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acta pediátrica portuguesa - Sociedade Portuguesa de Pediatria

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Acta Pediatr Port 2010:41(5):S68<br />

PD25 - Traumatismo pancreático: Semelhantes causas, diferentes abordagens<br />

Marta Valente Pinto 1 ; Ana Paula Martins 1 ; Miroslava Gonçalves 1<br />

1- Hospital <strong>de</strong> Santa Maria - CHLN<br />

O traumatismo pancreático ocorre maioritariamente na sequência <strong>de</strong> um traumatismo<br />

abdominal fechado, com frequência <strong>de</strong> 3-12%. A intervenção atem -<br />

pada é crucial, apesar <strong>de</strong> nos traumatismos <strong>de</strong> grau mais elevado esta não estar<br />

totalmente estabelecida. Descrevem-se dois casos <strong>de</strong> traumatismo pancreático,<br />

com abordagens distintas, <strong>de</strong>monstrando os potenciais problemas associados.<br />

Caso 1: Rapaz <strong>de</strong> 7 anos, vítima <strong>de</strong> queda <strong>de</strong> bicicleta. Do aci<strong>de</strong>nte resultou<br />

fractura do pâncreas ao nível do istmo (grau III), diagnosti cada em Tomografia<br />

Computorizada (TC) abdominal, cerca <strong>de</strong> 24h após aci<strong>de</strong>nte. Foi <strong>de</strong>cidido<br />

tratamento conservador. Em D3 repetiu TC abdominal, tendo sido i<strong>de</strong>ntificada<br />

colecção peri-pancreática. Em D25, por quadro <strong>de</strong> vómitos, repetiu<br />

ecografia abdominal que revelou aumento do pseudo-quisto, pelo que alterou<br />

antibioticoterapia. Fez colangiopancreatografia retrógada endoscó pica<br />

(CPRE) em D31, que revelou fistula do canal pancreático, tendo colo cado<br />

prótese 5FR. Teve alta em D57. Após este período teve três interna mentos, por<br />

agravamento laboratorial, por agravamento clínico e um para realização <strong>de</strong><br />

CPRE para recolocação da prótese, por expulsão espontânea. Actualmente,<br />

encontra-se bem, com valores normais <strong>de</strong> lipase e amilase e <strong>de</strong>s<strong>de</strong> Junho sem<br />

evidência ecográfica <strong>de</strong> pseudo-quisto. Caso 2: Rapariga <strong>de</strong> 4 anos <strong>de</strong> ida<strong>de</strong>,<br />

vítima <strong>de</strong> aci<strong>de</strong>nte <strong>de</strong> viação, do qual resultou fractura do pâncreas (grau III),<br />

perfurações gástrica e duo<strong>de</strong>nal com peritonite. Por abdómen agudo foi submetida<br />

a intervenção cirúrgica: exploração abdominal, rafia das roturas existentes,<br />

cateterização do canal pancreático com Stent 5FR, rafia do pâncreas e<br />

drenagem peritoneal. Durante o internamento houve melhoria clínica progressiva<br />

e teve alta em D31. Actualmente sem sintomatologia, sem alterações imagiológicas<br />

e com valor <strong>de</strong> amilase a diminuir gra dualmente. Conclusão: O<br />

internamento prolongado, as readmissões e o pseudo-quisto foram os principais<br />

problemas associa dos ao tratamento conservador, como registado no 1º<br />

caso, que resolveu após rotura e rebasorção <strong>de</strong> liquido peritoneal. O tratamento<br />

cirúrgico está reservado às situações com complicações, como no caso 2, ou<br />

instabilida<strong>de</strong> hemo dinâmica. Apresen tou-se duas abordagens distintas, que<br />

como <strong>de</strong>scrito na litera tura, são igualmente válidas para a sua resolução. Estas<br />

<strong>de</strong>veram ser <strong>de</strong>cididas caso a caso, estando <strong>de</strong>scrito na literatura que nos operados<br />

as fistulas pancreáticas po<strong>de</strong>m surgir em mais 25 % dos casos.<br />

Palavras-chave: Traumatismo pancreático; Cirurgia; Tratamento conservador<br />

(22,1%), a Cirurgia (15,3%) e a Medicina Legal (11,8%) as especialida<strong>de</strong>s<br />

mais frequentemente solicitadas. Foram internados 11,5% dos casos (92 % em<br />

enfermaria e 8% em SO), 66,7% por violência física e 8,8% como medida <strong>de</strong><br />

protecção; tiveram alta 88,5%, dos quais 49,2% foram referenciados ao<br />

Núcleo <strong>de</strong> Apoio à Família e Criança e ao Serviço Social. Comentários: Os<br />

resultados prelimi nares evi<strong>de</strong>nciam que os MT foram um motivo crescente <strong>de</strong><br />

afluência à UP no período em análise. I<strong>de</strong>ntificaram-se várias formas <strong>de</strong><br />

