acta pediátrica portuguesa - Sociedade Portuguesa de Pediatria
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Acta Pediatr Port 2010:41(5):S112<br />
monella. A compressão pelos gânglios abdominais hipertrofiados na sequência<br />
<strong>de</strong> infecção pelo vírus H1N1v foi provavelmente neste caso um factor<br />
adicional sendo questionável se a tera pêutica prévia com oseltamivir teria<br />
modificado o prognóstico.<br />
Palavras-chave: Colecistite aguda acalculosa; Salmonella enteritidis; gripe A.<br />
PD185 - Colelitíase em Crianças - experiência <strong>de</strong> <strong>de</strong>z anos no Hospital<br />
São Teotónio<br />
Pedro Fernan<strong>de</strong>s 1 ; Marisa Rodrigues 1 ; Fátima Simões 1 ; Conceição Salgado 1 ;<br />
Isabel Andra<strong>de</strong> 1<br />
1- Hospital <strong>de</strong> São Teotónio - Viseu<br />
Introdução: O diagnóstico da colelitíase em ida<strong>de</strong> pediátrica tem aumen -<br />
tado a sua frequência nos últimos anos, muito contribuindo para tal o uso<br />
difun dido <strong>de</strong> ecografia abdominal. É controverso o papel do tratamento da<br />
cole litíase assintomática em crianças sem factores predisponentes, porém o<br />
risco <strong>de</strong> complicações fez emergir algum consenso a favor da colecistec -<br />
tomia em cálculos calcificados. A colecistectomia laparoscópica é a técnica<br />
<strong>de</strong> eleição no tratamento <strong>de</strong>finitivo. Objectivos: Caracterizar a população<br />
pediátrica com coleli tíase diagnosticada ecograficamente, num período <strong>de</strong><br />
<strong>de</strong>z anos, no Serviço <strong>de</strong> <strong>Pediatria</strong> do Hospital <strong>de</strong> São Teotónio, tal como os<br />
factores <strong>de</strong> risco envolvidos e a eficácia dos diferentes tratamentos utili -<br />
zados. Métodos: Estudo <strong>de</strong>scritivo retrospectivo dos casos <strong>de</strong> colelitíase em<br />
ida<strong>de</strong> pediátrica, diagnosti cados entre 2000 e 2010. Analisaram-se as variáveis:<br />
sexo, ida<strong>de</strong>, factores <strong>de</strong> risco, apresentação clínica, complicações,<br />
tratamento e duração do internamento pós cirurgia. Resultados: No período<br />
em estudo foram diagnosticados 30 casos <strong>de</strong> colelitíase (3 casos/ ano), com<br />
ida<strong>de</strong> média <strong>de</strong> 12,1 anos (σ = 4 anos) e predomínio do sexo feminino (2:1).<br />
A obesida<strong>de</strong> foi o principal factor <strong>de</strong> risco encontrado. Em 12 casos a<br />
primeira manifestação foi uma complicação (colecistite aguda em seis casos<br />
e pancreatite aguda noutros seis). Onze casos receberam tratamento médico<br />
(ácido-urso<strong>de</strong>soxicólico), verificando-se sucesso apenas em três casos.<br />
Realizaram-se 25 colecistectomias (2 laparo tomias e restantes por laparos -<br />
copia). A ida<strong>de</strong> média da cirurgia foi 12,8 anos (σ = 3,9 anos). A média da<br />
duração do internamento pós colecistectomia por laparotomia foi <strong>de</strong> 6 dias<br />
vs 3,2 dias por laparoscopia (σ = 1,3 dias). Comen tários: Verificou-se como<br />
factor predisponente mais frequente a obesida<strong>de</strong>, registando-se no entanto<br />
um elevado número <strong>de</strong> casos idiopá ticos. Conclusão: A modificação dos<br />
hábitos <strong>de</strong> vida, nomeadamente alimen tares e <strong>de</strong> se<strong>de</strong>nta rismo, parecem ser<br />
a melhor forma <strong>de</strong> prevenção da cole li tíase. A colecistectomia laparoscó pica<br />
parece proporcionar uma redução significativa do tempo <strong>de</strong> internamento<br />
comparativamente à abordagem por laparotomia.<br />
Palavras-chave: Colelitíase, pediatria, factores <strong>de</strong> risco, tratamento.<br />
PD186 - Ulceração lingual recorrente - caso clínico.<br />
Miguel Fonte 1 ; Tiago Prazeres 1 ; Rute Moura 1 ; Alda Mira-Coelho 2 ; Belmira<br />
Falcão 3 ; Isabel Soares 4 ; Jorge Amil 1 ; Eunice Trinda<strong>de</strong> 1<br />
1- Unida<strong>de</strong> <strong>de</strong> Gastrenterologia Pediátrica HSJ; 2- Unida<strong>de</strong> <strong>de</strong> Pedopsi -<br />
