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acta pediátrica portuguesa - Sociedade Portuguesa de Pediatria

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Acta Pediatr Port 2010:41(5):S113<br />

logia, Hepato logia e Nutrição Pediátrica/<strong>Socieda<strong>de</strong></strong> Europeia <strong>de</strong> Doenças<br />

Infecciosas Pediátricas (ESPGHAN-ESPID) e pela <strong>Socieda<strong>de</strong></strong> Latino<br />

Americana <strong>de</strong> Gas tro enterologia Pediátrica, Nutrição e Hepatologia<br />

(SLAGPNH) para a abordagem e tratamento da gastroenterite em ida<strong>de</strong><br />

pediátrica. Os autores preten<strong>de</strong>m avaliar as recomendações <strong>de</strong> ambos os<br />

grupos e <strong>de</strong>stacar as principais semelhanças e diferenças. Foi efectuada<br />

análise das orientações publicadas em 2008 e 2009 pelas duas socieda<strong>de</strong>s<br />

respectivamente e avaliados os seguintes parâmetros: metodologia <strong>de</strong><br />

investigação, <strong>de</strong>finição <strong>de</strong> gastroenterite aguda, epi<strong>de</strong>miologia, factores <strong>de</strong><br />

risco para doença grave, avaliação diagnóstica, critérios <strong>de</strong> internamento e<br />

alta, solução <strong>de</strong> re-hidratação, alimen tação, uso <strong>de</strong> fármacos e prevenção.<br />

Verificou-se que para os dois grupos, embora utilizando metodologia dis -<br />

tinta, a re-hidratação oral constitui a base da terapêutica, sendo as soluções<br />

<strong>de</strong> osmolarida<strong>de</strong> reduzida e hipotó nica consi<strong>de</strong>radas <strong>de</strong> eleição. Ambas<br />

recomendam o aleitamento materno e alimentação precoce. Po<strong>de</strong>rá ser consi<strong>de</strong>rado<br />

o uso <strong>de</strong> probióticos (Lacto ba cillus GG e Saccharomyces<br />

boulardii), racecadotril e esmectita. Não está reco mendado o uso indiscri -<br />

minado <strong>de</strong> anti-eméticos ou anti-microbianos. As principais diferenças<br />

<strong>de</strong>tectadas incluíram: a indicação para o recurso aos cuidados <strong>de</strong> saú<strong>de</strong>, o<br />

uso <strong>de</strong> anti-eméticos e <strong>de</strong> zinco. A realização do presente estudo permite<br />

concluir que as principais recomendações para a avaliação clínica e orientação<br />

terapêutica <strong>de</strong>sta patologia são comuns para os países em vias <strong>de</strong><br />

<strong>de</strong>senvolvimento e para os <strong>de</strong>senvolvidos, diferindo apenas em orientações<br />

relacionadas com características físicas, socioeconómicas ou culturais da<br />

população alvo.<br />

Palavras-chave: Gastroenterite aguda, criança.<br />

PD189 - Doença <strong>de</strong> Menétrier associada a infecção por Citomegalovírus<br />

Tânia Russo 1 ; Conceição Crujo 2 ; Helena Loreto 3 ; Paula Mourato 3 ; Ana<br />

Espada Sousa 4 ; Ana Isabel Lopes 3<br />

1- Seviço <strong>de</strong> <strong>Pediatria</strong>, Hospital <strong>de</strong> Santo André - Leiria; 2- Serviço <strong>de</strong> Ana -<br />

tomia Patológica, Hospital <strong>de</strong> Santa Maria; 3- Unida<strong>de</strong> <strong>de</strong> Gastroenterologia<br />

Pediátrica, Depart. Criança e da Família, Hospital <strong>de</strong> Santa Maria; 4- Unida<strong>de</strong><br />

<strong>de</strong> Imunologia Clínica, Instituto <strong>de</strong> Medicina Molecular<br />

