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acta pediátrica portuguesa - Sociedade Portuguesa de Pediatria

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Acta Pediatr Port 2010:41(5):S75<br />

Nóbrega S 2 ; Salvador M 2 ; Brissos J 2 ; Casimiro A 2 ; Cordovil C 3 ; Costa M 4 ;<br />

Crujo M 3 ; Francisco T 2 ; Gouveia S 5 ; Neves C 6 ; Coelho M 7<br />

1- Hospital Dona Estefânia; 2- Interno <strong>de</strong> <strong>Pediatria</strong>; 3- Interno <strong>de</strong> Pedopsi -<br />

quiatria; 4- Interno <strong>de</strong> Cardiologia Pediátrica; 5- Interno <strong>de</strong> Cardiologia<br />

Pediátrica, ; 6- Assistente Hospitalar <strong>de</strong> <strong>Pediatria</strong> Médica; 7- Assistente<br />

Hospitalar Graduado <strong>de</strong> <strong>Pediatria</strong> Médica<br />

A urgência pediátrica (UP) é um componente do sistema <strong>de</strong> saú<strong>de</strong>, tendo gran<strong>de</strong><br />

impacto na dinâmica <strong>de</strong>ste. A UP do Hospital <strong>de</strong> Dona Estefânia (HDE) apresenta<br />

o maior movimento do país e a sua caracterização po<strong>de</strong> revestir-se <strong>de</strong> elevado<br />

interesse no domínio epi<strong>de</strong>miológico e organizacional. Aprofundar o<br />

conhe cimento nesta área é indispensável à sua melhor planificação e organi -<br />

zação. Neste estudo são abordadas as doenças do aparelho genito-urinário<br />

(DAGU). Objectivo: Caracterizar os casos <strong>de</strong> doenças do apare lho genito-uri -<br />

nário (DAGU) que acorreram à UP nos anos <strong>de</strong> 2000/02/04/06/08,sua aborda -<br />

gem e orientação durante o episódio <strong>de</strong> urgência. Material e Métodos: Estudo<br />

retrospectivo dos dados retirados aleatoriamente das 392.768 fichas do SU no<br />

período em referência – Amostragem <strong>de</strong> 46.812 fichas <strong>de</strong> atendimento. Foram<br />

seleccionados os casos com Diagnóstico principal (DP) do grupo das DAGU.<br />

Resultados: Foram i<strong>de</strong>ntificados 1.134 episódios <strong>de</strong> DAGU (2,42%). Os grupos<br />

etários mais representados foram: 2-5 anos (31%) e 5-11 anos (31,5%),<br />

com distribuição semelhante dos géneros. A maioria das crianças (93%) residia<br />

no distrito <strong>de</strong> Lisboa e 84% vieram à UP sem referenciação. A afluência foi uniforme<br />

ao longo da semana e 43,6% recorreram em horário pós-laboral (43,6%-<br />

35,3%-18-0h; 8,3%- 0h-08h). A mediana do intervalo entre inscrição-triagem<br />

foi <strong>de</strong> 8 minutos e meio; o tempo médio <strong>de</strong> espera até observação médica foi<br />

<strong>de</strong> 43 minutos, sendo a permanência média na UP <strong>de</strong> 3h05m. A triagem atribuiu<br />

um nível <strong>de</strong> priorida<strong>de</strong> 2 (urgente) e 3 (não-urgente) na maioria dos casos. Os<br />

DP registados foram: Infecção urinária(IU)/pielonefrite (40,4%), vulvovaginite/balanopostite<br />

(27,4%), patologia não infecciosa (2,6%), hematúria (1,9%),<br />

insuficiência renal crónica(1,4%), síndrome nefrótico (1,1%), menometrorragias<br />

(0,6%) e outros (24,6%). Realizaram-se MCD laboratoriais com maior frequência<br />

nos casos <strong>de</strong> hematúria e IU (86,7%), sendo nestes últimos que se<br />

realizaram mais exames imagiológicos (23,6%). Tiveram alta 87,1% dos casos,<br />

dos quais 45,6% sem referenciação; a taxa <strong>de</strong> internamento foi <strong>de</strong> 12,3%<br />

(88,5% em enfermaria) da totalida<strong>de</strong> dos casos <strong>de</strong> DAGU, variando inversamente<br />

com a ida<strong>de</strong>. Comentários: As frequências dos DP registados e características<br />

da amostragem foram sobreponíveis ao esperado, comparativamente<br />

com estudo realizado em 1994 no HDE.A IU foi a patologia mais prevalente,<br />

bem como a que consumiu mais recursos na UP. A taxa <strong>de</strong> internamento foi<br />

mais elevada no 1º ano <strong>de</strong> vida.<br />

Palavras-chave: Urgência pediátrica; doenças do aparelho genito-urinário.<br />

e tosse durante a ingestão <strong>de</strong> leite. Ao exame objectivo salientava-se um<br />

<strong>de</strong>senvolvimento estaturo-pon<strong>de</strong>ral a<strong>de</strong>quado e uma diminuição dos sons res -<br />

pi ratórios à direita. A tomografia computorizada torácica <strong>de</strong>monstrou volumosa<br />

hérnia transhiatal direita contendo estômago e ansas intestinais com<br />

atelectasia do lobo inferior direito. O estudo contrastado confirmou a hernia -<br />

