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acta pediátrica portuguesa - Sociedade Portuguesa de Pediatria

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Acta Pediatr Port 2010:41(5):S88<br />

metabólica, essencialmente por perdas aumentadas <strong>de</strong> sal pelo suor. A valo -<br />

rização <strong>de</strong>sta forma <strong>de</strong> apresentação, critério clínico <strong>de</strong> diagnóstico, é fundamental<br />

para o prognóstico.<br />

Palavras-chave: Fibrose quística, <strong>de</strong>sidratação hiponatremica.<br />

PD97 - Odinofagia nem sempre é amigdalite…<br />

Marta Póvoas 1 ; Mafalda Oliveira 1 ; Isabel Fernan<strong>de</strong>s 1<br />

1- Hospital do Espírito Santo, E.P.E.<br />

Descrição do caso: Descreve-se o caso <strong>de</strong> uma criança do sexo masculino, 11<br />

anos, asmático, que recorreu ao serviço <strong>de</strong> urgência por odinofagia e cervi -<br />

calgia anterior persistentes, intensas e <strong>de</strong> início súbito durante a ingestão <strong>de</strong><br />

uma refeição <strong>de</strong> consistência pastosa. Ao exame objectivo apresentava-se sem<br />

sinais <strong>de</strong> dificulda<strong>de</strong> respiratória (96% <strong>de</strong> saturação <strong>de</strong> O2 em ar ambien te),<br />

sem alterações na observação da orofaringe e com crepitações audíveis na auscultação<br />

da região précordial. Sem alterações na palpação das regiões cervical<br />

e torácica à entrada, tendo surgido posteriormente enfisema subcutâneo. O Rx<br />

<strong>de</strong> tórax revelou áreas <strong>de</strong> hipertransparência nos tecidos moles da região cervical<br />

e no terço superior da pare<strong>de</strong> torácica, sugestivas <strong>de</strong> pneumomediastino<br />

bilateral. Realizou ainda na urgência ECG e ecocardiograma que não<br />

mostraram alterações significativas. Foi instituída terapêutica <strong>de</strong> suporte com<br />

boa evolução clínica. Teve alta ao quinto dia <strong>de</strong> internamento, sem complicações.<br />

Discussão: O pneumomediastino espontâneo é uma entida<strong>de</strong> rara, mas<br />

pensa-se que possa ser subdiagnosticada. Os factores <strong>de</strong>senca<strong>de</strong>antes comuns<br />

em ida<strong>de</strong> pediátrica são: asma, vómitos, situações que reproduzam a manobra<br />

<strong>de</strong> Valsalva e activida<strong>de</strong> física intensa. A apresentação clínica mais frequente<br />

caracteriza-se por toracalgia e dispneia e na auscultação o sinal <strong>de</strong> Hamman é<br />

quase patognomónico. Os principais diagnósticos diferenciais a excluir são a<br />

pericardite e a ruptura esofágica. O tratamento é conservador e as complicações<br />

graves, como o pneumotórax ou pneumopericárdio <strong>de</strong> tensão, são raras. Com<br />

este caso preten<strong>de</strong>mos chamar a atenção para uma pato logia que se crê ser subdiagnosticada<br />

e que, apesar <strong>de</strong> benigna, po<strong>de</strong> ter origem numa alteração grave<br />

e causar complicações ameaçadoras para a vida. Gostaríamos também <strong>de</strong><br />

realçar a importância da história clínica e observação cuidadosa no serviço <strong>de</strong><br />

urgência, ambas essenciais no diagnóstico <strong>de</strong> situações mais raras na criança.<br />

Palavras-chave: Pneumomediastino, enfisema subcutâneo.<br />

PD98 - Pneumonia intersticial em lactente <strong>de</strong> 1 mês<br />

Ruben Rocha 1 ; Susana Branco 1 ; Teresa Nunes 1 ; Artur Bonito Vitor 1<br />

1- Hospital S. João<br />

Introdução: A pneumonia em apirexia nos primeiros meses <strong>de</strong> vida tem diversos<br />

agentes etiológicos. Os autores apresentam um caso <strong>de</strong> pneumonia no pri -<br />

meiro mês <strong>de</strong> vida com isolamento <strong>de</strong> Chlamydia trachomatis e citomega lo -<br />

vírus. A transmissão vertical no período perinatal da Chlamydia trachomatis e<br />

citomegalovírus é superior a 50%, no entanto, apenas 5-13% dos infectados<br />

com Chlamydia trachomatis se tornam doentes e a infecção pulmonar por cito -<br />

me galovírus é incomum. Caso Clínico: Lactente <strong>de</strong> 34 dias internado por tosse<br />

produtiva com cerca <strong>de</strong> 2 semanas <strong>de</strong> evolução e dificulda<strong>de</strong> respiratória com<br />

hipoxia, sem febre. Sem contexto epi<strong>de</strong>miológico <strong>de</strong> infecção respira tória.<br />