Introdução: A doença <strong>de</strong> Menétrier é uma entida<strong>de</strong> rara em ida<strong>de</strong> pediá -<br />

trica, caracterizada por gastropatia hipertrófica com perda <strong>de</strong> proteínas. Ao<br />

contrário do que ocorre no adulto, a doença neste grupo etário é habitualmente<br />

benigna e auto-limitada, requerendo apenas tratamento <strong>de</strong> suporte. A<br />

infec ção por citomegalovírus (CMV) tem sido raramente reportada como<br />

uma das etio logias possíveis na criança imunocompetente. Descrição do<br />

caso: Rapaz <strong>de</strong> 11 anos, antece<strong>de</strong>ntes pessoais irrelevantes, que inicia 2<br />

semanas antes do internamento quadro <strong>de</strong> epigastralgias e vómitos, associa -<br />

do a diarreia transitória e posterior e<strong>de</strong>ma dos membros inferiores. Na<br />

admissão não foram objectivadas outras alterações; analiticamente <strong>de</strong>stacava-se<br />

hipoproteinémia generalizada (3,2 g/dL), albuminémia 1,4 g/dL, AST<br />

84 e ALT 68 U/L, res tan tes parâmetros analíticos, incluindo ureia e creatinina<br />

séricas, ionograma e urina II, normais. Consi<strong>de</strong>rou-se a hipótese <strong>de</strong> gastroenteropatia<br />

exsudativa, confirmando-se ecograficamente hipertrofia das<br />

pregas gástricas. O doseamento <strong>de</strong> alfa-1-antitripsina fecal foi normal. A<br />

endoscopia digestiva alta i<strong>de</strong>ntificou mo<strong>de</strong>rado e<strong>de</strong>ma e espessamento das<br />

pregas do corpo gástrico. O exame histológico viria a confirmar o diagnóstico<br />

<strong>de</strong> gastropatia hipertrófica e a presença <strong>de</strong> inclusões <strong>de</strong> CMV (histo-<br />

logia convencional e imunohistoquímica); sem alterações a nível do antro<br />

ou duo<strong>de</strong>no; pesquisa <strong>de</strong> H. pylori negativa. A pesquisa <strong>de</strong> CMV em biopsia<br />

gástrica por método PCR foi positiva, bem como a serologia específica<br />

(IgM). Não se i<strong>de</strong>ntificaram agentes infecciosos nas fezes. O estudo<br />

imunológico subsequente excluiu imuno<strong>de</strong>ficiência. Assistiu-se à remissão<br />

dos sintomas na 1ª semana <strong>de</strong> internamento, sob terapêutica <strong>de</strong> suporte<br />

(albumina, terapêutica anti-secretória e dieta hiperproteica). Registou-se<br />

normalização das transaminases à 4ª semana <strong>de</strong> doença e do proteinograma<br />

à 7ª semana. Mantém-se assintomático 6 meses após início do quadro.<br />

Comentários: A doença <strong>de</strong> Menétrier associada a infecção por CMV, apesar<br />

da sua rarida<strong>de</strong>, <strong>de</strong>ve ser consi<strong>de</strong>rada no diagnóstico diferencial <strong>de</strong><br />

hipoalbuminémia em ida<strong>de</strong> pediátrica, inclusive em criança imunocompetente.<br />

Dada a eventual falibilida<strong>de</strong> do doseamento <strong>de</strong> alfa-1-antitripsina<br />

fecal, salienta-se a potencial contribuição diagnóstica inicial da ecografia.<br />

A confirmação do diagnóstico através <strong>de</strong> endoscopia digestiva <strong>de</strong>verá integrar<br />

a pesquisa sistemática <strong>de</strong> CMV em biopsias, quer por metodologia<br />

convencional, quer pela técnica <strong>de</strong> PCR.<br />

Palavras-chave: Gastropatia exsudativa, doença <strong>de</strong> Menétrier, citomega lo -<br />

vírus, hipoalbuminémia.<br />

PD190 - Artrite em adolescente com Doença Inflamatória Intestinal e<br />

Psoríase.<br />

Diana Baptista 1 ; Manuel Oliveira 1 ; Ana Cristina Barros 1 ; Armandina Silva 1 ;<br />

