acta pediátrica portuguesa - Sociedade Portuguesa de Pediatria
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Acta Pediatr Port 2010:41(5):S26<br />
aos aspectos ético-legais no atendimento <strong>de</strong> adolescentes, à luz da legislação<br />
vigente. Métodos: Estudo transversal <strong>de</strong>scritivo, com base num questionário<br />
electrónico e anónimo, constituído por 35 perguntas, dirigido a especialistas<br />
e internos <strong>de</strong> todo o país, disponível online <strong>de</strong> 28 Julho a 18 <strong>de</strong> Agosto <strong>de</strong><br />
2010. As questões versavam a confi<strong>de</strong>ncialida<strong>de</strong>, autonomia, consentimento<br />
infor mado e a <strong>de</strong>cisão terapêutica. Análise estatística efectuada com o pro -<br />
grama PASW 18Ò. Resultados: O inquérito foi respondido por 327 médicos,<br />
62% da <strong>Pediatria</strong> (P), 24% <strong>de</strong> Medicina Geral e Familiar (MGF) e 6% da<br />
Ginecolo gia/Obstetricia (GO), sendo os restantes <strong>de</strong> diversas especialida<strong>de</strong>s.<br />
Em 69% dos inquiridos a ida<strong>de</strong> era inferior a 40 anos, sendo 77% do total do<br />
sexo feminino. A maioria dos profissionais aten<strong>de</strong> regularmente adolescentes<br />
na sua prática clínica (75%), sendo a confi<strong>de</strong>ncialida<strong>de</strong> frequentemente abordada<br />
na consulta, sobretudo com o/a adolescente e os pais (60%). A gran<strong>de</strong><br />
maioria dos profissio nais (84%), é conhecedor dos limites da confi<strong>de</strong>ncia -<br />
lida<strong>de</strong> (83% P, 84% MGF, 80% GO). Relativamente ao direito à autonomia e<br />
confi<strong>de</strong>ncialida<strong>de</strong> apenas 34% dos profissionais respon<strong>de</strong>ram correctamente<br />
à totalida<strong>de</strong> das questões (37% P, 28% MGF, 35% GO), 66% respon<strong>de</strong>ram<br />
acertadamente a 80% das perguntas (70% P, 59% MGF, 70% GO). Nas<br />
questões que versavam a <strong>de</strong>cisão tera pêutica, apenas 12% do total <strong>de</strong> inqui -<br />
ridos respon<strong>de</strong>ram correctamente a todas as questões colocadas (14% P, 10%<br />
MGF, 5% GO), mas 74% do total respon<strong>de</strong>u a mais <strong>de</strong> 80% das perguntas<br />
(76% P, 75 % MGF, 75% GO). Conclusão: Os limites à confi<strong>de</strong>ncialida<strong>de</strong> foi<br />
o ítem on<strong>de</strong> os participantes se mostraram maiores conhecedores. No en tanto,<br />
a sua abordagem na consulta ainda não se encontra sistematizada (em bora<br />
referida por mais <strong>de</strong> meta<strong>de</strong>). De um modo geral, os médicos inquiridos apresentam<br />
um bom nível <strong>de</strong> conhecimento no que diz respeito ao direito à confi<strong>de</strong>ncialida<strong>de</strong>,<br />
autonomia e <strong>de</strong>cisão terapêutica.<br />
Palavras-chave: Aspectos ético-legais, Adolescentes, Médicos.<br />
Área Científica - Cuidados Intensivos<br />
CO37 - Avaliação do uso <strong>de</strong> fármacos “não aprovados” e “não padro -<br />
nizados” num serviço <strong>de</strong> cuidados intensivos pediátricos<br />
Sofia Moz Martins 1 ; Ana Torres 2 ; Milagros García 1 ; Augusto Ribeiro 1<br />
1- Hospital <strong>de</strong> São João; 2- Unida<strong>de</strong> Local <strong>de</strong> Saú<strong>de</strong> do Alto Minho<br />
Introdução: Devido às limitações na investigação <strong>de</strong> medicamentos em crian -<br />
ças, muitos dos fármacos usados em pediatria não estão aprovados. Isto, conjuntamente<br />
com a ausência <strong>de</strong> formulações farmacêuticas adaptadas contribuiu<br />
para a elevada utilização em crianças <strong>de</strong> medicamentos não autori -<br />
zados. Tal tem sido escassamente analisado no nosso país. Objectivos: Determinar<br />
a frequência <strong>de</strong> uso <strong>de</strong> fármacos “não aprovados” (NA) e “não padro -<br />
nizados” (NP) num Serviço <strong>de</strong> Cuidados Intensivos Pediátricos (SCIP).<br />
Métodos: Estudo observacional transversal através da avaliação dos processos<br />
dos doentes admitidos no SCIP do Hospital <strong>de</strong> São João entre Janeiro e<br />
Março <strong>de</strong> 2010. Foram analisados: ida<strong>de</strong>, sexo, peso, motivo <strong>de</strong> admissão,<br />
