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acta pediátrica portuguesa - Sociedade Portuguesa de Pediatria

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Acta Pediatr Port 2010:41(5):S39<br />

Não houve i<strong>de</strong>ntificação <strong>de</strong> E. coli ESBL. Conclusões: Ao longo dos 16 anos<br />

do estudo não se verificou um aumento <strong>de</strong> hemoculturas positivas por E. coli<br />

da comunida<strong>de</strong> na nossa instituição. As infecções ocorreram principalmente<br />

no período neonatal e no primeiro ano <strong>de</strong> vida, e o diagnóstico mais frequente<br />

foi PNA. Nem sempre está presente leucocitose, particularmente no período<br />

neonatal. Um quarto das E. coli era resistente à ampicilina. A evolução foi<br />

favorável na maioria das crianças, tendo uma falecido por sépsis.<br />

Palavras-chave: Escherichia coli, bacteriémia, urgência.<br />

PAS29 - Leishmaniose Visceral - Um caso atípico<br />

Sara Batalha 1 ; Catarina Gouveia 1 ; Maria João Brito 1<br />

1- Hospital <strong>de</strong> Dona Estefânia, CHLC<br />

Introdução: A leishmaniose visceral caracteriza-se habitualmente por hepatoesplenomegalia,<br />

pancitopénia e hipergamaglobulinemia <strong>de</strong> instalação<br />

insidiosa e agravamento progressivo. O objectivo <strong>de</strong>ste trabalho é alertar para<br />

formas <strong>de</strong> apresentação pouco habituais da doença. Caso Clínico: Criança <strong>de</strong><br />

2 anos que recorre à urgência por infecção respiratória alta sem febre.<br />

Apresentava bom estado geral mas <strong>de</strong>tectou-se hepatoesplenomegalia com<br />

pancitopénia, VS e ferritina elevadas tendo ficado internado para esclarecimento<br />

da situação. Tinha feito viagem ao Brasil oito meses antes on<strong>de</strong> fora<br />

internado por febre hepatoesplenomegália e pancitopénia grave com necessida<strong>de</strong><br />

<strong>de</strong> suporte transfusional tendo tido alta sem diagnóstico <strong>de</strong>finitivo.<br />

Durante o internamento em Portugal manteve-se sempre apirético, com bom<br />

estado geral. Pela clínica e ausência <strong>de</strong> febre foi colocada a hipótese diagnóstica<br />

<strong>de</strong> Doença <strong>de</strong> Gaucher mais tar<strong>de</strong> excluída. No mielograma não foram<br />

observadas leishemanias e a PCR para este parasita foi negativa no sangue<br />

medular. De toda a investigação etiológica salientava-se apenas estudo da<br />

doença <strong>de</strong> Chagas com serologia positiva para Trypanossoma cruzi (IgG:<br />

&gt;1/64) Apesar da ausência da febre e dos exames prévios por apresentar<br />

electroforese das proteínas com hipergamaglobulinémia (gama: 32,8g/L) foi<br />

pedido pesquisa <strong>de</strong> anticorpos para leishmania no sangue periferico que se<br />

revelou positiva (IFI: 1/64; CIE: positivo). A reavaliação laboratorial confirmou<br />

a existência <strong>de</strong> uma reacção cruzada entre Trypanossoma e leishamnia o<br />

que está <strong>de</strong>scrito na literatura e po<strong>de</strong> atrasar o diagnóstico <strong>de</strong>sta parasitose.<br />

Embora assintomático realizou anfotericina B com melhoria clínica e <strong>de</strong>saparecimento<br />

da hepatoesplenomegalia e da pancitopénia. Comentários: Este<br />

caso ilustra uma das formas <strong>de</strong> leishmaniose visceral atípica em que a ausência<br />

<strong>de</strong> febre, <strong>de</strong> confirmação laboratorial no mielograma e a reacção cruzada<br />

com o Trypanossoma atrasaram o diagnóstico; na presença <strong>de</strong> hipergamaglobulinemia<br />

não explicada, <strong>de</strong> evolução pouco favorável mesmo quando o<br />

quadro clínico não é clássico, é pois importante relembrar esta entida<strong>de</strong>.<br />