Cristina Ferreira 1 ; Maria Isolina Aguiar 1 ; Maria João Moreira 1 ; Carla<br />

Meireles 1<br />

1- Centro Hospialar do Alto Ave, Guimarães<br />

Introdução: A natureza sistémica da Doença <strong>de</strong> Crohn é evi<strong>de</strong>nte no potencial<br />

envolvimento <strong>de</strong> orgãos extra-intestinais. Artrite e artralgias ocorrem em<br />

cerca <strong>de</strong> 11% dos casos, sobretudo quando há envolvimento cólico; po<strong>de</strong>ndo<br />

prece<strong>de</strong>r o aparecimento dos sinais gastrointestinais ou evoluir paralelamente<br />

a estes. Caso clínico: Adolescente do sexo masculino, 17 anos, com ante ce -<br />

<strong>de</strong>ntes <strong>de</strong> psoríase <strong>de</strong>s<strong>de</strong> os 6 anos <strong>de</strong> ida<strong>de</strong>, ex-fumador. Sem história fami -<br />

liar <strong>de</strong> doença auto-imune ou gastrointestinal. Recorreu ao Serviço <strong>de</strong><br />

Urgência por dor abdominal, diarreia, rectorragias, anorexia, perda pon<strong>de</strong>ral<br />

com cerca <strong>de</strong> 4 meses <strong>de</strong> evolução; associada a artrite aditiva das gran<strong>de</strong>s<br />

articulações (joelho esquerdo, tibiotársicas e cotovelos) com duração <strong>de</strong> 6<br />

meses. Ao exame objectivo apresentava-se febril; aspecto <strong>de</strong>snutrido com<br />

atrofia muscular; lesões <strong>de</strong> psoríase nas superfícies extensoras. O estudo<br />

colocado em curso revelou anemia (Hgb 6,2 g/dL), microcítica, hipocrómica;<br />

com ferritina normal mas parâmetros precoces <strong>de</strong> ferropenia alterados<br />

(aumento da protoporfirina eritrocitária e dos receptores solúveis <strong>de</strong> transferrina);<br />

marcadores inflamatórios elevados (VS 79 mm 1ªh; PCR 67 mg/L);<br />

ANA, ANCA e FR negativos e serologias várias sem sinais <strong>de</strong> infecção<br />

aguda. O estudo radiológico articular confirmou sinais <strong>de</strong> artrite das arti -<br />

culações referidas, além <strong>de</strong> sinais compatíveis <strong>de</strong> sacro-ileíte esquerda. A<br />

avaliação endoscópica por Gastroenterologia revelou úlceras esofágicas,<br />

erosões do intestino <strong>de</strong>lgado proximal e íleo distal; e pancolite com activida<strong>de</strong><br />

severa. O estudo histopatológico das biópsias efectuadas revelou esofa -<br />

gite inespecífica, gastrite crónica superficial do antro H. Pylori positiva e<br />

coli te inespecífica (sem granulomas epiteliói<strong>de</strong>s ou microabcessos crípticos).<br />

Colocado o diagnóstico <strong>de</strong> Doença <strong>de</strong> Crohn, iniciou plano nutricional individualizado;<br />

terapêutica com Prednisolona e Infliximab e administração<br />

paren térica <strong>de</strong> ferro; com gradual melhoria clínica; com <strong>de</strong>saparecimento das<br />

queixas articulares; e laboratorial. As lesões <strong>de</strong> psoríase melhoraram com<br />

hidratação cutânea, banhos <strong>de</strong> imersão <strong>de</strong> coaltar saponinado e helioterapia.<br />

