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acta pediátrica portuguesa - Sociedade Portuguesa de Pediatria

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Acta Pediatr Port 2010:41(5):S131<br />

pelo menos um familiar com a mesma doença. A média <strong>de</strong> ida<strong>de</strong>s actualmente<br />

é <strong>de</strong> 18 anos e a média global <strong>de</strong> ida<strong>de</strong>s ao diagnóstico é aos 5 anos, va rian -<br />

do conforme a doença sendo mais baixa (2 anos) nas Miopatias não escla re -<br />

cidas e mais alta (7 anos) na Miotonia <strong>de</strong> Thomsen. Conclusão: Ao contrário<br />

do <strong>de</strong>scrito em vários estudos epi<strong>de</strong>miológicos, não se encontrou nenhum<br />

caso <strong>de</strong> Distrofia <strong>de</strong> Duchenne, doença que é 10 vezes mais comum que a<br />

Distrofia <strong>de</strong> Becker. No entanto, há que ter em conta que este estudo é transversal<br />

encontrando-se maior número das doenças com melhor prognóstico a<br />

longo prazo.<br />

Palavras-chave: Neuromusculares Hereditárias; Casuística.<br />

PD255 - Aci<strong>de</strong>nte Vascular Cerebral Isquémico Neonatal: caso clínico<br />

Marta Santalha 1 ; Maria Jose Vale 1 ; Inês Carrilho 2 ; Clara Paz Dias 1 ; Bernarda<br />

Sampaio 1<br />

1- Centro Hospitalar do Alto Ave - Unida<strong>de</strong> <strong>de</strong> Guimarães; 2- Centro Hos pi -<br />

talar do Porto- Serviço <strong>de</strong> Neuropediatria<br />

O aci<strong>de</strong>nte vascular cerebral (AVC) isquémico perinatal tem uma incidência<br />

<strong>de</strong> 4-5/100 000 nados vivos/ano. É uma causa subdiagnosticada <strong>de</strong> sequelas<br />

a longo prazo: défices motores, epilepsia, atrasos cognitivos e alterações<br />

comportamentais. A patofisiologia é complexa e multifactorial. Recém-nas -<br />

cido, sexo masculino, <strong>de</strong> termo, leve para a ida<strong>de</strong> gestacional, fruto <strong>de</strong> pri -<br />

meira gestação sem intercorrências (ecografias prénatais normais, serologias<br />

maternas sem infecção aguda). Rastreio Streptococos do grupo B positivo<br />

(sem profilaxia anteparto). Cesariana por sofrimento fetal agudo com Índice<br />

<strong>de</strong> Apgar ao 1º/ 5º minuto <strong>de</strong> 9/10. Antece<strong>de</strong>ntes familiares irrelevantes. Em<br />

D1 constatada bossa serohemática com diminuição da consistência da calote<br />

craniana; fez ecografia transfontanelar e radiografia do crânio: sem alte -<br />

rações. Por alternância <strong>de</strong> sonolência com irritabilida<strong>de</strong> e dificulda<strong>de</strong> alimentar<br />

realizou rastreio séptico (PCR positiva) tendo iniciado antibioterapia. Em<br />

D2, por episódios <strong>de</strong> bradipneia e <strong>de</strong>ssaturação colocado em CPAPn. Em D3<br />

por convulsões (movimentos tónicos do membro inferior esquerdo) foi medi -<br />

cado com fenobarbital. A RMNc (D4) revelou enfarte isquémico extenso e<br />

recente no território da artéria cerebral média direita (fronto-temporo-parietal<br />

direito com envolvimento da ínsula e núcleo caudado) e focos isquémicos<br />

recentes no hemisfério esquerdo. O EEG (D4) mostrou activida<strong>de</strong> abrupta nas<br />

<strong>de</strong>rivações anteriores e activida<strong>de</strong> beta <strong>de</strong> predomínio esquerdo. Do estudo<br />

efectuado salienta-se foramen ovale patente e heterozigotia para mutação <strong>de</strong><br />

MTHFR (C677T). O estudo dos progenitores mostrou heterozigotia paterna<br />

para mutação <strong>de</strong> MTHFR (C677T). Alta em D19, orientado para consulta.<br />

Actualmente com 3 meses mantém-se sob fenobarbital, sem convulsões, com<br />

um <strong>de</strong>senvolvimento psico-motor <strong>de</strong>ntro da normalida<strong>de</strong> com discreta<br />

diminuição da mobilida<strong>de</strong> do membro superior direito. O AVC perinatal manifesta-se<br />

por sinais clínicos inespecíficos, no período neonatal, dificultando o<br />

seu diagnóstico. A maior sensibilização dos profissionais associada à melhoria<br />

das técnicas <strong>de</strong> neuroimagem disponíveis tem contribuído para um diagnóstico<br />

mais precoce, permitindo uma intervenção atempada com consequente<br />

melhoria do prognóstico.<br />

Palavras-chave: AVC; Neonatal.<br />

PD256 - Blefaroptose bilateral – a propósito <strong>de</strong> um caso clínico<br />