abuso, negligência e violência, evi<strong>de</strong>nciando a necessida<strong>de</strong> quer <strong>de</strong> uma res -<br />

posta imediata, muitas vezes <strong>de</strong> âmbito médico-legal, quer <strong>de</strong> referenciação <strong>de</strong><br />

forma a prevenir a continuação dos MT.<br />

Palavras-chave: Urgência pediátrica; maus tratos; abuso.<br />

PD27 - Colecistectomia sem cicatriz. Experiência inicial<br />

Ana Alvarenga 1 ; Ana Alvarenga 1 ; J. Estêvão-Costa, Miguel Campos 1<br />

1- Hospital São João, Faculda<strong>de</strong> Medicina Porto<br />

As vantagens da cirurgia minimamente invasiva levaram à sua crescente aplica -<br />

ção na criança, sendo praticamente consensual a sua utilização para realizar a<br />

colecistectomia. A cirurgia laparoscópica por acesso (porta) único (SILS/Scar-<br />

less surgery) preten<strong>de</strong> ampliar aquelas vantagens, tendo sido aplicada pela<br />

primeira vez na criança em 2008. Apresentamos os dois primeiros casos <strong>de</strong><br />

colecistectomia efectuados por acesso único trans-umbilical. Casos clínicos. 1.<br />

Rapaz <strong>de</strong> 17 anos <strong>de</strong> ida<strong>de</strong> com história <strong>de</strong> dor abdominal recorrente e litíase<br />

vesicular múltipla. Colecistectomia efec tuada sem intercorrências, utilizando o<br />

sistema SILS-port (Covidien) por acesso aberto trans-umbilical, com um tempo<br />

operatório <strong>de</strong> 2h45min. 2. Menina <strong>de</strong> 13 anos com antece<strong>de</strong>ntes <strong>de</strong> microlitíase<br />

e episódio <strong>de</strong> colecistite e pancreatite. Foi submetida a colecistectomia sem<br />

complicações, utilizando o sistema Gelpoint (Applied Medical) por acesso<br />

aberto trans-umbilical, com uma duração <strong>de</strong> 2h30min. Em ambos os casos a<br />

recupe ração foi precoce, com recurso mínimo a analgésicos e alta hospitalar às<br />

24h <strong>de</strong> pós-operatório. O resultado estético foi excelente dado que o acesso se<br />

tornou imperceptível. Conclusão - Apesar da maior dificulda<strong>de</strong> técnica e consequente<br />

incremento do tempo operatório, o resultado é altamente favorável<br />

pela vantagem adicional <strong>de</strong> ausência <strong>de</strong> cicatriz cutânea “<strong>de</strong> novo” - A melhoria<br />

da curva <strong>de</strong> aprendi zagem aliada à optimização ergonómica dos instrumentos<br />

tornam promissor o papel <strong>de</strong>sta abordagem cirúrgica.<br />

Palavras-chave: Colecistectomia, Cirurgia sem cicatriz.<br />

PD26 - Urgência Pediátrica do Hospital Dona Estefânia: Maus tratos -<br />

Resultados Preliminares 2000/02/04/06/08<br />

João Brissos 1 ; Salvador M 2 ; Queiróz G 2 ; Santos S 2 ; Simão I 2 ; Nóbrega S 2 ;<br />

Casimiro A 2 ; Cordovil C 3 ; Costa M 4 ; Crujo M 3 ; Fitas A 2 ; Francisco T 2 ;<br />

Gouveia S 4 ; Lopes P 2 ; Marques F 2 ; Marques M 2 ; Neves C 5 ; Coelho M 6<br />

1- Interno <strong>de</strong> <strong>Pediatria</strong>, Hospital Dona Estefânia; 2- Interno <strong>de</strong> <strong>Pediatria</strong>;<br />

3- Interno <strong>de</strong> Pedopsiquiatria; 4- Interno <strong>de</strong> Cardiologia Pediátrica; 5- Assis -<br />

tente Hospitalar <strong>de</strong> <strong>Pediatria</strong> Médica; 6- Assistente Hospitalar Graduado <strong>de</strong><br />

<strong>Pediatria</strong> Médica<br />

Introdução: Os maus tratos (MT) sobre a criança e adolescente têm ganho<br />

recen temente protagonismo nos meios <strong>de</strong> comunicação social. Ao assumir<br />

diversas formas, <strong>de</strong>s<strong>de</strong> a violência física, emocional, abuso sexual, negli -<br />

gência ou abandono, o início <strong>de</strong> todo o processo <strong>de</strong> orientação ocorre frequentemente<br />

na urgência pediátrica (UP). A UP do Hospital <strong>de</strong> Dona Este fânia<br />

(HDE), pelo volume do seu movimento assistencial, po<strong>de</strong> ser um observatório<br />

epi<strong>de</strong>miológico <strong>de</strong>ste fenómeno. Objectivo: Conhecer a evo lução tem poral e<br />

caracterizar os casos <strong>de</strong> MT i<strong>de</strong>ntificados como diagnós tico principal na UP<br />

do HDE nos anos 2000/02/04/06/08. Material e Métodos: Estudo retrospectivo<br />

dos casos i<strong>de</strong>ntificados como MT, retirados <strong>de</strong> todas as 392.768 fichas do<br />