Fruto <strong>de</strong> gravi<strong>de</strong>z vigiada, parto eutócico às 38 sema nas, sem antece <strong>de</strong>ntes<br />

gestacionais <strong>de</strong> relevo à excepção <strong>de</strong> leucorreia ma terna às 24 semanas <strong>de</strong> gestação,<br />

tratada com antibiótico sistémico, com boa res posta. Na admissão no<br />

hospital apresentava-se com gemido intermitente, mo<strong>de</strong>rada tiragem intercostal<br />

e hipoxia (SatO2-89%), secreções nasais esbranquiçadas e crepitações bilaterais<br />

dispersas na auscultação pulmonar. Ana liticamente apresen tava linfocitose<br />

e uma Proteina C reactiva <strong>de</strong> 9,6mg/L. A radiografia pulmonar mostrava<br />

um infiltrado bilateral extenso com padrão intersticial. A pesquisa <strong>de</strong> citomegalovírus<br />

por Polimerase chain reaction (PCR) foi positiva nas secreções<br />

brônquicas e no sangue, assim como a serologia do sangue (IgM e IgG +). A<br />

pesquisa <strong>de</strong> Chlamydia trachomatis nas secreções respiratórias por PCR foi<br />

igualmente positiva. Realizou tratamento com ganciclovir 10mg/kg/dia durante<br />

15 dias e azitromicina 10mg/kg/dia 5 dias. O estudo imunológico foi normal. A<br />

avaliação oftalmológica, auditiva e a ecografia transfontanelar não revelou<br />

alterações. A mãe, com isolamento por PCR <strong>de</strong> Chlamydia trachomatis no<br />

esfregaço cervico-vaginal, foi avaliada por Gineco logia, tendo sido instituída<br />

antibioterapia a ambos os pais. A evolução clínica foi favorável. Conclusão: A<br />

Chlamydia trachomatis é uma causa frequente <strong>de</strong> pneumonia no pequeno<br />

lactente, muitas vezes subdiagnosticada. Neste caso <strong>de</strong> co-infecção, questio na-<br />

-se o contributo do citomegalovírus para a morbilida<strong>de</strong> da situação.<br />

Palavras-chave: Pneumonia, Chlamydia Trachomatis, Citomegalovírus.<br />

PD99 - Importância do acompanhamento médico especializado no controlo<br />

da asma<br />

Raquel Carreira 1 ; Joana Bruno Soares 2 ; Teresa Rodrigues 3 ; Luísa Pereira 4 ;<br />

Rosário Ferreira 4 ; Teresa Nunes 4 ; Teresa Ban<strong>de</strong>ira 4<br />

1- Hospital <strong>de</strong> Santa Maria; 2- Serviço <strong>de</strong> Imunoalergologia-HSM; 3- Labo -<br />

ra tório <strong>de</strong> Biomatemática- FML; 4- Unida<strong>de</strong> <strong>de</strong> Pneumologia Pediátrica-<br />

HSM<br />

Introdução: A asma é uma doença prevalente na criança sendo causa importante<br />

<strong>de</strong> recurso às urgências e <strong>de</strong> absentismo escolar. O controlo da doença<br />

po<strong>de</strong> ser influenciado, entre outros factores, pela instituição <strong>de</strong> terapêutica<br />

crónica a<strong>de</strong>quada. Objectivo: Comparar um grupo(G) <strong>de</strong> doentes(dts) com<br />

asma seguidos em consulta <strong>de</strong> Pneumologia e/ou Alergologia(GI), com um<br />

sem seguimento específico(GII). Materiais e métodos: Estudo retrospectivo<br />

com consulta <strong>de</strong> processos <strong>de</strong> dts com ida<strong>de</strong> ≥36 meses, internados numa<br />

Unida<strong>de</strong> <strong>de</strong> Pneumologia Pediátrica <strong>de</strong> H. Terciário por asma, entre<br />

1/01/2006 e 31/12/2009. Tratamento <strong>de</strong> dados: análise exploratória, testes<br />

não paramétricos e intervalos <strong>de</strong> confiança; nível <strong>de</strong> significância 5%.<br />

Utilizaram-se Microsoft Excel® e SPSS®18. Resultados: I<strong>de</strong>ntificaram-se<br />

78 internamentos(int) relativos a 67 dts (53% feminino), com ida<strong>de</strong> média<br />

5,8±2,7anos (3-14; mediana 5). Cinquenta e um % dos dts frequentavam consultas<br />

<strong>de</strong> Pneumologia e/ou Alergologia; 49% não tinham seguimento especializado.<br />

A duração média do internamento foi 4±4dias (1-10; mediana 4),<br />

não se verificando diferença significativa entre o GI (média 4,3) e o GII<br />

(média 3,9). No GI, 92,5% dos dts afirmavam ter asma, enquanto no GII apenas<br />