Palavras-chave: Leishmaniose Visceral; febre, hipergamaglobulinémia.<br />

PAS30 - Como têm evoluído as hospitalizações por complicações <strong>de</strong><br />

varicela em crianças nos últimos 11 anos?<br />

Estefania Barrosa Maia 1 ; Fernanda Rodrigues 1 ; Lia Gata 1 ; Luís Januário 1<br />

1- Hospital Pediátrico <strong>de</strong> Coimbra<br />

Introdução: A varicela, habitualmente benigna, po<strong>de</strong> associar-se a complicações<br />

graves. Em 2004 foi introduzida em Portugal a vacina contra esta<br />

doença mas não está incluída no PNV, estimando-se baixa cobertura vacinal.<br />

Alguns países reportaram redução importante <strong>de</strong> complicações após introdução<br />

da mesma nos seus programas. Objectivos: Analisar as complicações<br />

<strong>de</strong> varicela que justificaram internamento nos últimos 11 anos. Métodos:<br />

Estudo retrospectivo dos casos <strong>de</strong> varicela internados <strong>de</strong> 1999 a 2009. Defi -<br />

nição <strong>de</strong> caso: criança com menos <strong>de</strong> 13 anos, hospitalizada por complicações<br />

hematológicas, neurológicas, cutâneas, respiratórias ou risco das mesmas.<br />

Incluíram-se crianças saudáveis e com patologia. Resultados: Foram diagnosticados<br />

4435 casos, dos quais 91 (2%) foram internados por complicações ou<br />

risco das mesmas: máximo em 2004 (n=14; 3.4%) e mínimo em 2002 (n=4;<br />

0.8%). Nos primeiros 6 anos a mediana <strong>de</strong> casos/ano foi 470 e <strong>de</strong> complicações<br />

2,1% e posteriormente 349 e 2,0%, respectivamente. A mediana <strong>de</strong><br />

ida<strong>de</strong>s foi 2A (1M-13A). Cerca <strong>de</strong> 60% das crianças eram do sexo masculino<br />

e 78% eram saudáveis. A maioria das complicações ocorreu entre Maio e<br />

Agosto. As complicações foram: pele e tecidos moles (n=54, 59,3%), respiratórias<br />

(n=11, 12%), neurológicas (n=9, 10%) e hematológicas (n=3, 3,3%);<br />

risco <strong>de</strong> complicações (n=14, 15,4%). A mediana <strong>de</strong> ida<strong>de</strong> das crianças com<br />

complicações neurológicas foi 4A, hematológicas 3A, pele e tecidos moles 2A<br />

e respiratórias 1A. As complicações surgiram em média aos 3,9 dias <strong>de</strong> doença<br />

(1-13 dias) e a duração média <strong>de</strong> internamento foi 4,3 dias (1-29 dias). Havia<br />

registo <strong>de</strong> toma prévia <strong>de</strong> AINE’s em 21 casos (23%) e aciclovir em 28 (31%).<br />

Nas infecções da pele e tecidos moles foram isolados S. aureus MS (n=7) e S.<br />

pyogenes (n=4). Apenas num caso com doença oncológica, havia registo <strong>de</strong><br />

vacinação prévia. Cerca <strong>de</strong> 25% correspon<strong>de</strong>ram ao 2º caso na família. Houve<br />

2 internamentos em UCI por pneumonia em recém-nascidos. Não ocorreram<br />

óbitos. Conclusões: Dois por cento dos casos <strong>de</strong> varicela foram internados por<br />

complicações ou risco das mesmas, valor que se manteve estável ao longo dos<br />

anos, sem aparente efeito epi<strong>de</strong>miológico da baixa cobertura vacinal. A maioria<br />

das crianças era saudável. Cerca <strong>de</strong>1/4 dos casos correspon<strong>de</strong>u ao 2º caso<br />

na família e 1/3 estava sob aciclovir. As complicações mais frequentes foram<br />

as cutâneas e num grupo etário mais baixo. A proporção <strong>de</strong> complicações<br />

po<strong>de</strong>rá ser maior, pois apenas se incluíram casos internados.<br />

Palavras-chave: Varicela; complicações; internamentos; vacina.<br />

PAS31 - Acuida<strong>de</strong> <strong>de</strong> Critérios Clínicos e Testes Laboratoriais na<br />

Infecção Primária por Vírus <strong>de</strong> Epstein-Barr em Ida<strong>de</strong> Pediátrica.<br />

