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acta pediátrica portuguesa - Sociedade Portuguesa de Pediatria

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Acta Pediatr Port 2010:41(5):S93<br />

cores que evi<strong>de</strong>nciou alteração do calibre da veia renal esquerda por ectasia<br />

distal condicionada por aparente compressão entre a aorta abdominal e a<br />

artéria mesentérica superior, achado interpretado como compatível com SNC.<br />

Actualmente ambas as crianças permanecem assintomáticas e sem terapêu -<br />

tica. Mantêm-se em vigilância com periodicida<strong>de</strong> semestral. Não foi consi<strong>de</strong> -<br />

rado necessário até ao momento iniciar terapêutica farmacológica (anti-agregantes<br />

plaquetários) ou cirúrgica. Conclusão: A hematúria isolada <strong>de</strong>ve sempre<br />

fazer pensar nesta entida<strong>de</strong>, cujo diagnóstico po<strong>de</strong> ser confirmado pelo<br />

pedido <strong>de</strong> uma ecografia renal doppler a cores.<br />

Palavras-chave: Síndrome Nutcracker, hematúria, ecodoppler renal.<br />

PD115 - Da suspeita clínica ao diagnóstico<br />

Joana Cotrim 1 ; Joana Carvalho 1 ; Isabel Soares 1 ; Armando Reis 2<br />

1- Centro Hospitalar <strong>de</strong> Trás os Montes e Alto Douro, Vila Real; 2- Centro<br />

Hospitalar do Porto, EPE - Hospital Maria Pia<br />

Introdução: Megaureter é a segunda causa mais frequente <strong>de</strong> hidronefrose no<br />

recém-nascido. Habitualmente é <strong>de</strong>scoberto em ecografia reno-pelvica por<br />

diag nóstico pré-natal <strong>de</strong> hidronefrose ou, no período pós-natal, perante sinto -<br />

mas sugestivos. Deve ser feita a distinção entre megaureter obstrutivo e não<br />

obstrutivo, associado ou não a refluxo vesico-ureteral e <strong>de</strong> causa primária ou<br />

secundária. O megaureter primário ou idiopático caracteriza-se por uma alte -<br />

ração neuro-muscular na totalida<strong>de</strong> da sua extensão ou apenas na porção terminal<br />

do ureter, que condiciona um peristaltismo ina<strong>de</strong>quado favorecendo a<br />

estase urinária. Deverá diferenciar-se do megaureter secundário a obstrução, já<br />

que os resultados do tratamento cirúrgico não são satisfatórios neste caso.<br />

Caso Clínico: Criança actualmente com dois anos e seis meses, fruto <strong>de</strong> gestação<br />

<strong>de</strong> 38 semanas, vigiada, em que foi <strong>de</strong>tectada em ecografia pré-natal<br />

nefrouropatia congénita (NUC), não confirmada em ecografias obstétricas<br />

posteriores. Realizou ecografia reno-pelvica aos quinze dias e aos dois meses<br />

<strong>de</strong> vida, ambas normais. Apresentou <strong>de</strong>senvolvimento psicomotor a<strong>de</strong>quado e<br />

evolução estaturo-pon<strong>de</strong>ral favorável até aos <strong>de</strong>z meses, altura em que iniciou<br />

<strong>de</strong>saceleração estaturo-pon<strong>de</strong>ral, coinci<strong>de</strong>nte com várias intercorrências infecciosas<br />

respiratórias, todas com rastreio <strong>de</strong> infecção urinária negativo. Aos dois<br />

anos, por suspeita não confirmada <strong>de</strong> infecção do trato urinário, realizou<br />

ecografia reno-pelvica que revelou “existência <strong>de</strong> uma imagem ovói<strong>de</strong> adjacente<br />

à pare<strong>de</strong> latero-esquerda da bexiga”. Na sequência do estudo efectuou<br />

cistourografia, sem alterações, e urografia intravenosa que reve lou megaureter<br />

não obstrutivo à esquerda. Actualmente sob profilaxia com cotrimoxazol, sem<br />

novas infecções do trato urinário e com evolução estaturo-pon <strong>de</strong>ral favorável.<br />

Conclusão: A pedra angular da prática clínica continua a ser a história clínica<br />

e exame objectivo cuidado. Na história clínica os ante ce <strong>de</strong>ntes <strong>de</strong>vem siste -<br />

maticamente incluir os obstétricos, gestacionais e período neonatal. O médico<br />

<strong>de</strong>ve saber filtrar a informação que vai <strong>de</strong>terminar a natureza da doença e conduzir<br />

o exame físico e os exames complementares a pedir.<br />

Palavras-chave: Nefrouropatia congénita, Megaureter congénito, Urografia<br />

endovenosa<br />

PD116 - Origem multifactorial <strong>de</strong> HTA pós-gestacional<br />

Joana Santos Martins 1 ; Joana Faleiro Oliveira 1 ; Sara Pinto 1 ; Natália Pona 1 ;<br />

