acta pediátrica portuguesa - Sociedade Portuguesa de Pediatria
acta pediátrica portuguesa - Sociedade Portuguesa de Pediatria
acta pediátrica portuguesa - Sociedade Portuguesa de Pediatria
Create successful ePaper yourself
Turn your PDF publications into a flip-book with our unique Google optimized e-Paper software.
Acta Pediatr Port 2010:41(5):S59<br />
PAS104 - Síndromes Neurocutâneos: Casuística da Unida<strong>de</strong> <strong>de</strong><br />
Neuropediatria<br />
António Jorge Cabral 1 ; Victor Miranda 1 ; Joana Oliveira 1 ; Eulália Viveiros 1 ;<br />
Paulo Rego Sousa 1 ; Rui Vasconcelos 1<br />
1- Hospital Central Funchal<br />
Introdução: Os Síndromes Neurocutâneos incluem um grupo heterogéneo <strong>de</strong><br />
distúrbios caracterizados por anomalias do sistema nervoso central e cutâneo.<br />
A maioria é familiar com <strong>de</strong>feito da diferenciação da ecto<strong>de</strong>rme primitiva.<br />
Objectivos: Caracterizar os casos <strong>de</strong> Síndromes Neurocutâneos diagnosticados<br />
e seguidos pela Unida<strong>de</strong> <strong>de</strong> Neuropediatria do Hospital Central do Fun -<br />
chal.Material e Métodos: Revisão casuística <strong>de</strong> processos clínicos <strong>de</strong><br />
doentes seguidos em consulta <strong>de</strong> Neuropediatria com diagnóstico <strong>de</strong> Neurofi -<br />
bromatose (NF), Esclerose Tuberosa (ET) e Síndrome <strong>de</strong> Sturge-Weber (SW)<br />
com ida<strong>de</strong> inferior a 21 anos num total <strong>de</strong> 23 casos. Resultados: Demons -<br />
trou-se um predomínio do sexo masculino (61%). O síndrome mais prevalente<br />
é a NF com mais <strong>de</strong> meta<strong>de</strong> dos casos (61%) seguido da ET (30%) e o<br />
síndrome <strong>de</strong> SW (9%). Em termos gerais, a maioria dos diagnósticos foram<br />
realizados antes dos 2 anos <strong>de</strong> vida (69%) sendo que 43% foram feitos antes<br />
dos doze meses. Em relação a cada síndrome separadamente, o diagnóstico<br />
<strong>de</strong> NF é feito maioritariamente antes dos 12 meses (5 casos) ou <strong>de</strong>pois dos 5<br />
anos (5 casos) enquanto que os 7 casos <strong>de</strong> ET foram diagnosticados antes dos<br />
24 meses e os 2 casos <strong>de</strong> síndrome <strong>de</strong> SW antes dos 12 meses. Quase meta<strong>de</strong><br />
dos casos (48%) apresentava história familiar directa (progenitores).<br />
Tomando em conta a clínica associada, todos os casos <strong>de</strong> ET e síndrome <strong>de</strong><br />
SW manifestavam epilepsia com necessida<strong>de</strong> <strong>de</strong> controlo farmacológico<br />
enquanto apenas um caso <strong>de</strong> NF apresentou convulsões. Duas crianças com<br />
NF <strong>de</strong>senvolveram glioma do nervo óptico. Conclusão: Tal como indicado<br />
na literatura, verificou-se um maior número <strong>de</strong> casos <strong>de</strong> NF em relação às<br />
restantes patologias estudadas. Observa-se um diagnóstico mais tardio <strong>de</strong> NF<br />
provavelmente por se tratar <strong>de</strong> uma patologia com uma evolução mais<br />
benigna e com sinais neurológicos menos importantes e mais tardios em<br />
relação aos restantes síndromes, nomeadamente a ET e o síndrome <strong>de</strong> SW em<br />
que o diagnóstico foi realizado antes dos 24 meses <strong>de</strong> ida<strong>de</strong>. Estes últimos<br />
apresentam um pior prognóstico com sintomatologia neurológico mais precoce<br />
e mais grave que incentiva a sua referência à consulta <strong>de</strong> especialida<strong>de</strong><br />
po<strong>de</strong>ndo explicar o seu diagnóstico mais prematuro. A existência <strong>de</strong> epilepsia<br />