Catarina Men<strong>de</strong>s 1 ; Carla Zilhão 1 ; Cristina Garrido 1 ; Guilhermina Reis 1 ;<br />

Hernâni Brito 1 ; Maria João Oliveira 1 ; Sónia Figueiroa 1 ; Susana Pinto 1<br />

1- Centro Hospitalar do Porto<br />

Introdução: Blefaroptose <strong>de</strong>fine-se como uma incapacida<strong>de</strong> <strong>de</strong> elevação das<br />

pálpebras que po<strong>de</strong> ser uni ou bilateral. A sua etiologia é variável <strong>de</strong>s<strong>de</strong><br />

patologia congénita, neurológica, auto-imune, miogénica ou infecciosa,<br />

exigindo, por isso, no seu estudo a exclusão sistematizada <strong>de</strong> várias entida<strong>de</strong>s<br />

clínicas. Descrição do caso: Apresentamos o caso <strong>de</strong> uma criança <strong>de</strong> 2 anos<br />

e 8 meses <strong>de</strong> ida<strong>de</strong>, do sexo masculino, previamente saudável, com ptose<br />

palpebral bilateral, simétrica, <strong>de</strong> instalação súbita, com acentuação vesper -<br />

tina, sem outros sinais ou sintomas acompanhantes. De referir a administração<br />

<strong>de</strong> eritromicina, no contexto <strong>de</strong> infecção das vias aéreas afebril e o<br />

consumo <strong>de</strong> mel caseiro e enlatados na semana anterior. O exame objectivo,<br />

oftalmológico e neurológico eram normais para além da ptose palpebral bila -<br />

teral simétrica com agravamento vespertino, melhoria com o repouso e a<br />

adop ção <strong>de</strong> postura <strong>de</strong> compensação (elevação das sobrancelhas e do pes -<br />

coço). O estudo analítico sérico, exames imagiológicos, exames culturais e<br />

imunológico do liquor e estudo electrofisiológico realizado não revelaram<br />

alterações. A pesquisa <strong>de</strong> toxina botulínica assim como a <strong>de</strong>terminação <strong>de</strong><br />

anticorpos anti-receptor da acetilcolina foram negativas. Colocado o diagnóstico<br />

<strong>de</strong> síndrome miasténico <strong>de</strong> atingimento exclusivamente ocular, iniciou<br />

terapêutica com piridostigmina 30mg/dia com melhoria clínica. Discussão:<br />

Os autores preten<strong>de</strong>m alertar para as dificulda<strong>de</strong>s <strong>de</strong> diagnóstico <strong>de</strong>stes síndromes,<br />

sobretudo nesta faixa etária, em que a realização <strong>de</strong> electromiografia<br />

com estimulação repetitiva é difícil e o teste <strong>de</strong> administração <strong>de</strong> cloreto <strong>de</strong><br />

edrofónio (teste Tensilon®) e a <strong>de</strong>tecção <strong>de</strong> anticorpos anti-receptor da acetilcolina<br />

po<strong>de</strong>m ser negativos, especialmente nas formas <strong>de</strong> atingimento exclusivamente<br />

ocular. Neste caso a história, os exames complementares que<br />

excluíram outras patologias, a evolução clínica e resposta terapêutica levamnos<br />

a colocar este diagnóstico como o mais provável.<br />

Palavras-chave: Blefaroptose, síndrome miasténico.<br />

PD257 - Quando uma doença não vem só!<br />

Miguel Salgado 1 ; Sandrina Martins 1 ; Virgínia Sampaio 1<br />

1- Unida<strong>de</strong> Local <strong>de</strong> Saú<strong>de</strong> do Alto Minho - Viana do Castelo<br />

Descrição do caso: Lactente <strong>de</strong> 2 meses, sexo feminino, internada por episódio<br />

<strong>de</strong> engasgamento, dificulda<strong>de</strong> respiratória, cianose e sonolência. Como<br />

antece<strong>de</strong>ntes pessoais era apenas <strong>de</strong> realçar a presença <strong>de</strong> má evolução pon<strong>de</strong>ral.<br />

No estudo foi diagnosticado refluxo gastro-esofágico (RGE) e medi -<br />

cado com Domperidona. Após um período inicial <strong>de</strong> boa resposta terapêu tica,<br />

aos 3 meses ressurgiu má evolução pon<strong>de</strong>ral, acompanhada <strong>de</strong> um aparecimento<br />