mortalida<strong>de</strong>, medicação prescrita e efeitos laterais. Os fármacos foram classificados<br />
como autorizados, NA (contra-indicado em crianças) e NP (medicamento<br />
prescrito <strong>de</strong> forma diferente da preconizada) <strong>de</strong> acordo com o Infarmed,<br />
baseando-se no resumo <strong>de</strong> características do medicamento (RCM).<br />
Resultados: Foram internados 52 doentes, com ida<strong>de</strong>s entre 1 mês e 15 anos<br />
(média <strong>de</strong> 5 anos), sendo 28 (53,8%) do sexo masculino. Foram admitidos 25<br />
doentes (48,1%) por patologia médica, 23 (44,2%) cirúrgica e 4 (7,7%)<br />
traumática. No período <strong>de</strong> estudo faleceram 5 doentes (9,6%). Efectuaram-se<br />
654 prescrições (média <strong>de</strong> 12,6 medicamentos/doente), sendo 30 (4,6%) <strong>de</strong><br />
fármacos NP, 18 (2,8%) <strong>de</strong> medicamentos NA e 46 (7,0%) correspon<strong>de</strong>ram a<br />
fármacos que não apresentavam informação no RCM. Foram prescritos fármacos<br />
NP a 24 (46,2%) doentes e NA a 13 (25,0%), sendo que 8 (27,6%) <strong>de</strong>stes<br />
doentes efectuaram ambos. Os possíveis efeitos laterais associados à terapêutica<br />
prescrita incluíram: alucinações e metahemoglobinemia. Os cinco fármacos<br />
NA mais usados foram: lorazepam, remifentanil, enoxaparina, amlodipina<br />
e levofloxacina; os cinco medicamentos NP mais utilizados: morfina, propofol,<br />
AAS, cetorolac e aminofilina. Conclusões: O presente estudo revelou uma<br />
elevada frequência <strong>de</strong> prescrições que não se enquadram nas condições <strong>de</strong> uso<br />
autorizadas, visto que 55,8 % dos doentes receberam pelo menos um medicamento<br />
NP ou NA <strong>de</strong> acordo com o RCM. No entanto, tais fármacos aparecem<br />
referidos em livros <strong>de</strong> pediatria. Os autores questio nam-se acerca da utilida<strong>de</strong><br />
do RCM para algumas prescrições, assim torna-se funda mental a realização <strong>de</strong><br />
estudos sobre a eficácia e segurança <strong>de</strong> medicamentos para uso pediátrico e<br />
posterior estabelecimento <strong>de</strong> critérios uniformes <strong>de</strong> utilização segura.<br />
Palavras-chave: Estudo transversal, criança, fármacos.<br />
CO38 - Transplante <strong>de</strong> medula óssea numa Unida<strong>de</strong> <strong>de</strong> Cuidados<br />
Intensivos Pediátricos<br />
Sara Azevedo 1 ; Marisa Vieira 2 ; Joana Rios 2 ; Cristina Camilo 2 ; Francisco<br />
Abecasis 2 ; Manuela Correia 2<br />
1- Serviço <strong>de</strong> <strong>Pediatria</strong> Departamento da Criança e da Família- HSM-CHLN;<br />
2- UCI Pediatricos, Serviço <strong>Pediatria</strong>, Dpto da Criança e da Família - H.<br />
Santa Maria-CHLN<br />
Introdução: O transplante <strong>de</strong> medula óssea (TMO) possibilita cura em certas<br />
doenças hematológicas e imuno<strong>de</strong>ficiências primárias. Cerca <strong>de</strong> 10-50% dos<br />
doentes necessitam <strong>de</strong> cuidados intensivos, com mau prognóstico a curto e longo<br />
prazo. Objectivo: Caracterização dos doentes admitidos na UCIped para rea -<br />
lização <strong>de</strong> TMO e/ou por complicações associadas, entre Janeiro <strong>de</strong> 2005 e<br />
Junho <strong>de</strong> 2010. População e Métodos: Análise retrospectiva. Con sulta <strong>de</strong> pro -<br />
cesso clínico informatizado. Colheita <strong>de</strong> dados <strong>de</strong>mográficos, clí ni cos e laboratoriais.<br />
Agrupamento em doentes que realizaram TMO durante o internamento<br />
(grupo A) e doentes admitidos por complicações pós-TMO (grupo B). Análise<br />
estatística <strong>de</strong>scritiva simples. Resultados: Amostra: 15 doentes (12 do sexo<br />
masculino). Grupo A: 6 (4 para realização <strong>de</strong> TMO; 2 por complicações da<br />
doença <strong>de</strong> base); Ida<strong>de</strong> média: 7,3 A (7M-14A); Submetidos a TMO alogénico<br />
por anemia aplástica (3) ou imuno<strong>de</strong>ficiência (3). Duração média <strong>de</strong> interna -<br />
mento: 32 dias (17-67) Sem óbitos. Grupo B: 9 (1 readmissão). Ida<strong>de</strong> média:<br />
11,5 A (9M-15A); Submetidos a TMO alogénico (8) e TMO autólogo (1) por<br />