Vanda Anacleto Bento 1<br />

1- Hospital Prof. Doutor Fernando Fonseca, EPE<br />

Introdução: A pressão arterial eleva-se entre 4 a 6 mm Hg nos primeiros 5<br />

dias pós-parto, atingindo um pico entre o terceiro e sexto dia, secundária à<br />

passagem <strong>de</strong> cerca <strong>de</strong> 6 a 8 litros <strong>de</strong> água e sódio para o espaço intravascular.<br />

No entanto existem outras causas <strong>de</strong> hipertensão pós-gestacional, nomeadamente<br />

iatrogénicas, como a administração excessiva <strong>de</strong> soros salinos e a tera -<br />

pêutica com Bromocriptina. Caso Clínico: Puérpara <strong>de</strong> 12 anos, com antece -<br />

<strong>de</strong>ntes pessoais <strong>de</strong> rim único à esquerda. No segundo dia pós-cesariana inicia<br />

HTA. Pela persistência <strong>de</strong> valores tensionais elevados inicia terapêutica com<br />

captopril, sem controlo dos valores tensionais. O ecodoppler da artéria renal<br />

e ecocardiograma foram normais. Nesta altura foi colocada a hipótese <strong>de</strong> se<br />

tratar <strong>de</strong> uma HTA secundária à hipervolémia do pós-parto associada à terapêutica<br />

com bromocriptina. Ao 6º dia, suspen<strong>de</strong> o captopril e inicia terapêutica<br />

com furosemido, com normalização progressiva dos valores tensionais.<br />

Uma semana após a suspensão da terapêutica com bromocriptina, os valores<br />

tensionais diminuíram pelo que se <strong>de</strong>cidiu suspen<strong>de</strong>r o furosemido. No último<br />

ano tem-se mantido com valores tensionais normais. Comentários: A utilização<br />

<strong>de</strong> bromocriptina como inibidor da l<strong>acta</strong>ção foi suspensa em 1994 nos<br />

EUA, <strong>de</strong>vido a um aumento <strong>de</strong> incidência <strong>de</strong> AVC, EAM e HTA grave. A verda<strong>de</strong>ira<br />

incidência da hipertensão pós-parto é ainda <strong>de</strong>sconhecida e a sua etio -<br />

logia é difícil <strong>de</strong> <strong>de</strong>terminar, dada a sua natureza multifactorial. A abordagem<br />

e monitorização terapêutica terá que ser pon<strong>de</strong>rada caso-a-caso.<br />

Palavras-chave: Hipertensão pós-gestacional, Bromocriptina.<br />

PD117 - Quilúria - um diagnóstico raro<br />

Andreia Guerreiro 1<br />

1- Hospital Garcia <strong>de</strong> Orta<br />

Introdução: A quilúria resulta da comunicação entre o sistema linfático e o<br />

aparelho urinário, manifestando-se como uma urina <strong>de</strong> aspecto leitoso. Este<br />

diagnóstico é muito raro na ida<strong>de</strong> pediátrica e é confirmado pela presença <strong>de</strong><br />

linfócitos e quilomicron na urina. Classifica-se como tropical (parasitária) e<br />

não tropical (não parasitária). Caso Clínico: Criança <strong>de</strong> 4 anos, sexo mas -<br />

culino, raça caucasiana, sem antece<strong>de</strong>ntes <strong>de</strong> relevo, observada na urgência<br />

por urina com aspecto leitoso <strong>de</strong>s<strong>de</strong> há 15 dias, exclusivamente na 1ª micção<br />

da manhã, e sem outra sintomatologia acompanhante. História <strong>de</strong> traumatismo<br />

pélvico dois dias antes do início dos sintomas. Negava viagens a<br />

regiões tropicais ou subtropicais. Exame objectivo sem alterações. A análise<br />

<strong>de</strong> urina revelou proteinúria e leucocitúria, sendo o exame bacteriológico<br />

negativo. Realizaram-se doseamentos urinários comparando a 1ª urina da<br />

manhã com uma amostra ocasional <strong>de</strong> urina. Constatou-se na 1ª urina da<br />

manhã um aumento significativo das proteinas totais (476 mg/dL), albumina<br />

(54,4%) e da relação proteina/creatinina (5,2), bem como a presença <strong>de</strong> linfócitos<br />

e quilomicron. A avaliação analítica sérica (hemograma, coagulação,<br />

função renal, provas hepáticas, estudo dos lípidos, ionograma, complemento,<br />

imunoglobulinas e electroforese das proteínas) não revelou alterações significativas.<br />