Liane Correia Costa 1 ; Luís Nogueira-Silva 2 ; Inês Azevedo 3 ; Joana Sobrinho<br />

Simões 4 ; João Luís Barreira 3 ; Sílvia Con<strong>de</strong> 4<br />

1- Serviço <strong>de</strong> <strong>Pediatria</strong>, UAG – MC, Hospital São João, EPE – Porto; Facul -<br />

da<strong>de</strong> <strong>de</strong> Medicina da Uni; 2- Serviço <strong>de</strong> Medicina - UAG Medicina, Hos pital<br />

São João, EPE - Porto; Serviço <strong>de</strong> Bioestatística e Informática Médica - Facul -<br />

da<strong>de</strong> <strong>de</strong> Medicina da Universida<strong>de</strong> do Porto ; 3- Serviço <strong>de</strong> Pedia tria, UAG -<br />

MC, Hospital São João, EPE - Porto; Faculda<strong>de</strong> <strong>de</strong> Medi cina da Universida<strong>de</strong><br />

do Porto; 4- Serviço <strong>de</strong> Microbiologia - Hospital São João, EPE - Porto<br />

Introdução: O vírus Epstein-Barr (EBV) é o principal agente <strong>de</strong> síndromes<br />

mononucleósicos (SM). O diagnóstico <strong>de</strong> mononucleose infecciosa baseia-se<br />

em testes <strong>de</strong> anticorpos heterófilos (AcH) e anticorpos específicos anti-EBV<br />

(serologias) mas é cada vez mais frequente a pesquisa <strong>de</strong> ADN por<br />

Polymerase Chain Reaction. Preten<strong>de</strong>u-se estudar a relação entre clínica e<br />

testes laboratoriais em ida<strong>de</strong> pediátrica.<br />

Métodos: Foram revistos os registos clínicos dos doentes imunocompetentes<br />

até aos 18 anos com pesquisa <strong>de</strong> serologias e ADN <strong>de</strong> EBV com intervalo<br />

máximo <strong>de</strong> 14 dias, num hospital terciário, no período Jan/2007-Jun/2010.<br />

Classificaram-se os casos em 3 grupos serológicos: infecção primária (VCA<br />

IgM+), seropositivos (VCA IgM- EBNA+), seronegativos (VCA IgM- VCA<br />

IgG- EBNA-). Definiu-se como critério clínico <strong>de</strong> SM a presença <strong>de</strong> AcH ou<br />

pelo menos 3 dos seguintes: febre, amigdalite, a<strong>de</strong>nopatias cervicais,<br />

organomegalia, linfócitos atípicos no sangue. Consi<strong>de</strong>rou-se positiva contagem<br />

<strong>de</strong> ADN ≥500 cópias/mL <strong>de</strong> sangue total. Calculou-se acuida<strong>de</strong> diagnóstica<br />

<strong>de</strong> critérios clínicos e pesquisa <strong>de</strong> ADN face às serologias.<br />

Resultados: Foram incluídos 100 doentes, com mediana <strong>de</strong> ida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> 3A-<br />

2M, 52 do sexo masculino.<br />

O grupo com primoinfecção (n=24) apresentou significativamente mais<br />

a<strong>de</strong>nopatia, amigdalite e organomegalia, assim como mais linfócitos, valores<br />

superiores <strong>de</strong> AST e ALT, presença <strong>de</strong> linfócitos atípicos e <strong>de</strong> AcH, compara -<br />

tivamente aos seropositivos (n=35) e seronegativos (n=41).<br />

Cumpriram critérios clínicos <strong>de</strong> SM 29 doentes (19 primoinfecções, 7 sero -<br />

po sitivos e 3 seronegativos).<br />

Os critérios clínicos apresentaram sensibilida<strong>de</strong> 79%, especificida<strong>de</strong> 86%,<br />

valor preditivo positivo (VPP) 66%, valor preditivo negativo (VPN) 92%.<br />

A pesquisa <strong>de</strong> ADN <strong>de</strong> EBV foi positiva em 40 casos. Destes, 16 eram<br />

seropositivos (5 com SM) com carga vírica inferior à <strong>de</strong>tectada na primoinfecção<br />

(mediana 2500 vs 36000 cópias/mL,p

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