ção da junção esófago-gástrica, do estômago e <strong>de</strong> ansas intestinais , pelo que<br />

foi proposta para correcção cirúrgica minimamente invasiva. Aos 18 meses foi<br />

submetida, por via laparoscópica, a redução do conteúdo herniado (esó fago<br />

distal, estômago e cólon transverso), exérese do saco herniário, hiato plas tia e<br />

fundoplicatura (Nissen). Como intercorrência per-operatória há a referir um<br />

pneumotórax hipertensivo que requereu drenagem. Sem complica ções pósope<br />

ratórias, teve alta ao 6º dia, após reinício gradual da alimentação oral<br />

condicionado por dismotilida<strong>de</strong> esofágica transitória. Aos 2 meses <strong>de</strong> pós-ope -<br />

ratório está assintomática. Discussão: A hérnia paraesofágica é mais frequentemente<br />

adquirida, após cirurgia anti-refluxo gastroesofágico. A forma<br />

congénita é uma rarida<strong>de</strong>, sendo a forma “pura” (rolamento) uma her nia ção<br />

gástrica isolada que frequentemente progri<strong>de</strong> para a forma “mista” (rola mento<br />

e <strong>de</strong>slizamento) por ascensão gradual da junção esófago-gástrica. Embora<br />

apresente habitualmente sintomas respiratórios e/ou gastrointestinais, po<strong>de</strong> ser<br />

assintomática, revelando-se fortuitamente numa radiografia, pelo que <strong>de</strong>ve ser<br />

consi<strong>de</strong>rada no diagnóstico diferencial das imagens quísticas torácicas. O tra -<br />

tamento cirúrgico está indicado pelo risco <strong>de</strong> complica ções graves (p.e. volvo<br />

gástrico, hemorragia, perfuração). Apesar dos escassos casos publicados em<br />

crianças, a via laparoscópica revelou-se eficaz e segura.<br />

Palavras-chave: Hérnia paraesofágica congénita, laparoscopia.<br />

PD53 - Urgência Pediátrica do Hospital <strong>de</strong> Dona Estefânia- Doenças do<br />

Aparelho Genito-Urinário – Resultados Preliminares: 2000/02/04/06/08!<br />

Filipa Marques 1 ; Simão I 2 ; Lopes P 2 ; Queiroz G 2 ; Santos S 2 ; Marques M 2 ;<br />

PD54 - Um exantema pouco habitual<br />

Miguel Salgado 1 ; Mariana Costa 1 ; Ana Torres 1 ; Rita Araújo 1<br />

1- Unida<strong>de</strong> Local <strong>de</strong> Saú<strong>de</strong> do Alto Minho - Viana do Castelo<br />

Introdução: A mastocitose engloba um conjunto <strong>de</strong> doenças caracterizadas<br />

por acumulação <strong>de</strong> mastócitos em um ou mais tecidos. A patologia é classificada<br />

como cutânea quando se limita à pele, <strong>de</strong>nominando-se como sistémica<br />

na presença <strong>de</strong> uma infiltração mastocitária em diversos órgãos (mais fre -<br />

quen temente a medula óssea), po<strong>de</strong>ndo também neste último caso haver<br />

atingimento cutâneo. A sua incidência ex<strong>acta</strong> é <strong>de</strong>sconhecida, afectando equitativamente<br />

ambos os sexos. Na criança 80% das mastocitoses aparecem no<br />

primeiro ano <strong>de</strong> vida e a maioria são limitadas à pele. O sinal <strong>de</strong> Darier (sur-<br />

gimento <strong>de</strong> eritema, e<strong>de</strong>ma e prurido <strong>de</strong>ntro <strong>de</strong> minutos após a fricção <strong>de</strong> uma<br />

lesão) está presente em mais <strong>de</strong> 90% dos casos <strong>de</strong> mastocitose e permite a distinção<br />

<strong>de</strong> outras afecções cutâneas. Caso clínico: Lactente <strong>de</strong> 6 meses <strong>de</strong><br />

ida<strong>de</strong>, sem antece<strong>de</strong>ntes pessoais ou familiares relevantes, enviado para a<br />

consulta <strong>de</strong> pediatria por lesões cutâneas hiperpigmentadas. Nessa altura<br />

apresentava maculo-pápulas <strong>de</strong> tonalida<strong>de</strong> acastanhada, com cerca <strong>de</strong> 3-5<br />

milí metros, dispersas pelo tronco, dorso e membros inferiores. O sinal <strong>de</strong><br />

Darier era positivo. O restante exame objectivo era normal. Os exames ana -<br />

lí ticos realizados não mostraram alterações significativas e o nível <strong>de</strong> triptase<br />

sérica total foi <strong>de</strong> 2,7ng/ml (Normal&lt;13,5 ng/ml). Os pais foram alertados<br />

para a evicção <strong>de</strong> factores precipitantes <strong>de</strong> <strong>de</strong>sgranulação mastocitária e a<br />

crian ça, actualmente com 18 meses, mantém vigilância nas consultas <strong>de</strong><br />

Pedia tria e Dermatologia. Discussão: Com este caso clínico os autores preten<strong>de</strong>m,<br />

salientar a importância do diagnóstico <strong>de</strong> mastocitose cutânea difusa<br />

pela necessida<strong>de</strong> do rastreio <strong>de</strong> mastocitose sistémica e pelo risco <strong>de</strong> ocorrência<br />

<strong>de</strong> uma <strong>de</strong>sgranulação mastocitária maciça. A mastocitose cutânea <strong>de</strong><br />

surgimento na infância resolve habitualmente na puberda<strong>de</strong>.<br />

Palavras-chave: Mastocitose, Sinal <strong>de</strong> Darier, Exantema.<br />

S75

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