A pesquisa <strong>de</strong> filária na urina e <strong>de</strong> anticorpos anti-filária no soro<br />

foram negativas. A telerradiografia <strong>de</strong> tórax e a ecografia abdominal, renal e<br />

vesical foram normais. Optou-se pela realização <strong>de</strong> uma linfocintigrafia para<br />

estudo do sistema linfático por ser um exame menos invasivo embora menos<br />

preciso na localização <strong>de</strong> fístulas. A linfocintigrafia revelou uma ligeira<br />

assimetria da drenagem linfática, não se i<strong>de</strong>ntificando fístula linfática para o<br />

aparelho urinário. Iniciou uma dieta hipolipídica, hiperproteica e com reforço<br />

hídrico, tendo ficado assintomático cerca <strong>de</strong> quatro semanas <strong>de</strong>pois. Discussão:<br />

Confirmada a quilúria e sendo Portugal um país não endémico para<br />

filaríase (o que torna este diagnóstico ainda mais raro) torna-se importante<br />

excluir a existência <strong>de</strong> malformações linfáticas congénitas, doença inflama -<br />

tória ou neoplasia. Neste caso, embora não tendo sido possível a visualização<br />

<strong>de</strong> fístula na linfocintigrafia, o traumatismo continua a ser a sua causa mais<br />

provável. Uma vez que a criança não apresentava outros sintomas e estão<br />

<strong>de</strong>scritos na literatura casos <strong>de</strong> remissão espontânea optou-se pelo trata mento<br />

conservador.<br />

Palavras-chave: Quilúria não tropical, criança, traumatismo.<br />

PD118 - Displasia renal multiquística – em <strong>de</strong>fesa <strong>de</strong> uma experiência<br />

conservadora<br />

Carla Juvan<strong>de</strong>s 1 ; Filipa Cal<strong>de</strong>ira 1 ; Margarida Pinto 1 ; Manuela Braga 1 ; Paulo<br />

Calhau 1<br />

1- Serviço <strong>de</strong> <strong>Pediatria</strong>- Hospital Garcia <strong>de</strong> Orta, E.P.E<br />

Introdução: A displasia renal multiquística (DRM) é a segunda causa <strong>de</strong><br />

pato logia renal <strong>de</strong> diagnóstico pré-natal e a doença renal quística mais frequente<br />

na ida<strong>de</strong> pediátrica. O protocolo <strong>de</strong> seguimento da DRM utilizado<br />

na nossa Instituição contempla - a exemplo do que vem sendo praticado <strong>de</strong><br />

forma mais generalizada nas últimas duas décadas - uma atitu<strong>de</strong> conserva -<br />

dora. Objectivos: Caracterizar os casos <strong>de</strong> DRM seguidos numa Consulta<br />

<strong>de</strong> Nefrologia Pediátrica, avaliar a sua evolução e reflectir acerca do protocolo<br />

adoptado. Material e Métodos: Proce<strong>de</strong>u-se ao estudo retrospectivo<br />

<strong>de</strong> 36 crianças com o diagnóstico <strong>de</strong> DRM seguidas na Consulta <strong>de</strong> Nefro -<br />

logia Pediátrica entre Janeiro <strong>de</strong> 1995 e Dezembro <strong>de</strong> 2009. Trinta crianças<br />

nasceram no nosso Hospital e seis foram referenciadas <strong>de</strong> outros centros.<br />

Em 35 crianças o diagnóstico <strong>de</strong> DRM resultou <strong>de</strong> ecografia pré-natal.<br />

Todas as crian ças foram submetidas a um exame <strong>de</strong> medicina nuclear e<br />

todas reali za ram cistografia - apenas repetida nos casos <strong>de</strong> refluxo vesicoure<br />

teral (RVU). Proce<strong>de</strong>u-se a um protocolo <strong>de</strong> seguimento conservador -<br />

não cirúrgico. Resultados: Das 36 crianças, 18 (50%) são do sexo mas -<br />

culino e 18 (50%) do sexo feminino. A mediana <strong>de</strong> realização da primeira<br />

consulta ocorreu às quatro semanas <strong>de</strong> vida. A duração mediana do seguimento<br />

foi <strong>de</strong> 65 meses. A DRM ocorreu no rim esquerdo em 20 crianças<br />

(56%) e à direita em 16 (44%). Foi i<strong>de</strong>ntificada patologia nefro-urológica<br />

contralateral em <strong>de</strong>z casos (28%) - sete crianças com RVU (grau ≥4 em<br />

três), duas com obstrução da junção pielo-ureteral (OJPU) e uma com<br />

S93

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