acta pediátrica portuguesa - Sociedade Portuguesa de Pediatria
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Acta Pediatr Port 2010:41(5):S107<br />
nascer foi classificado em: . Até 2.999 g . Entre 3.000 g e 3.499 g, e . Com<br />
3.500 g ou mais Resultados: Vi<strong>de</strong> resultados no anexo . Conclusão: A DHEG<br />
po<strong>de</strong> se relacionar com pesos menores ao nascer nas mulheres.<br />
Palavras-chave: Gravi<strong>de</strong>z/complicações, peso ao nascer, relações materno<br />
fetais, fatores <strong>de</strong> risco cardiovasculares.<br />
PD165 - Luxação do cristalino: pensar ainda homocistinúria<br />
Teresa Almeida Campos 1 ; Marta Vilareal 1 ; Susana Soares 1 ; Elisa Camisa 2 ;<br />
Dulce Quelhas 3 ; Esmeralda Rodrigues 1 ; Elisa Leão Teles 1<br />
1- Unida<strong>de</strong> <strong>de</strong> Doenças Metabólicas do Hospital <strong>de</strong> São João; 2- Serviço <strong>de</strong><br />
Oftalmologia do Hospital <strong>de</strong> São João; 3- Centro <strong>de</strong> Genética Médica Dr<br />
Jacinto Magalhães - INSA<br />
A luxação do cristalino constitui um sinal <strong>de</strong> alerta para alguns quadros meta -<br />
bólicos/genéticos específicos, como a homocistinúria e síndrome <strong>de</strong> Marfan.<br />
A homocistinúria clássica (OMIM 236200), <strong>de</strong>vida a <strong>de</strong>ficiência da enzima<br />
cistationina b-síntase, é uma doença hereditária do metabolismo rara. As<br />
manifestações clínicas surgem <strong>de</strong> forma lenta e progressiva, com o quadro<br />
clínico mais característico a ocorrer quando já estão instaladas alterações irreversíveis.<br />
Embora incluída recentemente no grupo <strong>de</strong> patologias com diagnóstico<br />
precoce no período neonatal, importa <strong>de</strong>stacar a população não rastreada.<br />
O diagnóstico e intervenção precoces permitirão uma evolução opti -<br />
mi zada. Doente do sexo feminino, <strong>de</strong> 8 anos <strong>de</strong> ida<strong>de</strong>, segunda filha <strong>de</strong> casal<br />
não consanguíneo, internada no Serviço <strong>de</strong> Oftalmologia para correcção<br />
cirúrgica <strong>de</strong> luxação do cristalino. Evolução a<strong>de</strong>quada no primeiro ano <strong>de</strong><br />
vida, com registo <strong>de</strong> tremor e <strong>de</strong>scoor<strong>de</strong>nação motora <strong>de</strong>s<strong>de</strong> os 15 meses e<br />
pos terior dificulda<strong>de</strong> <strong>de</strong> aprendizagem. Seguida em consulta privada <strong>de</strong><br />
Oftal mologia <strong>de</strong>s<strong>de</strong> os 3 anos por miopia e, mais tar<strong>de</strong>, subluxação do crista -<br />
lino. Pedida avaliação pela equipa <strong>de</strong> Doenças Metabólicas: observado fenó -<br />
tipo particular, tipo marfanói<strong>de</strong>, e aparente atraso intelectual. A nível bioquí -<br />
mico, registada elevação da homocisteína (410 μmol/L; N <15) e metio -<br />
nina séricas, com diminuição da cistina, e homocisteína urinária elevada,<br />
suge rindo homocistinúria clássica. Iniciada abordagem específica com dieta<br />
restrita em metionina e suplementos (vitamina B6, vitamina B12, ácido fólico,<br />
L-cistina, betaína). Instituídas medidas preventivas no período periopera -<br />
tório, assegurada hiperhidratação e outros cuidados, com evolução a<strong>de</strong>quada<br />
e sem intercorrências. No rastreio familiar, confirmado o mesmo diagnóstico<br />
no irmão <strong>de</strong> 12 anos, que apresentava fenótipo sugestivo. Em curso a caracterização<br />
mutacional dos doentes. Classicamente, a homocistinúria apresenta<br />
morbilida<strong>de</strong> significativa. O rastreio da população <strong>de</strong> risco (patologia oftal -<br />
mo lógica, tromboembólica, atraso mental) permitirá a orientação a<strong>de</strong>quada e<br />
prevenção <strong>de</strong> complicações mais graves. Será importante a a<strong>de</strong>quação <strong>de</strong><br />