SU no período em referência. Resultados: Foram i<strong>de</strong>ntificados 399 casos <strong>de</strong><br />

MT (0,1% do total <strong>de</strong> admissões). A maioria (94,7%) era proveniente do Dis -<br />

trito <strong>de</strong> Lisboa e 71,7% recorreram à UP sem referencia ção. Verificou-se um<br />

aumento do número <strong>de</strong> casos ao longo dos anos do estudo. Os grupos etários<br />

mais representados foram: 5 a 11 anos - 31,3% e 11 a 16 anos - 38,1%. Verifi -<br />

cou-se uma distribuição equitativa em relação ao sexo. Os diagnósticos princi -<br />

pais foram: MT físicos (56,6%), abuso sexual - casos suspeitos e confirmados<br />

- (38,4%), negligência (4,1%) e abandono (0,6%). Os agentes <strong>de</strong> violência<br />

con viviam frequentemente com a criança (83% dos casos com informação<br />

registada), sendo os “colegas <strong>de</strong> escola” e o “Pai” os agressores mais frequen -<br />

temente i<strong>de</strong>ntificados (16,5% e 13,6% respectivamente). Os locais alvo da violência<br />

foram maioritariamente cabeça e face (72 casos cada). Foram reali zados<br />

exames complementares em 46,9% dos casos e tratamentos na UP em 7,7%.<br />

Em 75,2% fizeram-se uma ou mais reobservações, sendo a Pedopsiquiatria<br />

PD29 - A clínica revela o corpo estranho<br />

Victor Miranda 1 ; Raquel Azevedo Alves 1 ; Bárbara Pimentel 1 ; Catarina<br />

Fernan<strong>de</strong>s 1 ; Paula Gonçalves 1<br />

1- Hospital <strong>de</strong> Santo Espírito <strong>de</strong> Angra do Heroísmo<br />

Na medicina mo<strong>de</strong>rna os exames <strong>de</strong> imagem constituem ferramentas importantes<br />

no processo diagnóstico das mais diversas situações clínicas, incluindo<br />

a i<strong>de</strong>ntificação <strong>de</strong> corpos estranhos. Os autores propõem-se apresentar o caso<br />

<strong>de</strong> uma criança <strong>de</strong> 7 anos <strong>de</strong> ida<strong>de</strong>, resi<strong>de</strong>nte na ilha Terceira, previamente<br />

saudável, que recorreu ao serviço <strong>de</strong> urgência do Hospital <strong>de</strong> Santo Espírito<br />

<strong>de</strong> Angra do Heroísmo (HSEAH) na sequência <strong>de</strong> “queda sobre uma pal -<br />

meira”, com queixas ao nível do membro inferior esquerdo. Apresentava dor<br />

ligeira no terço médio da face anterior da perna esquerda, com uma ferida<br />

punctiforme, sem limitação funcional significativa, tendo alta com trata mento<br />

conservador. Após alguns dias apresentava claudicação da marcha, com<br />

queixas mo<strong>de</strong>radas à palpação do membro inferior esquerdo, predominantemente<br />

na região gemelar. A ecografia <strong>de</strong> partes moles reali zada mostrava apenas<br />

uma área <strong>de</strong> discreta hiperecogenicida<strong>de</strong> inespecífica na perna esquerda<br />

e após observação por parte da Ortopedia foi programado estudo imagioló -<br />

gico complementar e plano <strong>de</strong> fisioterapia. A ressonância magnética do membro<br />

afectado foi relatada como não apresentando alterações. Quatro semanas<br />

após o início do quadro a criança efec tuava marcha com apoio <strong>de</strong> canadianas<br />

- sem carga no membro inferior esquerdo, não completava a flexão dorsal do<br />

pé e apresentava já alguma atrofia muscular. Dada a evolução pouco favorá -<br />

vel <strong>de</strong>cidiu-se a reavaliação por ecografia, notando-se corpo estranho<br />

fusiforme hiper<strong>de</strong>nso projec tando-se entre a tíbia e o perónio, observado em<br />

mais pormenor por TAC. Foi realizada a extracção cirúrgica do corpo estranho<br />

(“farpa <strong>de</strong> palmeira”) e posteriormente instaurado programa diário <strong>de</strong><br />

fisioterapia, tendo a criança apresentado recuperação funcional completa. O<br />

caso <strong>de</strong>scrito é um bom exemplo <strong>de</strong> como a valorização clínica é fulcral na<br />

avaliação do doente e <strong>de</strong>monstra algumas limitações dos exames imagioló -<br />

gicos e da <strong>de</strong>pendência excessiva nos mesmos.<br />

Palavras-chave: Corpo estranho; valorização clínica.<br />

S68

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