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acta pediátrica portuguesa - Sociedade Portuguesa de Pediatria

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Acta Pediatr Port 2010:41(5):S130<br />

PD251 - Pseudotumor da órbita: a propósito <strong>de</strong> um caso clínico<br />

Conceição Costa 1 ; Marcia Gonçalves 1 ; Teresa Torres 1 ; Miguel Veloso 1 ;<br />

Fatima Santos 1 ; Helena Santos 1<br />

1- Centro Hospitalar Vila Nova <strong>de</strong> Gaia/Espinho<br />

Introdução: O pseudotumor da órbita, ou Síndrome Inflamatório Idiopático<br />

da Órbita, é um processo inflamatório da órbita que se po<strong>de</strong> tornar um <strong>de</strong>safio<br />

diagnóstico. É um diagnóstico <strong>de</strong> exclusão sem causas locais ou sistémicas<br />

i<strong>de</strong>ntificáveis. Dado o seu potencial em provocar lesões permanentes na visão<br />

é uma patologia que <strong>de</strong>ve ser reconhecida precocemente. Descrição do caso:<br />

Adolescente <strong>de</strong> 17 anos, sexo feminino, sem antece<strong>de</strong>ntes <strong>de</strong> relevo, recorre<br />

ao Serviço <strong>de</strong> Urgência por dor ocular à direita, agravada com os movimentos<br />

oculares, sobretudo com a abdução, com 2 dias <strong>de</strong> evolução. Sem febre,<br />

queixas <strong>de</strong> diplopia, alteração da acuida<strong>de</strong> visual, fotofobia, secreções ocula -<br />

res ou outros sintomas associados. À observação apresentava e<strong>de</strong>ma e rubor<br />

da pálpebra inferior e limitação ligeira da abdução do olho direito. Sem ou -<br />

tras alterações ao exame objectivo, nomeadamente no exame oftalmológico e<br />

neurológico. Referência a história <strong>de</strong> cefaleias hemicranianas à direita, por<br />

vezes com irradiação para o olho direito, com 4 meses <strong>de</strong> evolução. Realizou<br />

TAC que relevou aumento da espessura e captação do contraste do músculo<br />

recto medial, sugerindo tratar-se <strong>de</strong> um pseudotumor da órbita. Dos restantes<br />

exames efectuados <strong>de</strong> salientar leucograma e função tiroi<strong>de</strong>ia normais, PCR<br />

0.69 mg/dL e VS 35 mm/1ªh. Perante estes dados foi colocado o diagnóstico<br />

<strong>de</strong> pseudotumor da órbita e iniciou corticoterapia, verificando-se rápida reso -<br />

lução dos sintomas após 6 dias <strong>de</strong> terapêutica. A RMN posterior <strong>de</strong>monstrou<br />

resolução completa do pseudotumor. Discussão: O pseudotumor da órbita é<br />

a 3ª doença mais comum da órbita e tem como principais diagnósticos dife -<br />

renciais a Doença <strong>de</strong> Graves e as doenças linfoproliferativas. Po<strong>de</strong> envolver<br />

a órbita difusamente ou atingir especificamente a glândula lacrimal, os músculos<br />

extra-oculares ou a gordura da órbita. A apresentação clínica é variá vel,<br />

po<strong>de</strong>ndo mimetizar várias patologias. A sua etiologia é <strong>de</strong>sconhecida e estão<br />

<strong>de</strong>scritos poucos casos na ida<strong>de</strong> pediátrica. Este caso <strong>de</strong>screve uma forma <strong>de</strong><br />

apresentação rara <strong>de</strong> pseudotumor da órbita, envolvendo apenas um músculo<br />

extra-ocular. Embora geralmente benigna, esta patologia po<strong>de</strong> evoluir <strong>de</strong>sfavoravelmente<br />

para perda da acuida<strong>de</strong> visual ou alterações oculomotoras<br />

graves. Preten<strong>de</strong>-se com a apresentação <strong>de</strong>ste caso clinico expor uma patologia<br />

rara e pouco reconhecida, e cujo diagnóstico e terapêutica atempados<br />

po<strong>de</strong>m contribuir para uma evolução favorável.<br />

Palavras-chave: Pseudotumor da órbita<br />

PD252 - Síndrome <strong>de</strong> Clau<strong>de</strong> Bernard-Horner congénita – caso clínico<br />

Marta Rios 1 ; Hernâni Brito 1 ; Paula Fonseca 1 ; Carlos Varela 2 ; Alexandra<br />

Sequeira 1<br />

1- Centro Hospitalar do Médio Ave – Unida<strong>de</strong> <strong>de</strong> Famalicão; 2- Hospital <strong>de</strong><br />

dia <strong>de</strong> Famalicão<br />

Introdução: A Síndrome <strong>de</strong> Clau<strong>de</strong> Bernard-Horner (SCBH) caracteriza-se<br />

classicamente por miose, ptose e anidrose hemifacial ipsilaterais <strong>de</strong>correntes<br />