em todos os casos <strong>de</strong> ET e síndrome <strong>de</strong> SW era previsto, visto ser frequentemente<br />
associado a estas patologias.<br />
Palavras-chave: Síndromes neurocutâneos casuística.<br />
PAS105 - Enxaqueca com aura - casuística da consulta <strong>de</strong> cefaleias <strong>de</strong> um<br />
hospital pediátrico<br />
Célia Xavier 1 ; Ana Graça Velon 1 ; Inês Carrilho 1<br />
1- Hospital Especializado <strong>de</strong> Crianças Maria Pia, Centro Hospitalar do Porto<br />
Introdução: A enxaqueca com aura é caracterizada por sintomas neuroló -<br />
gicos focais reversíveis que prece<strong>de</strong>m ou acompanham a cefaleia. Na população<br />
pediátrica o diagnóstico é difícil. Objectivos: Caracterizar e classificar<br />
(classificação internacional <strong>de</strong> cefaleias, 2ª edição - ICHD-II) os casos <strong>de</strong><br />
enxaqueca com aura na consulta <strong>de</strong> cefaleias e compará-los com outras<br />
casuísticas infantis. Métodos: Estudo retrospectivo com consulta dos processos<br />
clínicos dos pacientes com o diagnóstico <strong>de</strong> enxaqueca com aura. Análise<br />
<strong>de</strong> vários parâmetros: características <strong>de</strong>mográficas, história familiar <strong>de</strong> enxa -<br />
queca, características das cefaleias e dos episódios <strong>de</strong> aura, investigação efectuada.<br />
Resultados: Na consulta <strong>de</strong> cefaleias obtivemos 184 indivíduos com<br />
enxaqueca, 24 (13%) com aura. Destes, 67% eram do sexo feminino. A ida<strong>de</strong><br />
<strong>de</strong> início das cefaleias foi variável (3-16 anos) e a 1ª consulta ocorreu maiori -<br />
tariamente na adolescência (12-16 anos). As cefaleias foram unilaterais alternantes<br />
em 55% dos casos. Poucos conseguiram caracterizar a cefaleia e os<br />
factores precipitantes. A cefaleia durou 1-2 horas a 3 dias. Os sintomas acompanhantes<br />
(fotofobia, fonofobia, náuseas, vómitos) foram frequentes. O mo -<br />
mento <strong>de</strong> aparecimento da aura foi difícil <strong>de</strong> <strong>de</strong>terminar. Os tipos <strong>de</strong> aura<br />
mais frequentes foram a visual (n=14) e a sensitiva (n=9). Houve aura dis fá -<br />
sica em 4 casos e hemiparésia em 6. Outros sintomas neurológicos referidos:<br />
ataxia, vertigem, tonturas, agitação. A maioria dos episódios <strong>de</strong> aura (n=17)<br />
durou 5 a 60 minutos. A maioria dos pacientes realizou electroencefalograma<br />
(75%) e/ou ressonância magnética cerebral (62,5%). De acordo com a ICHD-<br />
II, temos 14 casos (58%) <strong>de</strong> aura típica com cefaleia típica, 3 <strong>de</strong> enxaqueca<br />
basilar, 5 <strong>de</strong> enxaqueca hemiplégica esporádica (EHM), 1 <strong>de</strong> enxaqueca<br />
hemiplégica familiar (FHM), 1 <strong>de</strong> aura típica com cefaleia atípica, 1 <strong>de</strong> aura<br />
típica sem cefaleia. Houve história familiar positiva <strong>de</strong> enxaqueca em 83%<br />
dos casos. Conclusão: A imprecisão das <strong>de</strong>scrições na população pediátrica<br />
foi evi<strong>de</strong>nte. Houve aura em 13% dos pacientes com enxaqueca. Os casos<br />
mais frequentes foram <strong>de</strong> aura típica com cefaleia típica, e as auras visual e<br />
sensitiva. A cefaleia foi, em geral, unilateral alternante. Estes dados estão <strong>de</strong><br />
acordo com outros estudos em ida<strong>de</strong> pediátrica. A gran<strong>de</strong> percentagem <strong>de</strong><br />
EEG e RMN cerebral realizados ilustra a necessida<strong>de</strong> <strong>de</strong> diagnóstico diferencial<br />
com outras entida<strong>de</strong>s.<br />
Palavras-chave: Enxaqueca com aura, pediatria.<br />
S59