<strong>de</strong> movimentos <strong>de</strong> mastigação, olhar fixo e pali<strong>de</strong>z cutânea, que ocorriam<br />

várias vezes por dia. Após electroencefalograma (EEG) foi-lhe diagnosticada<br />

epilepsia e medicada com fenobarbital. Aos 5 meses, por manter algumas<br />

crises, associado ao aparecimento <strong>de</strong> espasmos em flexão dos membros<br />

superiores e regressão do <strong>de</strong>senvolvimento, efectuou novo EEG, que revelou<br />

padrão <strong>de</strong> hipsarritmia, tendo sido diagnosticado Síndrome <strong>de</strong> West e medi -<br />

cado com vigabatrina. Actualmente encontra-se sem crises, e com <strong>de</strong>senvolvimento<br />

psico-motor a<strong>de</strong>quado. Discussão: O refluxo gastro-esofágico é<br />

muito frequente em lactentes, causando por vezes sintomatologia inespecí -<br />

fica. Quando os sintomas <strong>de</strong> RGE não ce<strong>de</strong>m ou apenas o fazem parcialmente,<br />

após a instituição <strong>de</strong> medidas gerais e farmacológicas apropriadas,<br />

não <strong>de</strong>ve ser esquecido o diagnóstico diferencial com outras entida<strong>de</strong>s ou a<br />

concomitância <strong>de</strong> diagnósticos. Com este caso clínico, os autores preten<strong>de</strong>m<br />

enfatizar a importância <strong>de</strong> não se catalogar <strong>de</strong>finitivamente um doente, negli -<br />

genciando outras doenças potencialmente causadoras da sintomatologia.<br />

Neste caso, embora a presença <strong>de</strong> RGE explicasse inicialmente todos os<br />

sinto mas, foi um factor confundidor da patologia neurológica que estava<br />

conco mitantemente presente.<br />

Palavras-chave: Síndrome <strong>de</strong> West, hipsarritmia, refluxo gastro-esofágico<br />

Área Científica - Medicina do Adolescente<br />

PD258 - Atendimento <strong>de</strong> adolescentes no serviço <strong>de</strong> urgência <strong>de</strong> um hospital<br />

nível II<br />

Marcos Sanches 1 ; Paulo Venâncio 1 ; Elisabete Oliveira 1<br />

1- Hospital Distrital <strong>de</strong> Santarém<br />

Introdução: A adolescência é uma etapa peculiar no <strong>de</strong>senvolvimento caracterizada<br />

por novas experiências e pela possibilida<strong>de</strong> da adopção <strong>de</strong> comportamentos<br />

<strong>de</strong> risco dando origem a um perfil <strong>de</strong> patologias distintas das anteriores<br />

ida<strong>de</strong>s no universo pediátrico. Objectivos: Caracterizar o perfil <strong>de</strong><br />

morbilida<strong>de</strong> dos adolescentes atendidos no serviço <strong>de</strong> urgência (SU) no ano<br />

<strong>de</strong> 2009 no Hospital Distrital <strong>de</strong> Santarém (HDS). Metodologia: Estudo <strong>de</strong>scritivo<br />

retrospectivo relativo a 2009, realizando-se uma aleatorização <strong>de</strong> conveniência<br />

escolhendo 1 semana por mês. Foram analisados os processos dos<br />

adolescentes com ida<strong>de</strong> entre os 12 e os 14 anos e 364 dias atendidos no SU<br />

do HDS recolhendo dados como ida<strong>de</strong>, sexo, mês <strong>de</strong> atendimento, diagnós -<br />

tico, área clínica <strong>de</strong> observação e <strong>de</strong>stino. Resultados: A amostra foi constituída<br />

por 606 adolescentes, 27% da população total. 52% eram do sexo masculino.<br />

A ida<strong>de</strong> média foi <strong>de</strong> 12,9 anos. No Outono recorreram ao SU 35%<br />

dos adolescentes, seguindo-se a Primavera, o Inverno e o Verão (30%, 18% e<br />

17% respectivamente). 66% foram observados inicialmente por pediatria<br />

geral(n=398), 25% por traumatologia e 7% por cirurgia geral. A doença<br />

traumática foi o motivo da vinda ao SU em 33% dos casos. As doenças respi -<br />

ratórias (24%), infecciosas (9%), do ouvido (6%), da pele e tecidos subcutâneos<br />

(5%), transtornos mentais e comportamentais (4%) e doenças do apare -<br />

lho genitourinário (4%) constituíram os restantes motivos <strong>de</strong> vinda ao SU.<br />

9% tiveram alta sem diagnóstico. O diagnóstico mais frequente foi influenza<br />

(gripe). Foram internados 10 (1,6%), dos quais 6 do foro cirúrgico, 4 <strong>de</strong>les<br />

S131

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