quiatria HSJ; 3- Serviço <strong>de</strong> Estomatologia HSJ; 4- Serviço <strong>de</strong> <strong>Pediatria</strong> do<br />
Centro Hospitalar <strong>de</strong> Trás-os-Montes e Alto Douro<br />
Introdução: A ulceração da língua é uma condição <strong>de</strong> etiologia variada,<br />
condicionando importante impacto na qualida<strong>de</strong> <strong>de</strong> vida pela dor e dificulda<strong>de</strong><br />
alimentar que condiciona. A correcta investigação etiológica <strong>de</strong>sta<br />
entida<strong>de</strong> pressupõe o rastreio <strong>de</strong> doença local e sistémica. Caso clínico:<br />
Adoles cente <strong>de</strong> 12 anos, referenciado à consulta <strong>de</strong> Gastrenterologia<br />
Pediátrica por úlcera única recorrente do bordo da língua <strong>de</strong>s<strong>de</strong> os 6 anos<br />
<strong>de</strong> ida<strong>de</strong>. O aparecimento da lesão era precedido <strong>de</strong> dor surgindo dias<br />
<strong>de</strong>pois escavação da mucosa que persistia durante semanas, afectando o<br />
aporte alimentar. A úlcera ocorria <strong>de</strong> forma alternada à direita e à esquerda,<br />
inicialmente com 3 a 4 recorrências/ano e período máximo livre <strong>de</strong> sinto -<br />
mas <strong>de</strong> 1 mês. Progres si vamente com menor período <strong>de</strong> remissão e aumento<br />
do tamanho da lesão, atingindo um diâmetro <strong>de</strong> 2x4cm. Sem outras<br />
lesões ulceradas na boca ou noutras localizações. Sem queixas álgicas<br />
abdominais ou alteração do trân sito gastrointestinal. Emagrecimento objectivado<br />
durante os períodos <strong>de</strong> activida<strong>de</strong> da úlcera. Fez diversos tratamentos<br />
tópicos sem sucesso <strong>de</strong>finitivo e sem resposta aos analgésicos. A mãe<br />
relacionava o início do quadro com um aconte cimento traumático (morte da<br />
avó). Efectuada investigação etiológica, incluindo 2 biopsias (inconclu-<br />
sivas), tendo sido sugerida uma possível etiolo gia traumática. Na consulta,<br />
adolescente reservado e pouco colaborante, com aspecto emagrecido e<br />
ulceração do bordo direito da língua <strong>de</strong> base erite matosa e bordos limpos.<br />
Após avaliação multidisciplinar, e perante a falta <strong>de</strong> evidência <strong>de</strong> doença<br />
sistémica, suspeitou-se <strong>de</strong> lesão traumática e imple mentou-se o uso <strong>de</strong><br />
goteira <strong>de</strong> protecção nocturna. Manteve avaliação sema nal por Gastrente -<br />
rologia, Estomatologia e Pedopsiquiatria. A mãe, <strong>de</strong>pois <strong>de</strong> alertada, confirmou<br />
que efectuava movimentos <strong>de</strong> mor<strong>de</strong>dura da língua durante o dia.<br />
Instituído uso contínuo da goteira com resolução total da úlcera e recupe -<br />
ração pon<strong>de</strong>ral. Comentários: Realçamos a rarida<strong>de</strong> <strong>de</strong>sta situação bem<br />
como a importância da abordagem multidisciplinar na sua resolução. A<br />
evolução clínica, a valorização dos exames até então efectuados e, sobre -<br />
tudo, a observação da úlcera, permitiram afirmar o diagnóstico <strong>de</strong> úlcera<br />
traumá tica e implementar a medida terapêutica a<strong>de</strong>quada, evitando a reali -<br />
zação <strong>de</strong> exames invasivos, nomeadamente do foro digestivo.<br />
Palavras-chave: Ulceração lingual recorrente.<br />
PD187 - Urgência Pediátrica do Hospital <strong>de</strong> Dona Estefânia- Doenças do<br />
Aparelho Digestivo - Resultados Preliminares: 2000/02/04/06/08<br />
Sandra Santos 1 ; Nobrega S 2 ; Queiroz G 2 ; Salvador M 2 ; Simão I 2 ; Brissos J 2 ;<br />
Casimiro A 2 ; Cordovil C 3 ; Costa M 4 ; Crujo M 3 ; Fitas A 2 ; Francisco T 2 ;<br />
Gouveia S 4 ; Lopes P 2 ; Marques F 2 ; Marques M 2 ; Neves C 5 ; Coelho M 6<br />
1- Interno <strong>de</strong> <strong>Pediatria</strong>, Hospital Dona Estefânia; 2- Interno <strong>de</strong> <strong>Pediatria</strong>;<br />
3- Interno <strong>de</strong> Pedopsiquiatria; 4- Interno <strong>de</strong> Cardiologia Pediátrica; 5- Assis -<br />