cuidados em períodos <strong>de</strong> doença ou cirurgia pelo risco aumentado <strong>de</strong> trombose.<br />
O rastreio familiar e aconselhamento genético são fundamentais.<br />
Palavras-chave: Luxação cristalino, Homocistinúria,cistationina b-síntase<br />
PD166 - Coma Neonatal - Caso Clínico<br />
Nádia Rodrigues 1 ; Marta Nascimento 1 ; Lara lourenço 2 ; Maria José Costa 1 ;<br />
Isabel Martins 1 ; Célia Barbosa 1 ; Esmeralda Rodrigues 2<br />
1- Hospital Pedro Hispano, E.P.E.; 2- Unida<strong>de</strong> <strong>de</strong> Doenças Metabólicas, Ser -<br />
viço <strong>de</strong> <strong>Pediatria</strong> - UAG - MC - Hospital São João<br />
Introdução: A hiperglicinemia não cetótica é uma doença metabólica autos -<br />
sómica recessiva, associada a mutações em genes que codificam proteínas do<br />
sistema enzimático <strong>de</strong> clivagem da glicina resultando na sua acumulação.<br />
Inci dência estimada <strong>de</strong> 1/60000 recém-nascidos. A apresentação mais<br />
frequen te e grave é a neonatal, caracterizando-se por letargia progressiva,<br />
abalos mioclónicos, soluços, hipotonia, apneia, coma e morte na ausência <strong>de</strong><br />
suporte ventilatório. Caso clínico: Recém-nascido do sexo masculino, se -<br />
gundo filho <strong>de</strong> pais saudáveis não consanguíneos. Gestação vigiada e normal.<br />
Parto por cesariana, indíce <strong>de</strong> Apgar 9/10. Clinicamente bem até às 36 horas<br />
<strong>de</strong> vida, quando se instala letargia progressiva. Hemodinamicamente estável,<br />
normoglicémico e sem marcadores analíticos sugestivos <strong>de</strong> infecção.<br />
Admitido na UCIN às 48 horas em ventilação espontânea, hipotonia global,<br />
miose pouco reactiva mesmo após naloxona, resposta a estímulos dolorosos,<br />
reflexo <strong>de</strong> moro incipiente e sucção débil. Iniciou antibioterapia empírica e<br />
permaneceu em pausa alimentar sem suporte <strong>de</strong> alimentação parentérica.<br />
Mantida <strong>de</strong>terioração com hipoventilação e necessida<strong>de</strong> <strong>de</strong> ventilação inva -<br />
siva, crescentes acessos <strong>de</strong> soluços, perda dos reflexos primitivos, postura <strong>de</strong><br />
<strong>de</strong>scerebração, mioclonias e Babinsky bilateral. Glicemia, amónia, l<strong>acta</strong>to e<br />
piruvato normais, sem <strong>de</strong>sequilíbrios ácido-base ou cetonúria. Líquor sem<br />
alterações citoquímicas. Ressonância magnética cerebral revelou apenas um<br />
corpo caloso incipiente. Padrão surto-supressão grave no electroencefalo -<br />
grama sem melhoria com piridoxina. O doseamento excessivamente elevado<br />
<strong>de</strong> glicina no plasma e líquor, com razão glicina LCR/plasma elevada esta -<br />
beleceu o diagnóstico <strong>de</strong> hiperglicinemia não cetótica. Transferido para<br />
Centro <strong>de</strong> Doenças Metabólicas on<strong>de</strong> é instituído plano nutricional especí fico<br />
e iniciada terapêutica com benzoato, <strong>de</strong>xtrometorfano e anti-convulsivantes.<br />
Discussão: Doenças do metabolismo <strong>de</strong>verão ser consi<strong>de</strong>radas perante um<br />
coma em recém-nascido, nomeadamente quando se instala após um período<br />
livre <strong>de</strong> sintomas e <strong>de</strong> forma progressiva. A suspeita clínica <strong>de</strong> hiperglicinemia<br />
não cetótica colocar-se-à perante uma encefalopatia e hipotonia progressivas<br />
associada a acessos <strong>de</strong> soluços. O diagnóstico baseia-se na documentação<br />
<strong>de</strong> concentrações elevadas <strong>de</strong> glicina no plasma e líquor e na razão gli -<br />
cina LCR/plasma anormal. A confirmação diagnóstica é efectuada por estudo<br />
do sistema enzimático e caracterização molecular das mutações causais.<br />
Palavras-chave: Coma, hiperglicinemia não cetótica, encefalopatia, glicina.<br />
PD167 - Urina escura - Qual é o diagnóstico?<br />
Mariana Costa 1 ; Ana Carneiro 1 ; Sandrina Martins 1 ; Ana Araújo 1 ; Esmeralda<br />
Martins 2<br />
