>de</strong>rmatose, com 3 meses <strong>de</strong> evolução, localizada ao tronco e membros<br />

(poupando a face e área palmo-plantar), caracterizada por inúmeras pápulas e<br />

placas eritemato-acastanhadas, <strong>de</strong> contorno ovalado, com cerca <strong>de</strong> 0,5 a 2 cm<br />

<strong>de</strong> diâmetro, <strong>de</strong> superfície lisa, e que cicatrizavam com manchas hiperpigmentadas.<br />

Ao se friccionar as lesões observava-se aumento do eritema, da<br />

infiltração e do prurido das mesmas (sinal <strong>de</strong> Darier positivo). A história clí -<br />

nica e o restante exame objectivo não revelaram quaisquer alterações. Reali -<br />

zou biópsia <strong>de</strong> pele cujo exame histopatológico i<strong>de</strong>ntificou infiltrado por<br />

mastócitos com disposição intersticial e peri-vascular na <strong>de</strong>rme, compatível<br />

com o diagnóstico proposto <strong>de</strong> urticária pigmentosa. Analiticamente não<br />

tinha alterações dos parâmetros inflamatórios, da função renal ou hepática, e<br />

os doseamentos <strong>de</strong> histamina na urina e <strong>de</strong> IgE total encontravam-se <strong>de</strong>ntro<br />

da normalida<strong>de</strong>. As radiografias do crânio e do esqueleto não apresentavam<br />

alterações. O doente foi medicado com corticói<strong>de</strong> tópico e com anti-histamínico<br />

oral, com melhoria do quadro clínico. Efectuou-se também aconse -<br />

lhamento <strong>de</strong> medidas <strong>de</strong> evicção. O diagnóstico <strong>de</strong> Urticária Pigmentosa é<br />

baseado na história e na apresentação clínica, com confirmação por biópsia<br />

cutânea. Apesar da maioria dos casos apresentar um prognóstico favorável,<br />

com involução espontânea das lesões até à puberda<strong>de</strong>/ida<strong>de</strong> adulta, as formas<br />

<strong>de</strong> manifestação mais tardia po<strong>de</strong>m evoluir para formas sistémicas.<br />

Palavras-chave: Mastocitose, cutanea, biópsia, urticária.<br />

PD41 - Alterações osteoarticulares tardias pós meningococemia com<br />

coagulação intravascular disseminada: Caso Clínico<br />

Joana Rebelo 1 ; Daniela Alves 1 ; Nuno Alegrete 2<br />

1- Serviço <strong>de</strong> <strong>Pediatria</strong>, UAG MC, Hospital são João EPE, Porto; 2- Unida<strong>de</strong><br />

<strong>de</strong> Ortopedia Infantil, Serviço <strong>de</strong> Ortopedia, UAG Cirurgia, Hospital são João<br />

EPE, Porto<br />

Introdução: A sépsis por Neisseria meningitidis tem uma apresentação clí -<br />

nica heterogénea, sendo que actualmente ainda acarreta uma mortalida<strong>de</strong> e<br />

morbilida<strong>de</strong> elevadas. Po<strong>de</strong> ser complicada por um fenómeno <strong>de</strong> coagulação<br />

intravascular disseminada (CID), caracterizado por vasculite difusa, trombose,<br />

hemorragia e necrose, com consequentes lesões isquémicas e inflama -<br />

tórias <strong>de</strong> vários sistemas, incluindo o osteoarticular. A agressão vascular do<br />

esqueleto em crescimento resulta em importantes sequelas osteoarticulares<br />

não só agudas mas também tardias, graves, que são in<strong>de</strong>pen<strong>de</strong>ntes do tratamento<br />

a<strong>de</strong>quado e atempado da sépsis menigocócica. Estas lesões incluem<br />

osteonecrose, neo-formações ósseas, disrupção da cortical e inflamação<br />

medular, com consequente irregularida<strong>de</strong> epifisária e metafisária, encerramento<br />

precoce e <strong>de</strong>formida<strong>de</strong> angular da fise, e dismetria. Caso Clínico: Os<br />

autores apresentam o caso <strong>de</strong> uma criança do sexo masculino, com antece -<br />

<strong>de</strong>ntes <strong>de</strong> meningococemia complicada por CID aos 7 meses <strong>de</strong> ida<strong>de</strong>. Após<br />

a fase aguda foi submetido a cirurgia do membro superior direito, para correcção<br />

<strong>de</strong> sequelas cutâneas múltiplas. Aos 6 anos <strong>de</strong> ida<strong>de</strong> foi orientado para<br />

Consulta Externa <strong>de</strong> Ortopedia Infantil por apresentar <strong>de</strong>formida<strong>de</strong>s ósseas,<br />

tendo sido diagnosticada mão bota cubital à direita e dismetria acentuada dos<br />

membros inferiores, por encurtamento tibial à esquerda. Foi observado agra -<br />

va mento progressivo <strong>de</strong> ambas as <strong>de</strong>formida<strong>de</strong>s nos 2 anos seguintes, tendo<br />

sido, aos 8 anos <strong>de</strong> ida<strong>de</strong>, submetido a cirurgia ortopédica. Discussão: As<br />

S71

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