tente Hospitalar <strong>de</strong> <strong>Pediatria</strong> Médica; 6- Assistente Hospitalar Graduado <strong>de</strong><br />
<strong>Pediatria</strong> Médica<br />
Introdução: A urgência pediátrica (UP) do Hospital <strong>de</strong> Dona Estefânia<br />
(HDE) tem o maior movimento assistencial do Pais. A UP é forma comum<br />
<strong>de</strong> acesso ao Sistema <strong>de</strong> Saú<strong>de</strong>, sendo um observatório epi<strong>de</strong>miológico da<br />
patologia na comunida<strong>de</strong> e da sua evolução. O conhecimento nesta área é<br />
indispensável para a sua planificação e organização. No entanto, os estudos<br />
existentes são dispersos, parcelares ou referentes a períodos <strong>de</strong> curta<br />
duração. Objectivo: Conhecer a evolução temporal e caracterizar os casos<br />
<strong>de</strong> Pato logia Digestiva diagnosticados (Diagnóstico principal) na UP do<br />
HDE nos anos 2000/02/04/06/08. Material e Métodos: Estudo retrospectivo,<br />
dos dados retirados aleatoriamente das 392.768 fichas da UP no período em<br />
referência. Amostragem 46.768 fichas. Resultados: No período consi<strong>de</strong> -<br />
rado, foram observados 723 casos <strong>de</strong> “Doenças do aparelho digestivo” que<br />
representaram 1,5% dos diagnósticos totais, verificando-se o seu aumento ao<br />
longo dos anos (98 casos em 2000, 158 em 2002, 112 em 2004, 177 em 2006<br />
e 178 em 2008). Dos doentes, 89,5% eram resi<strong>de</strong>ntes em Lisboa ou Gran<strong>de</strong><br />
Lisboa, 78,4% recorreram à UP sem referenciação. O período <strong>de</strong> maior<br />
afluência foi o das 8:00-18:00 horas (54,7%), com distribuição uniforme nos<br />
dias da semana. Na triagem, foram classificados como muito urgentes 4,3%,<br />
urgentes 46,6% e não urgentes 49,1% dos casos. O grupo etário mais representado<br />
foi o dos 5 a 11 anos (31,4%). O sexo masculino predominou (56%).<br />
Os diagnósticos obser vados foram: abcessos <strong>de</strong>ntários/cáries (26,7%), abdómen<br />
agudo (14,7%), invaginação/oclusão intestinal (8,3%), refluxo gastro -<br />
eso fágico (7,6%), hemorragia digestiva (5,9%), fissura anal (5,4%), síndrome<br />
Mallory-Weiss (0,6%) e outros (30,8%). Foi realizada avaliação labo -<br />
ratorial em 14,7% dos casos, avaliação radiológica em 24,9%, terapêuticas<br />
em 16,5% e observação <strong>de</strong> ou tras especialida<strong>de</strong>s em 34%: cirurgia (73,2%),<br />
estomatologia (11,4%), ORL (11%) e outras (4,4%). Foram internados 177<br />
(24,5%) casos. Nas altas, o <strong>de</strong>stino foi: sem referenciação (42,6%), con sulta<br />
externa (29,3%), médico assistente (23,4%) e outros (4,7%). Conclusões:<br />
Este estudo é o <strong>de</strong> maior dimensão realizado entre nós e dos maiores a nível<br />
internacional. Os resultados preliminares mostram que houve aumento do<br />
número <strong>de</strong> casos ao longo dos anos em estudo. A triagem como urgente, a<br />
necessida<strong>de</strong> <strong>de</strong> meios complementares <strong>de</strong> diagnóstico, a observação por ou -<br />
tras especialida<strong>de</strong>s e a taxa <strong>de</strong> interna mento foram superiores à média <strong>de</strong><br />
todos os casos observados.<br />
Palavras-chave: Urgência, aparelho digestivo, pediatria.<br />
PD188 - Abordagem da gastroenterite aguda – as perspectivas da<br />
ESPGHAN-ESPID e da SLAGPNH<br />
Sofia Moz Martins 1 ; Andreia Lopes 1 ; Cristiana Couto 2 ; Eunice Trinda<strong>de</strong> 1 ;<br />
Rosa Lima 3 ; Marta Tavares 1 ; Jorge Amil Dias 1<br />
1- Hospital <strong>de</strong> São João; 2- Centro Hospitalar do Alto Ave; 3- Centro Hos -<br />
pitalar do Porto<br />
A gastroenterite aguda continua a ser uma das patologias mais prevalentes<br />
em ida<strong>de</strong> pediátrica, associada a elevado número <strong>de</strong> admissões hospitalares<br />
e número não negligenciável <strong>de</strong> mortes. Nos últimos anos foram <strong>de</strong>senvolvidas<br />
orientações clínicas pela <strong>Socieda<strong>de</strong></strong> Europeia <strong>de</strong> Gastroentero -<br />
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