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acta pediátrica portuguesa - Sociedade Portuguesa de Pediatria

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Acta Pediatr Port 2010:41(5):S87<br />

PD93 - Administração <strong>de</strong> Imunoglobulinas Subcutâneas na Agamaglobu -<br />

li nemia ligada ao X<br />

Tatiana Carvalho 1 ; Margarida Gue<strong>de</strong>s 2 ; Guilhermina Reis 2<br />

1- Hospital Central do Funchal; 2- Hospital Geral <strong>de</strong> Santo António<br />

A Agamaglobulinemia ligada ao X (XLA) é uma <strong>de</strong>ficiência primária <strong>de</strong><br />

anticorpos, cuja base do tratamento é a terapia substitutiva com imunoglo -<br />

bulinas. A administração por via subcutânea é uma alternativa à via endo -<br />

venosa, <strong>de</strong>monstrando vantagens a nível clínico e sócio-económico. Os<br />

autores pro põem-se a avaliar estes aparentes benefícios da terapêutica com<br />

IgSC sobre as imunoglobulinas endovenosas (IgEV) recorrendo a um caso<br />

clínico e comparando os dois últimos anos <strong>de</strong> terapêutica endovenosa com<br />

os dois pri meiros anos <strong>de</strong> terapêutica subcutânea. Apresenta-se o caso <strong>de</strong><br />

um paciente, resi<strong>de</strong>nte no Porto com o diagnóstico <strong>de</strong> XLA <strong>de</strong>s<strong>de</strong> os 5 anos,<br />

tendo nessa altura iniciado tratamento substitutivo, mensal, com IgEV<br />

(400mg/kg/mês), com diminuição da frequência e a gravida<strong>de</strong> das infecções<br />

mas mantendo quadro sino-brônquico, com colonização frequente por<br />

Haemophilus Influen zae. Nível sérico médio <strong>de</strong> IgG <strong>de</strong> 492,37mg/dl. Aos<br />

nove anos <strong>de</strong> ida<strong>de</strong>, após terem sido <strong>de</strong>tectadas bronquiectasias no lobo<br />

inferior esquerdo aumentou a dose <strong>de</strong> IgEV para 600mg/kg/mês Até ao início<br />

das imunoglobulinas subcutâneas (14 anos) apresentou cinco infecções<br />

respiratórias (isolamento <strong>de</strong> Streptococcus pneumoniae), três das quais<br />

necessitando <strong>de</strong> antibioterapia paren térica, e três GEA por Giardia lamblia.<br />

Duas das infecções respiratórias e dois dos episódios <strong>de</strong> GEA ocorreram<br />

nos dois últimos anos <strong>de</strong> terapêutica com IgEV, entre Fevereiro/2005 e<br />

Janeiro/2007 Em Fevereiro/2007 foi alte rada para subcutânea a via <strong>de</strong><br />

administração das imunoglobulinas. Neste período <strong>de</strong> dois anos <strong>de</strong> tratamento<br />

com IgSC o paciente não apresentou nenhu ma infecção e mantêm<br />

um nível médio <strong>de</strong> IgG <strong>de</strong> 925,22mg/dl. Apresentou e<strong>de</strong>ma e eritema transitórios<br />

no local da administração, que têm vindo a diminuir <strong>de</strong> intensida<strong>de</strong><br />

e duração. A melhoria da qualida<strong>de</strong> <strong>de</strong> vida foi objectivada através do<br />

preen chimento do questionário LQI-Life Quality In<strong>de</strong>x. Na análise <strong>de</strong> custos<br />

verificou-se que estes dois anos <strong>de</strong> tratamento com IgSC permitiram<br />

poupar 10.284,89€ relativamente aos dois anos ante riores com IgEV. Neste<br />

caso clínico comprovou-se vantagens das IgSC tanto ao nível <strong>de</strong> eficácia,<br />

segurança, qualida<strong>de</strong> <strong>de</strong> vida ou custos. Posto isto, a via subcutânea como<br />

meio <strong>de</strong> administração das imunoglobulinas a pacientes com XLA é exequível,<br />

bem tolerada, eficaz e altamente apreciada. Como tal, <strong>de</strong>ve ser consi<strong>de</strong>rada<br />

uma via <strong>de</strong> eleição para os pacientes que necessitam <strong>de</strong> trata mento<br />

substitutivo com imunoglobulinas.<br />

Palavras-chave: Agamaglobulinemia ligada ao X, Imunoglobulinas Sub -<br />

cutâ neas, Eficácia, Qualida<strong>de</strong> <strong>de</strong> vida<br />

Área Científica - Pneumologia<br />

PD94 - Pneumonia recorrente - mesmo que a história não conte...<br />

Sandra Mota Pereira 1 ; Sara Domingues 1 ; Sónia Lira 1<br />

1- Centro Hospitalar Tâmega e Sousa<br />

Caso clínico: Criança do sexo feminino, 25 meses, sem antece<strong>de</strong>ntes pato ló -<br />

gicos <strong>de</strong> relevo. Observada no Serviço <strong>de</strong> urgência (SU) por febre com cerca<br />