<strong>de</strong> lesão da via <strong>de</strong> inervação óculo-simpática. Po<strong>de</strong> acompanhar-se ainda <strong>de</strong><br />

heterocromia da íris quando ocorre nos primeiros meses <strong>de</strong> vida. Classifi ca-se<br />

na forma congénita ou adquirida, <strong>de</strong> acordo com a ida<strong>de</strong> <strong>de</strong> apresentação e a<br />

etiologia. As causas incluem trauma obstétrico ou <strong>de</strong>corrente <strong>de</strong> cirurgia cer -<br />

vical ou torácica, neoplasias como o neuroblastoma, infecções e anomalias<br />

vasculares ou vertebrais. Algumas vezes é idiopática. O diagnóstico é clí nico,<br />

mas obriga a investigação etiológica alargada, sendo o tratamento <strong>de</strong>pen<strong>de</strong>nte<br />

da causa. Caso clínico: Lactente do sexo masculino, 4 meses <strong>de</strong> ida<strong>de</strong>, fruto<br />

<strong>de</strong> gravi<strong>de</strong>z vigiada, sem intercorrências, com serologias e marcadores víricos<br />

sem alterações. Parto por cesariana às 39 semanas. Recém-nascido com Índice<br />

Apgar 9/10, macrossómico (peso 4300g), sem sinais sugestivos <strong>de</strong> trau ma -<br />

tismo ou outras alterações ao exame físico e sem intercorrências no perío do<br />

neonatal. Evolução estaturo-pon<strong>de</strong>ral no P90, sem antece<strong>de</strong>ntes pato ló gicos.<br />

Referência a ptose palpebral esquerda e assimetria do rubor facial <strong>de</strong>s<strong>de</strong> o nas -<br />

cimento. Ao exame físico observadas ptose palpebral, miose, anidrose hemifacial,<br />

hipopigmentação da íris e eczema do couro cabeludo à esquerda.<br />

Restante exame neurológico a<strong>de</strong>quado, sem massas cervicais pal pá veis ou<br />

outras alterações. Observado por Oftalmologia que confirmou o diagnóstico<br />

<strong>de</strong> SCBH <strong>de</strong> localização pré-ganglionar após teste com simpaticomimético.<br />

Realizados hemograma, função renal, ionograma, doseamento das catecola -<br />

minas urinárias, ressonância magnética cerebral, cervical e torácica que não<br />

revelaram alterações. Cerca <strong>de</strong> um ano após o diagnóstico <strong>de</strong> SCBH congé nita<br />

idiopática, mantém-se em vigilância, sem intercorrências. Conclusões: Os<br />

autores apresentam este caso <strong>de</strong> SCBH congénita pela sua rarida<strong>de</strong>. A lesão<br />

localiza-se provavelmente ao nível do 1º ou 2º neurónio da via óculo-simpá -<br />

tica pela evidência <strong>de</strong> anidrose. A maioria das formas congénitas resulta <strong>de</strong><br />

traumatismo do parto, o que não parece ter acontecido neste caso. Salientamos<br />

a necessida<strong>de</strong> <strong>de</strong> exclusão <strong>de</strong> outras etiologias como o neuroblastoma mesmo<br />

nas apresentações congénitas. Embora se trate <strong>de</strong> uma SCBH idiopática é<br />

necessário acompanhamento e vigilância continuados, assim como observação<br />

por cirurgia plástica para eventual correcção estética no futuro.<br />

Palavras-chave: Anidrose, blefaroptose, Horner, miose.<br />

PD253 - Aci<strong>de</strong>nte Vascular Cerebral Pediátrico: Lembrar para diagnosticar…<br />

Marta Santalha 1 ; Ana Cristina Barros 1 ; Diana Baptista 1 ; Armandina Silva 1 ;<br />

Maria Isolina Aguiar 1 ; Cristina Ferreira 1<br />

1- Centro Hospitalar do Alto Ave - Unida<strong>de</strong> <strong>de</strong> Guimarães<br />

O aci<strong>de</strong>nte vascular cerebral pediátrico tem uma incidência estimada <strong>de</strong><br />

2-5/100 000 crianças/ano e comporta dificulda<strong>de</strong>s no diagnóstico, investiga -<br />

ção etiológica e terapêutica. Descrevem-se dois casos: Adolescente, 13 anos,<br />

sexo feminino, sem antece<strong>de</strong>ntes médicos <strong>de</strong> relevo, recorre ao serviço <strong>de</strong><br />

urgência (SU) por afasia súbita. Negava outras queixas, ingestão medicamentosa,<br />

tóxica ou traumatismo crânio-encefálico (TCE). Na admissão salientase<br />

afasia <strong>de</strong> broca e agrafia. O estudo analítico, da coagulação e TC CE não<br />

revelaram alterações. Iniciou ácido acetilsalicílico. A RMN mostrou lesão<br />

cortical fronto-opercular esquerda, sugestiva <strong>de</strong> enfarte isquémico agu -<br />

do/suba gu do (território do ramo cortical da artéria cerebral média esquerda)“.<br />