1- Unida<strong>de</strong> Local <strong>de</strong> Saú<strong>de</strong> do Alto Minho - Viana do Castelo; 2- Centro Hos -<br />
pitalar do Porto - Hospital Especializado em Crianças Maria Pia<br />
A Alcaptonuria é uma doença autossómica recessiva rara que resulta <strong>de</strong> um<br />
erro inato do metabolismo da fenilalanina e tirosina. A <strong>de</strong>ficiência da ácido<br />
homogentísico oxidase resulta num excesso do ácido homogentísico e dos<br />
seus compostos relacionados que se <strong>de</strong>positam no tecido conjuntivo, levando<br />
a um escurecimento da pele e da cartilagem. Com a evolução da doença o<br />
ácido homogentísico acumula-se nas articulações e leva artrite. O ácido<br />
homo gentísico também é excretado pela urina, levando a que a urina se torne<br />
escura quando exposta ao ar. O sinal mais precoce é uma mancha escura nas<br />
fraldas dos bebés; mais tar<strong>de</strong> na infância há uma <strong>de</strong>posição progressiva,<br />
assin tomática, do polímero nos tecidos com colagénio. O diagnóstico é confirmado<br />
pela <strong>de</strong>terminação do ácido homogentísico na urina. Não há tratamento<br />
efectivo comprovado para a alcaptonuria. Apresentação do caso: Os<br />
autores <strong>de</strong>screvem o caso <strong>de</strong> uma menina <strong>de</strong> 34 meses, previamente saudá -<br />
vel, a quem foi diagnosticada alcaptonuria na sequência <strong>de</strong> suspeita <strong>de</strong> perda<br />
hemorrágica na urina, após vários episódios <strong>de</strong> presença <strong>de</strong> manchas casta -<br />
nhas/vermelhas na fralda e roupa interior. Trata-se da segunda filha <strong>de</strong> pais<br />
não consanguíneos saudáveis. A sua irmã <strong>de</strong> 4 anos também é saudável. O<br />
exame físico era normal e os exames laboratoriais não revelaram alterações.<br />
A ecografia reno-pélvica e a análise <strong>de</strong> urina eram normais. Macroscopica -<br />
mente a urina não tinha alterações, mas após um episódio em que inadvertidamente<br />
foi armazenada a sua coloração alterou-se para castanha. Uma concentração<br />
elevada <strong>de</strong> ácido homogentísico, por cromatografia, foi encontrada na<br />
urina, estabelecendo o diagnóstico <strong>de</strong> alcaptonuria. Discussão: o diagnóstico<br />
<strong>de</strong> alcaptonuria habitualmente é estabelecido na ida<strong>de</strong> adulta, quando as complicações<br />
articulares surgem. No caso apresentado, o diagnóstico foi estabelecido<br />
<strong>de</strong>vido aos achados clínicos e a presença <strong>de</strong> ácido homogentísico na<br />
urina. Esta família foi orientada para consulta <strong>de</strong> genética.<br />
Palavras-chave: Urina escura; Alcaptonuria<br />
Área Científica - Educação e Ética<br />
PD168 - Filhos <strong>de</strong> Pais Homossexuais<br />
Alice Varanda Pereira 1 ; Gonçalo Jorge 1 ; Adriana Moutinho Estêvâo 2 ; Carolina<br />
Gonçalves 3<br />
1- Centro Hospitalar <strong>de</strong> Lisboa Central; 2- Centro Hospitalar Psiquiátrico <strong>de</strong><br />
Lisboa ; 3- Centro Hospitalar <strong>de</strong> Lisboa Norte<br />
À semelhança dos pais heterossexuais, também os pais homossexuais e seus<br />
filhos constituem um grupo diversificado. Mas contrariamente aos primeiros,<br />
os pais homossexuais são frequentemente alvo <strong>de</strong> discriminação pela sua<br />
orien tação sexual em situações como a adopção, regulação do po<strong>de</strong>r paternal<br />
ou acesso a técnicas <strong>de</strong> reprodução medicamente assistida, baseada em<br />
estereótipos sobre o <strong>de</strong>senvolvimento e bem estar dos seus filhos. O presente<br />
trabalho revê as evidências empíricas quanto aos filhos <strong>de</strong> pais gay e mães<br />
lésbicas. Os resultados das investigações actuais comparando os filhos <strong>de</strong><br />
pais homossexuais e heterossexuais são bastante claros: os estereótipos mais<br />
comuns não se confirmam.<br />
Palavras-chave: Filhos <strong>de</strong> Pais Homossexuais.<br />
S107