anemia aplástica 4, neoplasia hematológica 4, imuno<strong>de</strong>ficiência 1.Internados por<br />
complicações infecciosas 5; não infecciosas 3; ambas 1. Na admissão, 3 doentes<br />
nos 30-100 dias pós TMO e 6 nos >100 dias pós-TMO. Duração média <strong>de</strong><br />
internamento: 9,4 dias (1-32). Óbitos:4 (44%). Falência <strong>de</strong> pelo menos um órgão<br />
em 6 (grupo A: 1; B: 5), sendo mais frequentesa falência respiratória (5) e cardiovascular<br />
(2). Infecção suspeita em 13 (grupo A:6; B: 7) e documentada em 5<br />
(grupo A:3, B: 2). Valor médio <strong>de</strong> PCR na admissão: 11,9 mg/dL (grupo A: 7,6;<br />
B 14,7). Treze doentes apresentaram citopénias graves (grupo A:6, B:7). Sem<br />
perdas <strong>de</strong> enxerto, DEVH em 12 (grupo A 5); expressão cutânea e gastrointes -<br />
tinal mais frequente. Conclusões: Apesar da intervenção em cuidados intensivos,<br />
os doentes submetidos a TMO continuam a apresentar mortalida<strong>de</strong> ele -<br />
vada, internamentos prolongados e alguns insucessos terapêuticos. É necessário<br />
<strong>de</strong>finir factores <strong>de</strong> prognóstico na admissão ou 1os dias <strong>de</strong> internamento para<br />
equacionar utilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> certas atitu<strong>de</strong>s terapêuticas e até admissão inicial. Já o<br />
grupo <strong>de</strong> doentes internados para realizar TMO beneficia <strong>de</strong>ste internamento. A<br />
caracterização apresentada, por consi<strong>de</strong>rar doentes para realização <strong>de</strong> TMO em<br />
adição aos doentes admitidos por complicações pós-TMO traduz a gravida<strong>de</strong><br />
clínica e o risco <strong>de</strong> mortalida<strong>de</strong> em qualquer fase do procedimento.<br />
Palavras-chave: Transplante Medúla óssea, cuidados intensivos, prognóstico<br />
CO39 - Paediatric Resuscitation Instructor Training: Bridge to the<br />
future: from basic to highly advanced simulation<br />
Wermter, Burkhard Johannes 1 ; Comploi, Marco Comploi 2 ; Dominguez,<br />
Pedro 3 ; Stewart, David 4 ; Tinkhauser, Walter 2 ; Conrad, Gerson 5<br />
1- MHH Medical School Hannover; 2- White Cross, Educational Depart -<br />
ment, Bozen/Bolzano, Südtirol/Italy; 3- Childrens Hospital, PICU, Barce -<br />
lona, Spain; 4- Childrens Hospital, Manchester, United Kingdom; 5- DRF-<br />
Luftrettung, German Air Rescue, Fil<strong>de</strong>rstadt, Germany<br />
Introduction: traditionally Resuscitation courses use different levels of training<br />
& learning effects, but use of highly advanced simulation integrated into<br />
standard resuscitation courses is unfrequently <strong>de</strong>scribed. Objectives: to supplement<br />
the didactic concepts in core-instructor courses for Paediatric Instructors in<br />
training with an overview of the range of simulation techniques from basic to<br />
highly advanced including live children. Methods: an additio nal day to the standard<br />
core instructor course provi<strong>de</strong>d the following: practical training on all stations<br />
of the PBLS/PALS Paed. Basic & Advanced Life Support provi<strong>de</strong>r<br />
course. A variety of <strong>de</strong>briefing techniques & mannequins. PBLS/PALS<strong>de</strong>briefing<br />
& materials on following stations: basic life support & respiratory<br />
insufficiency, vascular access & neonatal resuscitation. The integration<br />
of real children into a trauma scenario. Highly advanced simulation with<br />
audiovi<strong>de</strong>o-<strong>de</strong>briefing: cardiac arrest & team work: here, instructor trainees<br />
worked as learners. Instructor team was drawn from several formal teaching systems:<br />
Ital. Soc. Paed. Emergency Medicine (SIMEUP), Span. Group Paed.<br />
Resuscitation, American Heart Assoc., Europ. Resuscitation Council; Highly<br />
Advanced Simulation Centers were involved: DRF-Luftrettung, PICU<br />
Paed.Intensive Care Unit / Childrens Hospital Manchester, White Cross. Nearly<br />
all instructors worked together in previous courses Results: Compared to standard<br />
core resuscitation instructor courses, instructor trainees of paediatric life<br />
support courses had: 1) more practical training by Instructor trainers with spe-<br />
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