60,5% tinham conhecimento prévio do diagnóstico, tendo-se para a dife -<br />

rença IC95%:13,4-74,4% e p&lt;0,001. A prescrição <strong>de</strong> terapêutica <strong>de</strong> con -<br />

trolo (TC) (broncodilatadores <strong>de</strong> longa acção, corticói<strong>de</strong>s inalados ou sisté -<br />

micos e antagonistas dos leucotrienos) foi mais frequente no GI (70%) do que<br />

no GII (5%). Não foram i<strong>de</strong>ntificadas diferenças estatisticamente significa -<br />

tivas quanto à existência <strong>de</strong> int anteriores por asma nos 2 grupos (35% GI;<br />

23,7% GII). A frequência anual das crises só foi <strong>de</strong>terminada em 44% dos dts<br />

e nestes não houve diferenças entre os GI e GII (40% e 42,9% respectivamente<br />

com ≥6 crises/ano). A maioria (76,3%) dos dts do GII foi encami nhada<br />

para consulta <strong>de</strong> Pneumologia e/ou Alergologia e os restantes para o médico<br />

assistente. Conclusões: Os dts do GI estão mais informados sobre a sua pato -<br />

logia e são mais medicados com TC. Não foram encontradas diferenças signi -<br />

ficativas entre os grupos no que diz respeito a controlo da doença, po<strong>de</strong>ndo<br />

especular-se que crianças com maior gravida<strong>de</strong> clínica estão mais frequentemente<br />

ligadas a consultas especializadas. O <strong>de</strong>senho retrospectivo do estudo<br />

confere-lhe limitações, como a inexistência <strong>de</strong> dados em alguns processos e<br />

a impossibilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> avaliação <strong>de</strong> a<strong>de</strong>são à terapêutica.<br />

Palavras-chave: Asma, acompanhamento médico.<br />

PD100 - Se não fosse o refluxo da irmã<br />

Aida Silva e Sá 1 ; Joana Cotrim 1 ; Jose Carlos Fraga 1 ; Cristina Cândido 1 ;<br />

Fatima Dias 1<br />

1- Centro Hospitalar <strong>de</strong> Trás-Montes e Alto Douro<br />

Introdução:Achados inesperados são <strong>de</strong>tectados, ocasionalmente, durante a<br />

realização <strong>de</strong> exames complementares <strong>de</strong> diagnóstico (ECD) requisitados por<br />

outra razão. A existência <strong>de</strong> Refluxo Vesico-uretral (RVU) num familiar <strong>de</strong><br />

primeiro grau (p.e irmão) é um conhecido critério clínico para a realização <strong>de</strong><br />

ecografia renopélvica <strong>de</strong> rastreio. Caso Clínico:LMMS, sexo masculino, 4<br />

anos, sem antece<strong>de</strong>ntes patológicos <strong>de</strong> relevo. Dos antece<strong>de</strong>ntes familiares<br />

salienta-se irmã <strong>de</strong> 6 anos com patologia malformativa renal com RVU. Por<br />

esse motivo realizou ecografia renal que inesperadamente revelou uma colec -<br />

ção líquida extensa na base pulmonar direita. A radiografia <strong>de</strong> tórax <strong>de</strong>monstrou<br />

nível hidroaéreo ocupando a meta<strong>de</strong> inferior do pulmão direito, sendo<br />

enviado ao Serviço <strong>de</strong> Urgência do CHTMAD. Referência a um episódio <strong>de</strong><br />

febre e tosse cerca <strong>de</strong> 1 mês antes interpretado como infecção respiratória e<br />

medicado com ceftriaxone (3 doses,im) e claritromicina (14 dias,po), após o<br />

que terá ficado completamente assintomático. Á admissão verificada dimi -<br />

nuição marcada do murmúrio vesicular na 1 /2 inferior do hemitórax direito<br />

sem outras alterações. As hipóteses diagnósticas colocadas foram pneumonia<br />

bacteriana complicada com <strong>de</strong>rrame, Tuberculose Pulmonar e Hidatidose<br />

pulmonar. Dos ECD realizados são <strong>de</strong> realçar VS 65mm, PCR 1,3 mg/dL e<br />

ADA 51. A TAC torácica revelou atelectasia completa do lobo médio (LM) e<br />

inferior direitos condicionada por volumosa imagem hidroaérea extrapulmonar<br />

(hidropneumotórax/volumoso quisto extrapulmonar infectado) e con -<br />

so lidação do segmento superior do lobo inferior esquerdo a favor <strong>de</strong> pneumonia.<br />

A serologia para Equinococcus revelou-se negativa bem como a cultura<br />

para BK no aspirado gástrico. O líquido pleural revelou tratar-se <strong>de</strong> um exsu-<br />

S88

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