<strong>de</strong> 24 horas <strong>de</strong> evolução associada a tosse produtiva e recusa alimentar.<br />

Apresentava diminuição dos sons respiratórios no hemitórax direito e na telerradiografia<br />

(Rx) torácica era visível imagem <strong>de</strong> hipotransparência na base<br />

pulmonar direita. Analiticamente <strong>de</strong> referir leucocitose com neutrofilia e PCR<br />

137,9 mg/L. Internada com o diagnóstico <strong>de</strong> pneumonia e medicada com<br />

ampicilina. Apirética após um dia <strong>de</strong> tratamento. Ao 3º dia <strong>de</strong> internamento<br />

teve alta hospitalar a completar 10 dias <strong>de</strong> antibioterapia. Quatro dias após<br />

completar tratamento, regressou ao SU por manutenção <strong>de</strong> tosse e febre com<br />

4 dias <strong>de</strong> evolução. Na auscultação pulmonar mantinha diminuição dos sons<br />

respiratórios na base do hemitórax direito e no Rx torácico mantinha imagem<br />

<strong>de</strong> consolidação no mesmo local. Sem leucocitose e com PCR <strong>de</strong> 25,8 mg/L.<br />

Apirética <strong>de</strong>s<strong>de</strong> o 3º dia <strong>de</strong> internamento, cumpriu 7 dias <strong>de</strong> tratamento endo -<br />

venoso com ceftriaxone e 10 dias <strong>de</strong> claritromicina oral. Foi reavaliada após<br />

3 semanas, estava assintomática, e o Rx torácico <strong>de</strong> controlo <strong>de</strong>monstrava a<br />

resolução da imagem <strong>de</strong> consolidação. Regressou ao SU 40 dias após o último<br />

internamento por febre com cerca <strong>de</strong> 48 horas <strong>de</strong> evolução e tosse produtiva.<br />

Exame objectivo normal. Rx torácico com infiltrado intersticial algodo -<br />

noso peri-hilar bilateral, predominante à direita; imagem <strong>de</strong> hipertransparência<br />

no terço inferior do campo pulmonar direito. Apirética <strong>de</strong>s<strong>de</strong> o 1º dia <strong>de</strong><br />

internamento. Realizou TAC torácico que <strong>de</strong>monstrou a presença <strong>de</strong> conso -<br />

lidação justa-hilar no lobo inferior do pulmão direito, com alguns sinais <strong>de</strong><br />

broncograma aéreo no seu interior e visualização <strong>de</strong> material hipo<strong>de</strong>nso no<br />

lúmen do brônquio intermédio. Efectuou broncofibroscopia no 5º dia <strong>de</strong><br />

internamento que revelou a presença <strong>de</strong> corpo estranho a obstruir o tronco<br />

intermédio no brônquio direito – Vegetal (Amendoim/ castanha). Discussão:<br />

O diagnóstico <strong>de</strong> aspiração <strong>de</strong> corpo estranho, apesar <strong>de</strong> frequente em crian -<br />

ças abaixo dos 3 anos, nem sempre é fácil. Menos <strong>de</strong> 20% dos corpos estra -<br />

nhos aspirados são radiopacos, sendo por isso importante estar atento e valo -<br />

rizar os sinais indirectos <strong>de</strong> aspiração <strong>de</strong> corpo estranho presentes no RX<br />

toráci co, como a hiperinsuflação unilateral (enfisema obstrutivo), atelectasia<br />

total ou segmentar, imagens recorrentes <strong>de</strong> infiltrados e con<strong>de</strong>nsação na<br />

mesma área pulmonar.<br />

Palavras-chave: Pneumonia recorrente, corpo estranho.<br />

PD95 - Broncoscopia: uma técnica <strong>de</strong> diagnóstico, também como opção<br />

terapêutica - Caso clínico<br />

Joana Extreia 1 ; Ana Fernan<strong>de</strong>s 1 ; Susana Rocha 1 ; J. Oliveira Santos 2 ; António<br />

Amador 1<br />

1- Hospital Nossa Senhora do Rosário, Centro Hospitalar Barreiro Montijo;<br />

2- Unida<strong>de</strong> <strong>de</strong> Pneumologia, Hospital Dona Estefânia<br />