Do estudo efectuado na fase aguda, <strong>de</strong>staca-se IgM+ para anticorpos anticardiolipina<br />

e anti-beta 2 glicoproteina e homozigotia mutante para o gene<br />

MTHFR (C677T). Alta (D19) orientada para a consulta. Após três meses<br />

reali zou estudo protrombótico e repetiu anticorpos antifosfolipi<strong>de</strong>os (negativos).<br />

Seis meses <strong>de</strong>pois encontra-se sem défices. Adolescente, 16 anos, sexo<br />

feminino, sem antece<strong>de</strong>ntes médicos <strong>de</strong> relevo, recorre ao SU por vómitos<br />

alimentares e cefaleia parietal direita. Sem ingestão medicamentosa, tóxica<br />

ou TCE. Na admissão: prostrada, mas reactiva e colaborante (ECG 14/15) e<br />

com hemiparésia esquerda (grau 4/5). Estudo analítico e da coagulação: sem<br />

alterações. A TC CE mostrava “hematoma agudo intra-parenquimatoso fronto-insulo-temporal<br />

subcortical à direita” e a angiografia cerebral revelou<br />

“malformação arterio-venosa (MAV) na região insular direita e várias formações<br />

aneurismáticas”. Tentada embolização, complicada com aumento <strong>de</strong><br />

pressão intra-craniana, necessitando <strong>de</strong> craniotomia <strong>de</strong>scompressiva. Remo -<br />

vido hematoma intra-cerebral e MAV. Após 8 meses mantém os défices. A<br />

inespecificida<strong>de</strong> da apresentação clínica aliada à dificulda<strong>de</strong> em valorizar as<br />

queixas dos adolescentes e ao escasso alerta dos clínicos para esta entida<strong>de</strong><br />

na pediatria, dificultam o diagnóstico. Face ao alargamento da ida<strong>de</strong> pediá -<br />

trica é importante sensibilizar os profissionais <strong>de</strong> saú<strong>de</strong> para o reconheci -<br />

mento atempado <strong>de</strong>ste evento vascular, permitindo uma intervenção dirigida<br />

e minorando sequelas.”<br />

Palavras-chave: AVC, Pediátrico<br />

PD254 - Doenças Neuromusculares Hereditárias: estudo transversal <strong>de</strong><br />

uma Unida<strong>de</strong> <strong>de</strong> Neuropediatria<br />

Ana Cristina Aveiro 1 ; Eulália Viveiros 1 ; António Jorge Cabral 1 ; Paulo Rego<br />

Sousa 1 ; Rui Vasconcelos 1<br />

1- Hospital Central do Funchal<br />

Introdução: As doenças neuromusculares hereditárias (DNMH) constituem<br />

um universo muito alargado <strong>de</strong> diferentes patologias já i<strong>de</strong>ntificadas que<br />

afectam cerca <strong>de</strong> 1 em 3500 crianças em todo o mundo. A distrofia muscular<br />

<strong>de</strong> Duchenne ligada ao X é a doença com maior incidência, no entanto, existe<br />

um gran<strong>de</strong> número <strong>de</strong> doenças que individualmente são muito raras e nas<br />

quais a informação clínica não está largamente disponível. Objectivo: Des -<br />

crever as DNMH actualmente em seguimento na Unida<strong>de</strong> <strong>de</strong> Neuropediatria<br />

do Serviço <strong>de</strong> Saú<strong>de</strong> da Região Autónoma da Ma<strong>de</strong>ira na população abaixo<br />

dos 26 anos. Material e Métodos: Revisão dos processos clínicos dos<br />

doentes com diagnóstico DNMH em actual seguimento na consulta <strong>de</strong> neuropediatria.<br />

Resultados: São actualmente seguidos nesta unida<strong>de</strong> 32 crian -<br />

ças/adultos jovens com DNMH, 59% são do sexo masculino e 41% do sexo<br />

feminino. Meta<strong>de</strong> dos casos são Miotonias <strong>de</strong> Thomsen, Miopatias não escla -<br />

re cidas e Distrofias <strong>de</strong> Becker (19%, 19% e 16%, respectivamente). Treze por<br />

cento são Neuropatias Hereditárias e outros 13% Distrofias Musculares das<br />

Cinturas (3 casos <strong>de</strong> sarcoglicanopatias e um <strong>de</strong> calpainopatia). Existem 2<br />

casos <strong>de</strong> Miopatia Congénita, 2 casos <strong>de</strong> Atrofia Muscular Espinhal, um caso<br />

<strong>de</strong> Miopatia Metabólica com Alterações Mitocondriais e outro caso <strong>de</strong> Para -<br />

li sia Periódica Hipocaliémica Familiar. Quarenta por cento dos doentes tem<br />

S130

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