Discussão: Os autores apresentam este caso como exemplo <strong>de</strong> um doente em<br />

que as manifestações articulares prece<strong>de</strong>ram a apresentação gastrointestinal<br />

da Doença <strong>de</strong> Crohn; colocando problemas <strong>de</strong> diagnóstico diferencial com<br />

Artrite Psoriática.<br />

Palavras-chave: Artrite, Doença Inflamatória Intestinal, Psoríase.<br />

PD191 - Pancreatite Aguda em Ida<strong>de</strong> Pediátrica –revisão <strong>de</strong> 4 anos<br />

Cátia Sousa 1 ; Inês Sobreira 1 ; M. Rita Soares 1 ; Ana Raposo 1 ; Raquel Amaral 1 ;<br />

C. Pereira Duarte 1<br />

1- Hospital do Divino Espírito Santo - Ponta Delgada<br />

Introdução: A Pancreatite Aguda (PA) é uma entida<strong>de</strong> rara em ida<strong>de</strong><br />

pediátrica, sendo as causas mais frequentes: alterações anatómicas, infecções,<br />

litíase vesicular, trauma, doenças metabólicas/hereditárias/sistémicas e<br />

idiopática. Objectivo_ Caracterizar os internamentos por PA no Serviço <strong>de</strong><br />

Pedia tria do Hospital do Divino Espírito Santo (HDES) <strong>de</strong>1/Janeiro/2006 a<br />

31/Dezembro/2009. Métodos: Estudo retrospectivo, através da consulta do<br />

pro cesso único para caracterização <strong>de</strong>mográfica, sintomatologia, tempo <strong>de</strong><br />

internamento, terapêutica instituída, exames auxiliares <strong>de</strong> diagnóstico. Resultados:<br />

No período <strong>de</strong> tempo estudado estiveram internados 3049 doentes,<br />

havendo 6 internamentos por PA. Os internamentos correspon<strong>de</strong>m a 4<br />

doentes, com mediana <strong>de</strong> ida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> 14 anos, não havendo predominância <strong>de</strong><br />

género. Três dos casos apresentavam co-morbilida<strong>de</strong>s: Diabetes Mellitus tipo<br />

I (um dos casos); Obesida<strong>de</strong> e Dislipi<strong>de</strong>mia; Asma e Doença Celiaca. No que<br />

diz respeito à sintomatologia, todos apresentaram vómitos e dor abdominal,<br />

um dos casos também apresentou diarreia. A mediana <strong>de</strong> duração do internamento<br />

foi <strong>de</strong> 7,5 dias. O intervalo <strong>de</strong> início <strong>de</strong> alimentação entérica variou<br />

entre 1º e o 3º dia <strong>de</strong> internamento. A analgesia foi realizada na maioria das<br />

vezes com metamizol magnésico, sendo colocada em todos os casos sonda<br />

nasogástrica. Todos realizaram ecografia abdominal, variando a realização <strong>de</strong><br />

TC (3), Colangio-ressonância (1), CPRE (1). Dois dos casos apresentaram<br />

dois critérios <strong>de</strong> gravida<strong>de</strong> <strong>de</strong> Ranson. No que diz respeito ao diagnóstico<br />

final: dois casos <strong>de</strong> pancreatite litiásica, um caso por alteração anatómica<br />

(cole<strong>de</strong>cocelo),um caso associado a cetoacidose diabética. Conclusões:<br />

Como entida<strong>de</strong> rara em ida<strong>de</strong> pediátrica, é necessário um elevado grau <strong>de</strong><br />

suspeição. Os critérios <strong>de</strong> gravida<strong>de</strong> baseados em classificações clínicas para<br />

a ida<strong>de</strong> adulta, não são consensuais em <strong>Pediatria</strong>, po<strong>de</strong>ndo ser utilizados<br />

S113

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