Introdução: A broncoscopia (BC) é uma técnica <strong>de</strong> diagnóstico que permite<br />

a visualização directa da via aérea e também po<strong>de</strong> ser usada para procedimentos<br />

terapêuticos. Deve ser realizada sempre que se verifiquem sintomas respi -<br />

ratórios persistentes. Caso clínico: Apresentamos o caso clínico <strong>de</strong> um lac -<br />

tente, ex-prematuro <strong>de</strong> 29 semanas que necessitou <strong>de</strong> entubação e ventilação<br />

mecânica durante 9 dias. Aos 4 meses <strong>de</strong> ida<strong>de</strong> (2 meses <strong>de</strong> ida<strong>de</strong> corrigida)<br />

iniciou choro rouco e estridor audível com tiragem. O estridor era persistente,<br />

bitonal, <strong>de</strong> tonalida<strong>de</strong> áspera, não modificável com a posição e com aumento<br />

progressivo da intensida<strong>de</strong>. Foi realizada broncofibroscopia que mostrou uma<br />

massa nodular epitelizada no espaço subglótico, ocluindo quase 90% do<br />

lúmen da via aérea, compatível com granuloma <strong>de</strong> entubação (GE). O lac -<br />

tente foi submetido a broncoscopia rígida, sob anestesia geral, para <strong>de</strong>struição<br />

mecânica e através <strong>de</strong> argónplasma do GE. Actualmente encontra-se assintomático<br />

e a BC <strong>de</strong> controlo mostrou regressão quase total da massa da via<br />

aérea. Discussão: A história e as manifestações clínicas eram compatíveis<br />

com a hipótese <strong>de</strong> GE da via aérea e a BC confirmou a sua presença no<br />

espaço subglótico. É uma patologia comum em recém-nascidos submetidos a<br />

técnicas <strong>de</strong> ventilação invasiva mas, a sua incidência ex<strong>acta</strong> não está <strong>de</strong>fi nida<br />

porque muitos dos casos são apenas transitoriamente sintomáticos, regre -<br />

dindo espontaneamente antes da realização <strong>de</strong> BC. Conclusão: Quando os<br />

sintomas são ligeiros, uma atitu<strong>de</strong> expectante <strong>de</strong> vigilância é a<strong>de</strong>quada.<br />

Terapêutica com corticói<strong>de</strong>s inalados ou sistémicos po<strong>de</strong> ser necessária em<br />

casos mais graves mas os resultados são ligeiros e pouco favoráveis; a BC<br />

com fins terapêuticos <strong>de</strong>ve ser realizada.<br />

Palavras-chave: Broncoscopia, Granulomas <strong>de</strong> entubação<br />

PD96 - “Desidratação hiponatrémia e Fibrose Quística”<br />

Sara Narciso Ferreira 1 ; Luísa Pereira 1 ; Celeste Barreto 1<br />

1- CHLN-Hospital <strong>de</strong> Santa Maria<br />

A Fibrose Quística (FQ) é a doença genética e hereditária, mais frequente na<br />

raça caucasiana. A gran<strong>de</strong> heterogeneida<strong>de</strong> da doença <strong>de</strong>ve-se à variabilida<strong>de</strong><br />

e gravida<strong>de</strong> das mais <strong>de</strong> 1600 mutações já i<strong>de</strong>ntificadas e ao envolvimento<br />

multisistémico. Apesar do fenótipo típico ser sintomatologia sinopulmonar e<br />

gastrointestinal, é fundamental valorizar outras formas <strong>de</strong> apresentação características,<br />

como síndromes <strong>de</strong> perda <strong>de</strong> sal e azoospermia obstrutiva.<br />

Apresenta-se um caso clínico <strong>de</strong> uma criança <strong>de</strong> 7 anos, sexo masculino, refe -<br />

renciado à Consulta <strong>de</strong> Fibrose Quística pela Otorrinolaringologia. Trata-se<br />

uma criança com um bom <strong>de</strong>senvolvimento estaturo pon<strong>de</strong>ral, sem sintomatologia<br />

pulmonar crónica. Como antece<strong>de</strong>ntes, um internamento aos 12<br />

meses, por <strong>de</strong>sidratação hiponatremica (Na-129.) complicada por alcalose<br />

metabólica (pH-7,62,HCO3-56,9) e hipocaliemia (K-1,7). Foi colocada a<br />

hipótese diagnóstica <strong>de</strong> síndrome <strong>de</strong> Bartter, não confirmado após 24 meses<br />

<strong>de</strong> seguimento. Na sequência <strong>de</strong> infecções respiratórias altas recorrentes<br />

<strong>de</strong>s<strong>de</strong> os 18 meses é diagnosticada polipose nasal, indicada polipectomia e<br />

colocada a hipótese <strong>de</strong> FQ. A FQ foi confirmada pela história <strong>de</strong> <strong>de</strong>sidratação<br />

hiponatrémica, polipose nasal e provas do suor com valores <strong>de</strong> 127 mmol/l e<br />

124 mmol/L cloreto. O estudo genético, revelou num alelo a mutação G542X,<br />

comum e grave, e no outro, ainda não foi i<strong>de</strong>ntificada mutação. Clinicamente<br />

não apresenta quadro pulmonar nem insuficiência pancreática (elastase fecal-<br />

491mcg/g). Os doentes com FQ, sobretudo nos primeiros anos <strong>de</strong> vida, são<br />

susceptíveis a episódios <strong>de</strong> <strong>de</strong>sidratação hiponatremica associada a alcalose<br />

S87

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